O presidente argentino Javier Milei expressou nesta quinta-feira (1º) sua gratidão ao Brasil pela coordenação da representação diplomática do país, após o rompimento dos canais da diplomacia entre o governo argentino e o do venezuelano, Nicolás Maduro.
Mudança inesperada
O governo argentino mantinha com o governo brasileiro relações conflitantes, porém o presidente Lula não exitou em atender o pedido do país vizinho para assumir as instalações da embaixada em Caracas, na Venezuela. O ato reacendeu a amizade que havia entre os governos da Bacia do Prata. Nicolás Maduro, que foi novamente eleito presidente da Venezuela, ordenou a expulsão dos diplomatas argentinos do país.
Não é a primeira vez que essa condução diplomática acontece. Durante o conflito ocorrido em 1982 entre a Argentina e o Reino Unido pelas Ilhas Malvinas (ou Falkland), arquipélago localizado no Atlântico Sul, o Brasil também coordenou a embaixada argentina na Inglaterra.
Boa parte dos venezuelanos protesta contra a re-eleição de Nicolá Maduro (Foto: Reprodução/Raul Arboleda/Getty Images Embed)
Após Maduro agir em represália às críticas de Javier Milei ao processo eleitoral venezuelano, a tratativa precisou ser posta em prática para evitar qualquer ação que colocasse em perigo a segurança de funcionários diplomáticos argentinos ou dos cidadãos venezuelanos que estivessem sob proteção da Embaixada. Havia o receio sobre o que poderia se suceder aos opositores que buscaram abrigo no local.
Além da Argentina e Uruguai, Chile, Panamá, República Dominicana, Costa Rica e Peru tiveram seus representantes diplomáticos banidos do país após a eleição de domingo (28). Até agora foram estes os sete embaixadores expulsos pelo governo venezuelano.
Relações exteriores
O governo de Milei, há dois dias, havia responsabilizado o governo de Maduro por ações ostensivas em relação às suas instalações, logo após o prédio ter o fornecimento de energia interrompido. Foi então que a Argentina, através de seu presidente, fez “um apelo à comunidade internacional” a respeito da importante luta pelo fiel cumprimento das regras internacionais, normas estas que traçam as narrativas diplomáticas entre os países soberanos.
Segundo a Convenção de Viena, todas as representações diplomáticas estão sob a proteção da inviolabilidade. Isso significa que as autoridades dos locais em que estão instaladas não podem entrar no corpo consular sem o consentimento do país representado por ele.
Foto destaque: Javier Milei, presidente argentino em pronunciamento. (Foto: Reprodução/Tomas Cuesta/Getty Images Embed)