Cinco pessoas foram hospitalizadas e 62 foram presas nesta quinta-feira (7) em Amsterdã, num ataque sofrido pelos torcedores do Maccabi Tel Aviv, do Israel, após a partida contra o Ajax, dos Países Baixos, pela Liga Europa.
Manifestações pró-Palestina e provocações aos israelenses já aconteciam antes do início do jogo, influenciadas pela guerra que envolve Israel e Palestina em Gaza.
Por outro lado, Peter Holla, chefe de polícia da cidade de Amsterdã, relata que os torcedores do Maccabi também estavam causando algazarra. Eles chegaram a arrancar bandeiras palestinas de algumas casas para incendiá-las. Algumas pessoas cantavam músicas de apoio aos ataques israelenses na Faixa de Gaza, e outros chegaram até mesmo a atacar um táxi.
Pró-Palestinos protestam na praça Anton de Komplein antes da partida (Foto: reprodução/Jeroen Jumelet/Getty Images Embed)
O conflito
Femke Halsema, prefeita de Amsterdã, deu detalhes sobre o conflito, que terminou apenas na madrugada desta sexta-feira (8). Segundo ela, fogos de artifício foram utilizados como arma. Houve repercussão na cidade com críticas à polícia. O delegado da cidade alegou que foi “extremamente difícil” prever que este conflito fosse acontecer, e garantiu que haviam muitos agentes preparados.
O procurador-chefe do Ministério Público de Amsterdã, Rene de Beukelaer, disse que 62 pessoas foram presas e 10 estão sob custódia. Todos os presos são homens. Segundo ele, a investigação reconhece que a motivação do ataque foi o antissemitismo.
Torcedores do Maccabi Tel Aviv em manifestação pró-Israel na Praça Dam antes da partida (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)
Reações do Israel
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, disse que os atos não passaram de um “ataque antissemita premeditado”. Ele enviou dois aviões para a cidade neerlandesa para trazer os torcedores para casa. O primeiro avião tem previsão de chegada na tarde desta sexta-feira (8).
Além da fala do primeiro-ministro, o presidente israelense também compara os atos com outros sofridos por israelenses. Isaac Herzog alega que essas últimas agressões lembram ao ataque do Hamas em 2023, que deu origem à guerra na Faixa de Gaza.
Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Interna de Israel, também afirmou que os torcedores foram vítimas do antissemitismo e só foram atacados pelo fato de serem judeus. Ele pediu aos cidadãos para que não saiam para lugares públicos.
Gideon Sa'ar, ministro das Relações Exteriores de Israel, irá viajar para Amsterdã para fazer o que ele chama de “visita diplomática urgente”. Ele afirmou em suas redes sociais que os ataques foram bárbaros, e que devem servir como um sinal de alarme para o mundo.
O Ministério do Exterior israelense divulgou uma nota onde diz que três torcedores estão desaparecidos, enquanto outros dez ficaram feridos.
Países condenam o ataque
Nos Países Baixos, o primeiro-ministro Dick Schoof também condenou os ataques, que ele chamou de antissemita e inaceitável. Ele afirmou estar em contato com Netanyahu, que fez um pedido de maior segurança para os judeus nos Países Baixos.
Na Alemanha, Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores, também chamou as imagens de vergonhosas e demonstrou sua indignação. Na França, o presidente Emmanuel Macron também se posicionou contra o ataque.
Mohammed Mustafa, ministro de Relações Exteriores da Palestina, condenou os atos dos torcedores.
Foto destaque: Torcedores do Maccabi Tel Aviv nos Países Baixos (reprodução/Robin van Lonkhuijsen/Getty Images Embed)
