Pelo quarto dia seguido o exército de Israel atacou o bairro de Shujaiya, no Sul da Faixa de Gaza. Neste domingo (30) fortes bombardeios atingiram a região, fazendo com que civis palestinos que estavam na área precisassem fugir às pressas.
Israel já havia declarado que as operações na região de Shujaiya haviam sido encerradas, pois já tinham eliminado os focos de resistência do Grupo Hamas, tanto acima, quanto abaixo do solo, nos túneis construídos.
Israel assume ataques
O exército israelense assumiu neste domingo (30) que forças terrestres fizeram ataques em diversos locais onde havia estruturas do Hamas com sucesso na operação. Foram eliminados focos do grupo que ainda estavam na região de Shujaiya, ao sul de Gaza, nas últimas 24 horas.
As forças que estão na operação em Shujaiya afirmaram que estavam em uma escola das Nações Unidas na região, várias infraestruturas do Hamas, como armas e documentos importantes direcionados à inteligência israelense para avaliação.
O comunicado do exército também confirma que aconteceram confrontos contra o Hamas na área central da Faixa de Gaza e na cidade de Rafah, que fica perto da fronteira com o Egito, ao sul.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse em comunicado que as forças especiais do país atuaram em todo o território da Faixa de Gaza nos últimos dias para eliminar focos do Hamas. Ainda segundo a nota, dezenas de membros do grupo foram mortos nos últimos dias.
Bairro de Shujaiya está sob ataque novamente (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Momen Faiz/NurPhoto)
Fuga de milhares de civis
Segundo o relatório Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que nos últimos quatro dias, desde o retorno dos bombardeios à região, fugiram da região de Shujaiya cerca de 60 a 80 mil pessoas após remessa de ordens de evacuação por parte do exército de Israel.
Situação grave de civis
O relatório da ONU e de outras agências, como o Médico sem Fronteiras e a Cruz Vermelha, alertam para a grave crise humanitária em Gaza, que já teria levado desde o início das operações israelenses 2,4 milhões de pessoas que vivem na região, à situação de fome.
A funcionária da agência da ONU na região, Louise Wateridge, disse à AFP que não há comida, água e nem saneamento básico em Gaza, pois devido aos bombardeios diários foram destruídos.
As pessoas que estão retornando a locais de moradia que não foram destruídos, não encontram o mínimo para sobreviver, completa a funcionária.
Apesar da apresentação de diversas propostas de cessar-fogo nas últimas semanas, o acordo entre o Grupo Hamas e Israel parece estar longe de um acordo.
Nos últimos dias Israel tem ameaçado atacar o Líbano, aumentando a tensão na região. O Irã afirmou neste sábado (29) que se uma ofensiva se concretizar contra o Líbano, Teerã irá entrar no confronto contra os israelenses.
Foto Destaque: região ao sul de Gaza volta a sofrer com bombardeios (Reprodução/Getty Images Embed/Omar AL-QATTAA/AFP)