O influenciador fitness Renato Cariani (47 anos) utilizou suas redes sociais para se pronunciar sobre a operação da Polícia Federal, ocorrida nesta terça-feira (12). Em um vídeo, Cariani expressou sua surpresa em relação à ação dos agentes e destacou que ainda não teve acesso às informações da investigação em que é suspeito de desviar produtos químicos destinados à produção de crack.
O fisiculturista, sócio de uma empresa fundada em 1981, ressaltou que esta possui mais de 40 anos de história, é devidamente regulamentada, detentora de todas as licenças nacionais e internacionais, e opera de maneira totalmente regulada. Ele compartilhou sua experiência durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, revelando que todos os sócios foram alvo da ação.
Em agradecimento ao apoio recebido de seus seguidores, Cariani enfatizou o carinho das mensagens e afirmou que, assim que tiver acesso ao processo, compartilhará detalhes sobre a investigação em curso.
Alvo de investigação
Renato Cariani, renomado influenciador fitness brasileiro com mais de 7,3 milhões de seguidores no Instagram e 6,3 milhões no YouTube, foi alvo de uma operação da Polícia Federal relacionada ao tráfico de drogas. Suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para a produção de crack, Cariani compartilha em suas redes sociais fotos com celebridades que contratam seus serviços de consultoria fitness.
A Operação Hinsberg, conduzida pela Polícia Federal, em parceria com a Receita Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de São Paulo, tem como principal foco a empresa Anidrol, localizada em Diadema, na grande São Paulo. Renato Cariani é apontado como sócio dessa indústria química.
Mansão inspecionada
Durante o cumprimento dos mandados, a mansão do influenciador foi inspecionada, resultando na apreensão de considerável quantia em dinheiro, juntamente com outros produtos. Segundo informações da PF, a operação desvendou um esquema que envolvia emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos, utilizando "laranjas" para transações em espécie.
Casa do fisioculturista Renato Cariani (Foto: reprodução/Polícia Federal)
As investigações revelaram 60 transações vinculadas à organização criminosa, totalizando cerca de 12 toneladas de produtos químicos desviados. Além disso, os envolvidos teriam empregado estratégias para ocultar os valores ilícitos recebidos, utilizando pessoas interpostas e empresas fictícias.
Os produtos químicos desviados, segundo a PF, seriam capazes de produzir mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para o consumo. Mais de 70 policiais cumpriram mandados em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, resultando na apreensão de mais de R$ 100 mil em espécie na residência de Fábio Spinola, apontado como intermediador entre a indústria química e os produtores de drogas.
Acusações de tráfico
Os suspeitos enfrentarão acusações de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro, crimes cujas penas somadas podem ultrapassar os 35 anos de reclusão.
A Operação Hinsberg teve início no ano passado, após uma farmacêutica multinacional comunicar à PF sobre notas fiscais fraudadas, com pagamento em dinheiro não declarado.
Segundo a Polícia Federal, o grupo emitiu e faturou notas em nome de grandes empresas entre 2014 e 2021, incluindo AstraZeneca, LBS e Cloroquímica. Apesar do pedido de prisão pelos órgãos competentes, a Justiça negou essa solicitação.
Cariani, assim como outros envolvidos, aguarda o desdobramento da investigação para esclarecer sua participação no caso.
Foto destaque: Renato Cariani (Reprodução/Intagram/@renato_cariani).