Nesta segunda-feira (06), o Ibama informou que está realizando perícias nas áreas onde ocorreram incêndios florestais no Amazonas. O estado enfrentou, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mais de 15 mil focos nos últimos três meses.
O Amazonas atingiu, somente em outubro, quase 4 mil focos de incêndios - o pior índice desde 1998 -, o que resultou em cidades cobertas por uma camada de fumaça. Manaus foi um dos municípios, com o ar da região sendo considerado um dos piores do mundo.
Agentes públicos, como a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima, afirmam que as queimadas não possuem causa natural e são resultado de desmatamentos. O Ibama, no entanto, informou ao g1 que realiza perícias nas áreas de incêndios para obter o real motivo destes.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, os dados coletados pela perícia serão encaminhados aos órgãos competentes, a fim de realizar uma “apuração de responsabilidade". Além de averiguar a causa dos incêndios, o Ibama afirma que tem atuado, principalmente no estado do Amazonas e do Para, para eliminar o fogo.
O instituto também oferta um curso de brigada para a população das cidades de Autazes, Careiro da Várzea, Careiro, Iranduba e Manaquiri, que estão, em decorrência da fumaça, em estado de emergência ou de alerta.
Três fatores como responsáveis pelos incêndios
Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a principal causa dos incêndios no Amazonas é o desmatamento. Em coletiva de imprensa, Silva afirmou que “o fogo ou é feito propositalmente por criminosos, ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e depois o ateamento do fogo”.
Incêndios são frequentemente feitos na Amazonia como forma de “limpar” o solo para posterior uso de agricultores ou pecuários.
A representante do meio ambiente, no entanto, explica que, além do desmatamento, o fogo no Amazonas também é provocado pela “grande estiagem proveniente do El Niño” e pela “matéria orgânica em grande quantidade ressecada”.
Fumaça deve continuar
Vídeo mostra fumaça escondendo o céu de Manaus. (Vídeo: Reprodução/Youtube/Itatiaia).
De acordo com o secretário de meio ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, a camada de fumaça que cobre Manaus, assim como o período de seca, deve continuar até dezembro.
Foto destaque: queimadas na terras do produtor rural José Silva de Souza, em Santo Antônio do Matupi, no sul do Amazonas. (Reprodução/Gabriela Biló/Estadão Conteúdo).