O governo dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (17), classificou o grupo de rebeldes do Iêmen, Houthi, como "Entidade Terrorista Global Especialmente Designada" (SDGT), após ataques à navios no Mar Vermelho. Os ataques, que ocorrem desde novembro de 2023, estão gerando empecilhos para o comércio marítimo na região, necessitando de uma mudança de rota para a realização dos transportes. Os membros do grupo Houthi afirmam que irão parar com suas atividades no momento em que o conflito entre Israel e Palestina terminar. A designação para o grupo entrará em vigor depois de 30 dias do anúncio.
“Esta designação é uma ferramenta importante para impedir o financiamento do terrorismo aos Houthis, restringir ainda mais o seu acesso aos mercados financeiros e responsabilizá-los pelas suas ações”, declarou Jake Sullivan, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.
Houthis (Foto: reprodução/Getty Images)
O significado da classificação dada pelos Estados Unidos
Anteriormente, no mandato de Donald Trump, o grupo Houthi havia sido nomeado como “Terrorista Global Especialmente Designada dos Houthi”. Porém, Antony Blinken, secretário do estado, disse que a designação poderia afetar o possível suporte para o povo do Iêmen por parte dos Estados Unidos, devido a isso a nomenclatura não era apropriada e os Houthis foram tirados da lista de “Organização Terrorista Estrangeira” (FTO). Com os conflitos no Mar Vermelho, a Casa Branca dos Estados Unidos foi pressionada para adotar novamente o título de “terroristas” para o Houthi.
Com essa designação, os Houthis são banidos de receber apoio externo e são reconhecidos como inimigos dos Estados Unidos. Esse fato pode abrir espaço para conflitos armados abertos entre os envolvidos, gerando tensões que podem se estender para outras regiões do Oriente Médio.
Iêmen e os conflitos internos
A guerra do Iêmen iniciou em setembro de 2014, quando o grupo Houthi tomou a capital Sanaa, em uma rebelião, para aplicar maior participação do povo xiita nas decisões nacionais e nos direitos civis. O grupo e o governo possuem uma relação de tensão por causa de seus interesses. Receosa com o possível crescimento do país e apoiando o governo iemenita, a Arábia Saudita trouxe intervenções militares que geraram no país Iêmen uma grande onda de instabilidade, com um forte genocídio de sua população e conflitos internos alavancados. Até nos dias de hoje, o Iêmen sofre com tensões internas que expandem-se por meio de outras guerras que os cercam.
Foto em destaque: Houthi (reprodução/ Khaled Abdullah/Reuters)