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Governo assina decreto “Prêmio Eunice Paiva” para honrar defensores da democracia

Condecoração homenageia jurista pró-direitos humanos e símbolo da luta anti-ditadura no Brasil, interpretada por Fernanda Torres no filme “Ainda Estou Aqui”

08 Jan 2025 - 14h45 | Atualizado em 08 Jan 2025 - 14h45
Governo assina decreto “Prêmio Eunice Paiva” para honrar defensores da democracia Lorena Bueri

A AGU (Advocacia Geral da União) estabeleceu, nesta quarta-feira (08), durante a cerimônia convocada para relembrar os atos antidemocráticos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023, o “Prêmio Eunice Paiva”, que, assinado pelo presidente Lula (PT), objetiva prestigiar figuras que foram importantes para a manutenção do Estado Democrático de Direito. 

Relembrar para não esquecer

Durante formalidade realizada para memorar os ataques à sede dos três poderes, Luis Inácio Lula da Silva assinou o decreto que busca premiar anualmente patronos do regime democrático. Segundo a AGU, tanto cidadãos brasileiros quanto estrangeiros que colaboraram para o bem da democracia brasileira são aptos a receber a condecoração.

A decisão do governo se fortaleceu com reconhecimento internacional gerado pelo filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, que interpretaram o casal Eunice e Rubens Paiva, figuras importantes aviltadas pela ditadura militar.

O documento ainda reforça que a democracia deve ser defendida por todos os cidadãos, como forma de coibir o autoritarismo. A AGU pretende editar o Decreto n.º 11.716 e implementar a premiação ainda no primeiro trimestre deste ano.

Eunice Paiva

Eunice Facciolla Paiva foi uma advogada importante na luta contra o regime. Formada aos 47 anos após o assassinato de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, destacou-se pelo seu papel na construção e preservação da memória histórica e de ações reparativas para os familiares das vítimas da ditadura.


Eunice Paiva sorrindo (Foto: reprodução/X/@marcelorubens)


Eunice destacou-se por seu papel na promulgação da lei 9.140/95, que, em seu artigo 1º, tornou reconhecidos como mortos os indivíduos que participaram de atividades políticas e desapareceram entre 1961 e 1988, após serem detidos e encaminhados por agentes de segurança pública.

Ela foi responsável por auxiliar na construção da Constituição de 88 e, em 1996, a jurista conseguiu o atestado de óbito de seu marido Rubens Paiva, que teve seu desaparecimento forçado pelo regime por 25 anos.

Eunice Paiva, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva e simbolo da luta pela democracia brasileira, faleceu em 2017, aos 86 anos.

Presidente Lula após assinar o decreto que homenageia Eunice Paiva (reprodução/Instagram/@lulaoficial)

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