Descaso com a vacinação contra a Covid-19, falta de gestão da crise econômica, propagação de notícias falsas e suposta responsabilidade na destruição da floresta amazônica. Essas são algumas das críticas apontadas na editoria do Financial Times, sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Publicado nessa segunda-feira (1), o jornal afirma que poucos presidentes enfrentam tantos problemas jurídicos. São mais de cem pedidos de impeachment no Congresso, investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e, na última semana, uma comissão do Senado deseja investigá-lo por nove crimes.
Jair Bolsonaro’s faults go well beyond the pandemic https://t.co/4eGkMef98z | opinion
— Financial Times (@FT) November 1, 2021
Com base no relatório final da CPI da Covid, Bolsonaro pode ser responsabilizado pelas 608 mil mortes resultantes da pandemia no Brasil. Entre as infrações, estão os descasos pelas medidas sanitárias e da compra das vacinas. Segundo o jornal britânico, “Suas tentativas de minimizar a pandemia como uma gripezinha, sua prevaricação sobre as vacinas, sua veemente oposição às restrições sanitárias e sua promoção obstinada de remédios duvidosos forneceram ampla evidência para os críticos”. O presidente também é investigado por espalhar notícias falsas, como tratamentos indevidos para o novo coronavírus. “A Suprema Corte está investigando alegações de que ele e seus filhos políticos espalharam notícias falsas deliberadamente”.
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O “líder de extrema direita do Brasil também será lembrado por atrapalhar a economia”. É o que afirma o veículo, ao acreditar que a maior ameaça na reeleição do presidente seja econômica, em vez de legal. “Ao entrar no último ano de seu mandato, Bolsonaro se mostrou incapaz de administrar a economia ou a pandemia, e a maior nação da América Latina está pagando um preço alto [...] Os mercados brasileiros despencaram na semana passada devido ao temor de que seus planos de distribuir novos subsídios mensais de US$70 aos eleitores mais pobres prejudiquem as finanças já abaladas do país”.
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. (Foto: Reprodução: Pedro Ladeira/Folhapress)
O Financial Times considera o novo Auxílio Brasil, de R$400, uma “farra de gastos pré-eleitorais”. A indisciplina fiscal e a alta inflação já fizeram com que o Banco Central aumente as taxas de juros. Para analistas, o próximo ano deve ser de crescimento negativo, já que o real enfraqueceu e o mercado de ações está tendo o pior resultado desde 2014.
Foto: Jair Bolsonaro. Reprodução/Evaristo Sá/ASP