Nesta segunda-feira (03), o ex-chefe da Policia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa negou que tenha tido qualquer envolvimento com o assassinato da vereadora do município do Rio, Marielle Franco. Em seu depoimento à PF na Penitenciária Federal de Brasília onde encontra-se preso, Barbosa, negou que tenha tido qualquer contato com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão acusados de serem os supostos mandantes do crime. A prisão do Ex-chefe de Polícia e dos irmãos Brazão foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal – STF, Alexandre de Moraes.
Negativa de envolvimento e entrega de provas
Em Brasília, Barbosa foi ouvido pelos Policias Federais do Rio de Janeiro que conduzem as investigações, e segundo seu representante o advogado Marcelo Ferreira, o Ex-Chefe de Polícia respondeu a todas as perguntas dos investigadores além de fornecer as senhas do celular que foi apreendido pelos federais “Ele (Rivaldo) nunca esteve com essas pessoas, não conhece essas pessoas. Ele entregou o celular dele para a Polícia Federal com todas as senhas e isso nunca foi levado em consideração. Cadê as conversas que teria tido com ele? Se foi combinado um ano antes que ele receberia um valor para poder não investigar um crime que acontecia no futuro, onde estão os elementos em relação a isso? Não tem! A Polícia Federal não conseguiu trazer isso.” Disse o advogado do acusado.
Homem passa por um grafite representando a vereadora Marielle Franco (Reprodução/Carl de Souza/AFP/Getty Images Embed)
Alegações de perseguição e fragilidades na investigação
Rivaldo Barbosa acreditar estar sendo alvo de retaliação, uma vez que a peça chave deste caso o assassino confesso Ronnie Lessa ter sido preso em sua gestão com chefe do polícia. As prisões realizadas pela PF foram baseadas na delação do Lessa. Barbosa também apontou fragilidades na investigação que resultou em sua prisão. Ele destacou que chegou a chefia da Polícia Civil em 2018 por indicação do General Richard Nunes, interventor da segurança do Estado do Rio de Janeiro naquele momento e com base em critérios técnicos, mesma com a contraindicação de um delegado da PF que chefiava a subsecretaria de inteligência naquele momento. Barbosa também acrescentou que o então chefe da Subsecretaria de Inteligência, após ser retirado do cargo, teria dito a uma delegada que o prejudicaria.
O depoimento de Ex-chefe de Polícia ocorre após ter sido divulgado pela imprensa um bilhete onde Rivaldo Barbosa suplica ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ser ouvido. "Ao excelentíssimo ministro, por misericórdia, solicito que Vossa Excelência faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus" Dizia o recado ao ministro. Barbosa também solicitou que sua esposa também fosse ouvida, Érika Araújo é também investigada por suspostamente servir como “testa de ferro” pois usaria sua empresa para pratica de lavagem de dinheiro. Além de Barbosa, Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, permanecem em prisão preventiva e todos negam as acusações.
Foto Destaque: Ex-chefe da Polícia, Rivaldo Barbosa escoltado por policial federal (Reprodução/Daniel Ramalho/AFP/Getty Images)