De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Pólis e pelo IPEC, sete em cada dez brasileiros já vivenciaram pelo menos um evento extremo associado às mudanças climáticas. Os dados foram coletados presencialmente em todo o país durante o período de 22 a 26 de julho de 2023, com a participação de 2 mil entrevistados. A pesquisa apresenta um intervalo de confiança de 95%, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Para 84% da população, as principais inquietações incluem eventos frequentes como chuvas intensas, escassez de água, ondas de calor, ciclones e queimadas, revela a pesquisa. Além disso, o estudo destaca que a preocupação com a ocorrência de novos eventos extremos é compartilhada por 98% dos brasileiros.
Logo do Instituto Pólis (Foto: reprodução/Land Portal)
Dados da pesquisa
Eventos que mais impactaram a população:
- Chuvas intensas (20%);
- Seca e escassez de água (20%);
- Alagamentos e enchentes (18%);
- Temperaturas extremas (10%);
- Apagão de energia (7%);
- Ciclones e tempestades de vento (6%);
- Queimadas e incêndios (5%).
Variações regionais e sociais:
- Ciclones e tempestades de vento afetam mais a região Sul (29% contra a média nacional de 13%);
- Alagamentos, inundações e enchentes preocupam mais as classes D e E (25%) do que as classes A e B (19%);
- Diferenças considerando raça/cor: a população negra demonstra maior preocupação (25%) do que a população branca (21%) em relação a esses eventos climáticos.
Causas associadas aos extremos climáticos: A maioria dos brasileiros associa diretamente aos combustíveis não renováveis, como petróleo (73%), carvão mineral (72%) e gás fóssil (67%).
Energia renovável e COP28
Os dados indicam um aumento na percepção de custo político caso as decisões governamentais persistam no investimento em fontes não renováveis. A sociedade demanda prioridade nos investimentos em fontes renováveis, vendo-os como cruciais para enfrentar as mudanças climáticas. Aproximadamente 84% dos entrevistados defendem que o país deve concentrar esforços em energias renováveis, com especial destaque para solar (57%), hídrica (14%) e eólica (13%).
No âmbito global, a COP28, Conferência do Clima da ONU realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, destaca-se como um fórum essencial para debates sobre o futuro do meio ambiente e estratégias visando evitar uma catástrofe climática global. Entre os temas em pauta, destacam-se mecanismos para restringir o aquecimento global, preservação de florestas, alcance da neutralidade de carbono até 2050 e apoio a nações vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.
Foto Destaque: planeta Terra cheio de curativos (Reprodução/Appai)