Nesta quarta-feira (11), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou um estudo que prevê um aumento nos dias consecutivos sem chuvas no Brasil. Entre 1961 e 1990, a média anual era de 80 a 85 dias, mas, na última década, esse número saltou para cerca de 100 dias. O Nordeste e as regiões mais centrais do país são as mais afetadas. A escassez de chuvas traz impactos em biomas agrícolas e castigados como o Pantanal, Cerrado e até a Amazônia, onde aumentam as chances de incêndios florestais.
Impactos na agricultura e biodiversidade
O pesquisador do INPE responsável pelo estudo, Lincoln Alves, destacou os riscos da falta de chuvas e da temperatura da temperatura: “Na área central do país, essa situação é ainda mais crítica, pois o aumento dos CDD (sigla em inglês para dias consecutivos secos) combinados com o aumento das temperaturas criando um cenário de estresse hídrico elevado”, disse o pesquisador.
Ainda segundo Lincoln, os impactos dessas mudanças já são sentidos diretamente nas comunidades rurais, que enfrentam dificuldades no cultivo de alimentos, na gestão dos recursos e também ameaçam a biodiversidade local, comprometendo ecossistemas essenciais.
Uma área de palmeiras endêmicas do Pantanal, que está queimando descontroladamente em Corumbá (Foto: reprodução/Gustavo Basso/NurPhoto/Getty Images)
Risco crescente de incêndios florestais
Para o estudo em questão, foram usadas informações de 1.252 estações ferroviárias e 11.473 pluviômetros. O estudo levou em conta dados como índices de precipitação, temperaturas máximas e ocorrências de ondas de calor. Com o aumento dos dias sem chuvas, o Brasil se torna mais vulnerável a incêndios florestais. O estudo alerta para o risco de grandes queimadas, como as que ocorrem em várias partes do país.
Os dados foram coletados através do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Esse cenário aumenta a urgência de ações externas à mitigação dos impactos climáticos, que serão abordadas no Plano Clima - Adaptação, do Governo Federal, que tem a intenção de diminuir os impactos gerados pelas mudanças climáticas.
Foto Destaque: Áreas mais suscetíveis a incêndios (Reprodução/Gustavo Basso/NurPhoto/Getty Images Embed)