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Estudo aponta que sistema de correntes oceânicas pode colapsar e causar catástrofes

Estudo publicado pela revista Nature revelou que como consequências desse colapso podemos ter invernos mais intensos, o nível do mar mais alto, e alterações nas monções nos trópicos

25 Jul 2023 - 19h30 | Atualizado em 25 Jul 2023 - 19h30
Estudo aponta que sistema de correntes oceânicas pode colapsar e causar catástrofes Lorena Bueri

A revista Nature publicou nesta terça-feira (25/07), uma pesquisa sobre a descoberta de um possível colapso de um sistema vital de correntes oceânicas dentro das próximas décadas.

Catástrofe à vista

Segundo o estudo, se a humanidade continuar poluindo o planeta, a Corrente Meridional Do Atlântico (AMOC), pode acabar entrando em colapso ainda nesse século, ou até mesmo em 2025. Esse evento seria mundialmente catastrófico e atingiria toda a população do planeta.

O sistema, que abriga a Corrente do Golfo, é um conjunto de correntes que serve como transportadora global, levando a água quente dos trópicos para o Atlântico Norte, local onde ela esfria, torna-se mais salgada, afundando no oceano e depois espalha-se pelo sul.

Seu papel é de extrema importância no sistema climático, regulando os padrões climáticos globais. Se entrar em colapso, traria enormes consequências, fazendo os invernos mais extremos, aumentando o nível do mar em partes da Europa e dos Estados Unidos, além de mudar as monções nos trópicos.

Alerta antigo

Não é de hoje que cientistas alertaram sobre a instabilidade dessa corrente e isso foi acontecendo à medida em que a crise climática veio crescendo aceleradamente, desorganizando o equilíbrio da temperatura e da salinidade que rege a força desse emaranhado de correntes.

Conforme os mares têm suas temperaturas elevadas e o derretimento de gelo, isso ocasiona uma maior fluidez de água doce para os oceanos, reduzindo a densidade das águas. Quando há o aumento ou diminuição muito forte nas águas, essa espécie de transportadora para de funcionar.

Esse evento já ocorreu uma vez, há mais de 12.000 anos atrás, quando ocorreu o derretimento das geleiras e isso ocasionou um desligamento do AMOC, o que gerou grandes variações de temperaturas no Hemisfério Norte, algo entre 19 e 15 graus Celsius em apenas uma década. Caso isso ocorra nos dias de hoje, todas as pessoas do planeta Terra seriam atingidas, segundo Peter de Menocal, presidente da Woods Hole Oceanographic Institution.


Geleiras dos Alpes do sul da Nova Zelândia na mesma época em anos diferentes (Foto: Reprodução/NIWA)


Catástrofe se tornou mais próxima 

Em 2019, um relatório divulgado no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, já previa que houvesse um enfraquecimento do AMOC durante este século, porém, esse colapso não deveria acontecer antes de 2100, deixando o resultado deste estudo ainda mais preocupante.

O AMOC só passou a ser monitorado de forma contínua a partir de 2004 e isso fez os autores do estudo terem dados muito maiores para análise e conclusão do comportamento dessas correntes em tempos que o clima não sofria mudanças causadas pelo homem.

Cientistas analisaram dados anteriores

Peter Ditlevsen, professor de física climática da Universidade de Copenhague e um dos autores desse estudo disse que eles precisavam voltar no tempo para comparar dados, por isso, estudaram as temperaturas do mar do Atlântico Norte, no sul da Groenlândia entre 1870 e 2020.

Essa área recebe água aquecida que é transportada pelo AMOC para o norte dos trópicos, conforme explicou Ditlevsen  e que, se essa água esfria, é sinal de que o sistema está enfraquecendo. Assim, os cientistas tentaram entender o motivo desse enfraquecimento e mudança tirando os impactos do aquecimento global causado pela humanidade na temperatura das águas.

Segundo Ditlevsen, os cientistas puderam encontrar "sinais de alerta precoce" em mudanças graves no AMOC e assim, prever confiavelmente que ele poderia colapsar ou até mesmo fechar já no ano de 2025, contrariando a estimativa desse acontecimento se dar em 2095 e apontou que o colapso deve acontecer entre 2039 e 2070.

"É realmente assustador (...) Isso não é algo que você colocaria levianamente nos papéis (...) estamos muito confiantes de que este é um resultado robusto", declarou Peter.

Peter de Menocal afirmou que os resultados do estado são surpreendentes, além de alarmantes, explicando que era certo que o AMOC se enfraquecesse nas próximas décadas. Já em 2021, um outro estudo já havia mostrado que o AMOC mostrava instabilidade, causada pelas mudanças climáticas.

Menocal observou que, apesar dos estudos, ainda não existem evidências observacionais de que o sistema esteja realmente entrando em colapso.

O professor de física dos oceanos da Universidade de Potsdam, Alemanha, Stefan Rahmstorf, que não participou da pesquisa, disse que esse estudo reforçou conclusões de estudos anteriores. "Ainda há uma grande incerteza sobre onde está o ponto de inflexão do AMOC, mas o novo estudo aumenta a evidência de que está muito mais próximo do que pensávamos há alguns anos", disse Rahmstorf em entrevista à CNN.

Esse estudo pede que medidas sejam tomadas rapidamente para reduzir a zero a poluição que vem aquecendo o planeta, além da redução da temperatura global e desacelerar o derretimento do gelo no Ártico.

Foto destaque: Imagem de satélite na Terra. Reprodução/Atlântico Oceanographic and Meteorological Laboratory

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