Nesta segunda-feira (22), o presidente do Equador, Daniel Noboa, recebeu o enviado especial dos EUA para as Américas, Christopher Dodd, e a Comandante do Comando Sul, Laura Richardson, para discutir questões referentes a forte crise de segurança que assola o país sul-americano. Ao lado da chanceler equatoriana Gabriela Sommerfeld e dos ministros de segurança, as autoridades fecharam um acordo para potencializar cooperação em segurança e defesa.
“A presença dessas importantes autoridades no Equador é um sinal político potente e concreto do apoio dos EUA à administração do presidente Daniel Noboa no conflito armado não internacional contra o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado transnacional em todas suas manifestações para devolver a paz para nossos cidadãos”, afirmou Sommerfeld. Não foi detalhado o que estará no pacote de ajuda.
O senador Christopher Dodd e a Comandante do Comando Sul Laura Richardson em reunião com o presidente Daniel Noboa (Foto:reprodução/Instagram/@usembassyec)
Antes do encontro, Noboa sinalizou o interesse em receber armas, tecnologia e treinamentos dos Estados Unidos para combater o narcotráfico equatoriano e fortalecer a estabilidade na região, que se tornou peça importante nas rotas do tráfico. As afirmações foram feitas durante entrevista para mídia local.
Crise de segurança
O país sul-americano está assolado pela violência desde o início do mês, após a fuga da prisão de Adolfo “Fito”, líder da facção Los Choneros e considerado o criminoso mais perigoso do país. Com o traficante desaparecido, o presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou estado de emergência, autorizando a atuação das Forças Armadas em parceria com a polícia.
Polícia prende homem suspeito de ser integrante de organização criminosa (Foto:reprodução/
Como forma de represália, presos iniciaram rebeliões em diversas penitenciárias do país. Desde então, carros foram queimados, hospitais invadidos e agentes penitenciários feitos de reféns. Em 9 de janeiro, homens armados invadiram a emissora TC Televisíon durante transmissão ao vivo. Na última quarta-feira (17), um dos promotores que investigava o ataque foi morto a tiros.
No dia seguinte à invasão, Noboa declarou conflito armado interno no país. Para o jornalista equatoriano Walter Villarreal, “toda essa violência é para pressionar as autoridades com um aviso: ‘não toque em Fito, não mate, não prenda’.”, disse em entrevista para a Revista Oeste.
Discussão de outras pautas
Segundo a chanceler, ambos os países chegaram também a um acordo que visa organizar e regular a situação dos imigrantes equatorianos nos EUA. O Equador defendeu a necessidade de soluções concretas para essa questão.
Noboa também falou da importância do refinanciamento da dívida externa do país e de ter mais acesso ao mercado norte-americano a fim de criar um ambiente mais atraente para investidores.
Foto Destaque: Daniel Noboa recebe autoridades do governo norte-americano (Reprodução/ Instagram/@usembassyec)