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Dublagem Viva: entenda o movimento dos dubladores brasileiros pela regulamentação da inteligência artificial

O manifesto da Dublagem Viva defende que o uso da tecnologia irá prejudicar a identidade brasileira implementada pelos profissionais durante a dublagem, além de impactar a qualidade da tradução.

22 Jan 2024 - 21h10 | Atualizado em 22 Jan 2024 - 21h10
Dublagem Viva: entenda o movimento dos dubladores brasileiros pela regulamentação da inteligência artificial Lorena Bueri

Os dubladores brasileiros, através do movimento Dublagem Viva, estão reivindicando o uso de inteligência artificial (IA) em filmes, séries, jogos de videogame e outras produções audiovisuais. Profissionais temem que a identidade brasileira seja prejudicada.

O movimento não pede pelo fim da implementação de IA, mas pela regulamentação, a fim de “equilibrar os avanços tecnológicos com a preservação de empregos e garantir a qualidade da dublagem”.

O que defendem os dubladores


Dublador Wendel Bezerra mostra apoio ao movimento Dublagem Viva. (Vídeo: Reprodução/Instagram/@wendel_bezerra).


 
O manifesto da Dublagem Viva defende que o uso da tecnologia irá prejudicar a identidade brasileira implementada pelos profissionais durante a dublagem, além de impactar a qualidade da tradução.

"[A identidade brasileira] é um dos grandes motivos de a gente não deixar a IA dominar o mercado de dublagem, porque a gente coloca muito a nossa cara no que a gente está fazendo. Não é só uma questão de texto, é uma questão de interpretação também”, afirmou Sérgio Cantú ao Vício.

Com o apoio de dubladores como Wendel Bezerra (“Dragon Ball”),  Sérgio Cantú (“O Espetacular Homem-Aranha”) e Gilberto Baroli (“Os Cavaleiros do Zodíaco”), a petição da United Voice Artists, grupo global de associações de dublagem, já acumula mais de 50 mil assinaturas contra a “robotização” da dublagem.

Inteligência artificial na greve de Hollywood 

A utilização de inteligência artificial nas produções audiovisuais, no entanto, não tem preocupado somente os dubladores. A regulamentação desta tecnologia esteve entre os motivadores da greve dos atores (SAG-AFTRA) e dos roteiristas (WGA), que paralisou as produções Hollywoodianas por mais de 148 dias.

Dentre outras reinvindicações, os roteiristas pediam pela proibição do uso de IA para escrever ou reescrever materiais, além da garantia de que roteiros cobertos pelo acordo com estúdios não seriam utilizados no treinamento da tecnologia, o que foi aceito pela AMPTP - representante das produtoras. 

Já os atores questionavam os diretos de uso de imagem e a compensação pela criação de suas “réplicas digitais”. Após o fim da greve, de acordo com o SAG-AFTRA, o acordo com os grandes estúdios não proibiu o uso de IA, mas garantiu a necessidade de consentimento e formas de indenização.

Foto destaque: cartaz da campanha Dublagem Viva. (Reprodução/Dublagem Viva).

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