Donald Trump, principal concorrente republicano na dispusta pela Casa Branca, pediu que os companheiros de partido rejeitem um projeto de lei apresentado na noite deste domingo (4). Fruto de meses de negociações entre senadores democratas e republicanos, o documento aborda questões referentes à imigração, mas também trata do apoio financeiro dos EUA a Israel e Ucrânia.
Além de conter medidas mais duras para a reforma do sistema de imigração dos EUA, com investimentos de US$ 20 bilhões, o programa também prevê US$ 60 bilhões (cerca de R$ 299 bilhões) para Ucrânia e US$ 14 bilhões (cerca de R$ 69,7 bilhões) para Israel. Após a divulgação oficial do texto, Donald Trump colocou-se imediatamente contra as propostas apresentadas, alegando a necessidade de um projeto independente para fronteiras e imigração.
Assim, os esforços de Trump para que o documento não seja aprovado pode acabar respingando na guerra da Ucrânia. Os republicanos disseram não concordar com o envio de mais dinheiro para o país europeu até que medidas efetivas fossem tomadas para resolver a crise imigratória nos EUA. O país norte-americano foi o que mais enviou apoio financeiro para as tropas ucranianas desde o início do conflito, somando gastos de US$ 110 bilhões (cerca de R$ 548 bilhões).
“Só um idiota, ou um democrata radical de esquerda, votaria a favor deste horrível projeto de lei fronteiriço", publicou Trump em sua conta na rede Truth Social. O ex-presidente ainda complementou dizendo que o ideal seria fechar a fronteira imediatamente. "Temos o direito! [...] é o que precisa de ser feito", finalizou.
Guerra aparentemente perdida
Para ser aprovado, o projeto precisa da maioria em ambas as casas do Congresso. Enquanto os democratas contam com a maioria no Senado, os republicanos levam vantagem na Câmara.
Para se tornar vigente, texto precisa ser aprovado pelas duas casas do Congresso (Foto: reprodução/Jim Bourg/Reuters/Veja)
Para Mike Johnson, líder da Câmara dos Representantes e aliado de Trump, o projeto está “morto”. Em declaração, ele disse: “qualquer consideração do Senado sobre o documento será perda de tempo. Encorajamos o Senado dos EUA a rejeitá-lo.”
Em contrapartida, democratas argumentam que este é o projeto de lei "mais duro" sobre política de imigração em décadas. O texto conta com o apoio do atual presidente Joe Biden.
Questão imigratória
Uma das maiores bandeiras do ex-presidente desde a última campanha, a questão imigratória aparece como uma das mais importantes também para os eleitores estadunidenses. Há meses, os líderes republicanos vinham pedindo por políticas mais fortes para conter o crescente número de imigrantes que chegam ao país, muitos deles da América Latina.
Cercas na fronteira entre EUA e México (Foto: reprodução/Mani Albrecht/Patrulha da Fronteira)
Para Trump e seus aliados, o texto não é rígido o suficiente para conter as imigrações. "Não temos agentes (de fronteira) suficientes. Não temos juízes (de imigração) suficientes. Precisamos de ajuda. Por que vocês não me ajudam?", provocou o ex-presidente.
Em novembro do ano passado, Trump disse que se fosse eleito resolveria a guerra entre Rússia e Ucrânia em 24 horas, embora sem explicar como. Após a declaração, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convidou Trump a visitar o país europeu, mas teve uma negativa como resposta.
Foto destaque: Donald Trump pretende postergar decisão sobre projeto de lei (Reprodução: Doug Mills/The New York Times)
