Uma nova expressão vem ganhando destaque entre os jovens nas redes sociais, especialmente no TikTok: “dix”. O termo está no centro de discussões acaloradas após viralizar em vídeos de adolescentes e chamar a atenção de pais e educadores. Usado para identificar contas secundárias, muitas vezes anônimas ou secretas, a gíria revela um comportamento crescente entre os jovens: o de criar perfis alternativos para escapar da supervisão familiar ou social.
Embora não seja novidade o uso de contas paralelas nas redes, o termo “dix” se popularizou por nomear esse hábito de forma específica e estilizada. A criação de perfis ocultos permite aos adolescentes compartilhar conteúdos mais íntimos ou polêmicos, longe do olhar de parentes, professores e até mesmo colegas.
Expressão de liberdade ou risco digital?
Para especialistas em comportamento juvenil e segurança digital, o fenômeno está ligado a um desejo de maior liberdade de expressão. Esses perfis funcionam como espaços pessoais onde os jovens se sentem mais à vontade para expor sentimentos, participar de desafios ou simplesmente fugir de julgamentos. No entanto, essa liberdade também pode representar uma vulnerabilidade.
não entendo a necessidade de um dix existindo o close friends nos stories
— sofia ッ (@sofiaespanha) May 8, 2025
Post sobre os "Dix" (Foto: reprodução/X/@sofiaespanha)
Ao operar essas contas com pouca ou nenhuma supervisão, adolescentes podem se expor a conteúdos inapropriados, interações com desconhecidos e situações de risco emocional, como o cyberbullying. Psicólogos alertam que, em alguns casos, o uso recorrente dessas contas secretas pode indicar conflitos familiares, sensação de isolamento ou necessidade de pertencimento a grupos virtuais.
Ações em conjunto: família, escolas e redes sociais
Diante desse cenário, especialistas defendem que o combate aos riscos do “dix” não passa apenas por vigilância ou bloqueios tecnológicos. É fundamental estabelecer canais abertos de diálogo entre pais e filhos, além de promover uma educação digital contínua nas escolas. Plataformas como o TikTok já oferecem ferramentas de controle parental, mas estas sozinhas não são suficientes para lidar com a complexidade do comportamento adolescente online.
O “dix”, portanto, é mais do que uma simples gíria: ele traduz as tensões e transformações da adolescência contemporânea nas redes sociais, e lança um desafio importante à sociedade sobre como equilibrar autonomia e proteção no mundo digital.
Foto Destaque: adolescente usando celular (Reprodução/Freepik/Shapovalphoto)