Hamdan Ballal, co-diretor do documentário 'Sem Chão', foi liberado na manhã desta terça-feira (25), de prisão israelense após pernoitar sofrendo agressões físicas. O cineasta foi sequestrado e espancado na tarde de ontem (24), pelo exército israelense.
De acordo com Yuval Abraham, também co-diretor do filme, na tarde da última segunda-feira (24), Ballal foi agredido pelo grupo israelense, que fica localizado em uma região da Palestina, onde se passa o documentário.
"Um grupo de colonizadores acabou de linchar Hamdan Ballal, co-diretor do nosso filme Sem Chão. Eles o espancaram e ele ficou com ferimentos na cabeça e no estômago, sangrando. Os soldados invadiram a ambulância que ele chamou e o levaram. Nenhum sinal dele desde então". Afirmou Abraham, em suas redes sociais.
Noite de agressões
Um amigo do Cineasta disse que a advogada de Hamdam afirmou que, ele teria passado a noite algemado, sendo espancado por dois soldados israelenses e, durante esse período, ele estaria vendado. Na manhã de hoje, Yuval, que expôs a denúncia, postou em suas redes sociais que o cineasta teria sido liberto pelos soldados judeus e voltado para casa com sua família, após ter sofrido diversos tipos de violência durante a noite.
Imagem do cineasta Hamdan (Foto: reprodução/instagram/@kivsa_shchora)
Resposta do Exército Israelense
As Forças de Defesa de Israel publicaram uma nota informando que houve um conflito contra os palestinos, na região próxima de Susya, entretanto negaram terem feito a apreensão do Cineasta ou de qualquer outro palestino.
“As forças da IDF e da polícia israelense chegaram para dispersar o confronto, neste ponto, vários terroristas começaram a atirar pedras nas forças de segurança. Em resposta, as forças prenderam três palestinos suspeitos de atirar pedras neles, bem como um civil israelense envolvido no confronto violento. Os detidos foram levados para interrogatório pela polícia israelense”, as Forças de Defesa de Israel informaram, por meio de uma nota.
A arte imita a vida
No filme "Sem Chão", é retratada a luta dos palestinos para manterem uma vila da região de Susya segura para os habitantes. Impedindo que as casas dos moradores sejam destruídas pelos militares israelenses.
Imagem de Hamdan Ballal e Rachel Szo durante o oscar (foto:reprodução/Monica Schipper/Getty Imagem Embed)
O filme ganhou o Oscar neste ano, como melhor documentário longa-metragem, após relatar a situação em que os habitantes da região vivem desde 1967, quando os judeus dominaram a Cisjordânia, já se somam mais 700 mil israelitas no local.
foto destaque: Hamdan Ballal (Reprodução/Picture Alliance/Getty Imagem Embed)
