Um dos investigados por planejar ataques a judeus no Brasil, que não teve o nome revelado, mas já se sabe que não se trata de réu primário, pois já foi detido outras três vezes e respondeu a processo por sequestro, prestou depoimento à Polícia Federal na última sexta-feira (10) e forneceu detalhes de como foi recrutado pelo grupo Hezbollah, inclusive da viagem que fez ao Líbano no início deste ano, em fevereiro.
Depoimento
Preso em Goiás e interrogado por videoconferência, segundo reportagem exibida pelo Jornal Nacional neste sábado (11), o investigado contou à Polícia Federal como foi sua viagem ao Líbano, em fevereiro deste ano (2023). Segundo ele, ao se encontrar com quem seria o chefe da organização, o brasileiro foi questionado quanto a sua capacidade de matar, pois suas atribuições perante o grupo envolveriam a morte de seus “desafetos”, trabalho pelo qual receberia cerca de US$ 200 mil, e incluiria um prêmio de US$ 500 mil. Também lhe foi dito que, diante de seu perfil, ele poderia organizar sua própria estrutura, com subordinados a ele, para cumprir com suas obrigações.
A comprovação de que se tratava do grupo islâmico Hezbollah, com quem o investigado teria se encontrado, e pelo qual foi recrutado, veio quando este reconheceu a insignia do grupo terrorista, como parte do vestuário dos indivíduos a quem teve acesso no Líbano. O homem também teria recebido cerca de US$ 5 mil para retornar ao Brasil.
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (Foto: reprodução/Agência Brasil)
Operação Trapiche
Segundo o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a Operação Trapiche, força tarefa que tem por objetivo angariar provas sobre o recrutamento de brasileiros para realizar a prática de atos extremistas em território nacional, por conta do surgimento da suspeita de movimentos nesta direção no país, as informações foram concedidas pelo sexto alvo da operação fazem parte de uma série de interrogatórios quem vêm sendo realizados pela Polícia Federal.
Desde a última quarta-feira (08), já foram cumpridos cerca de 12 mandados: sete em Minas Gerais, um em São Paulo, um em Goiás e três também no Distrito Federal. Segundo a PF, dois suspeitos ainda se mantêm detidos e outros dois estão foragidos. O sexto investigado foi liberado após prestar os esclarecimentos.
Foto Destaque: agentes da Polícia Federal em atuação na Operação Trapiche (Reprodução/Correio do Brasil)