O desmatamento na Amazônia é o menor desde 2017. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, a área desmatada foi de 6.288 km². Já no Cerrado, no mesmo período, foi perdido 8.174 km² de vegetação nativa. Isso é o que revelou um relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nessa quarta-feira (6).
Mesmo com as queimadas ocorridas entre os meses de agosto e setembro, houve uma redução de 30,6% de área desmatada em relação ao último estudo divulgado. Os dados fazem parte do estudo anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).
Desmatamento reduziu em 45%
A área total desmatada em 2004 atingiu o índice de 27,7 mil km², a maior marca dos últimos 20 anos. Nos anos seguintes, ocorreu uma queda constante nos números, atingindo a menor taxa em 2012, com 4,5 mil km².
Contudo, em 2019, os números voltaram a subir, alcançando 10.129 km², em 2019; 10.851 km², em 2020; e 13 mil km², em 2021, apresentando pequena redução em 2022, de 11.594 km². Já entre 2023 e 2024, o desmatamento caiu para quase metade desse valor, indo para 6.288 km².
De acordo com entidades ambientalistas, a expressiva atual redução do desmatamento na Amazônia é um passo significado, mostrando o potencial do Brasil de cumprir as metas dos acordos climáticos.
"Conseguimos resultados importantes, reduzindo o desmatamento de mais de 9 mil km² para 6 mil km², uma queda de 45%. O que faz a diferença são as ações de ordenamento territorial e os instrumentos econômicos e regulatórios, não apenas comando e controle", declarou a ministra do Meio Ambiente, Maria Silva.
O Cerrado é o bioma mais atingindo com as consequências da expansão do agronegócio no Brasil (Foto: reprodução/Adriano Gabarini/WWF Brasil/Agência Brasil)
Dados do Cerrado
Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Cerrado perdeu 8.174 km² de área nativa, o que representa uma redução de 25,7% em relação ao apurado no período anterior. O desmatamento reduziu em 76,4% nos estados Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins.
O relatório também mostrou que essa foi a primeira vez que o bioma apresentou uma redução de áreas desmatadas dos últimos quatro anos. A Bahia teve uma diminuição da área desmatada em 63,3%; o Maranhão com 15,1%; o Piauí apresentou uma redução de 10,1%; já o estado de Tocantins reduziu em 9,6% o desmatamento.
A preservação do Cerrado é fundamental para a distribuição de água. O bioma é fonte de 40% da água doce do país e tem o papel de absorver a umidade e compartilhar recursos hídricos para 8 das 12 bacias usadas na geração de energia no Brasil.
Com a redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, houve uma consequente diminuição das emissões dos gases de efeito estufa de 400,8 milhões de toneladas de CO2, em relação ao estudo dos anos de 2021 e 2022.
Foto destaque: Queimada na Floresta Amazônica (Reprodução/Stephanie Maze/Getty Images Embed)