O desmatamento voltou a crescer na Amazônia após 15 meses em queda. No mês de julho, cerca de 666km² foram desmatados no bioma. Os dados do Sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais foram apresentados pelas ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Luciana Santos, de Ciência e Tecnologia.
O aumento é de 33% em relação ao mês de julho do ano passado, mas ainda alcança um número menor se comparado o último ano com o período anterior. De agosto de 2023 a julho de 2024, houve uma diminuição de 45,7% de área desmatada, em comparação a agosto de 2022 a julho de 2023 ,que chegou a 7.952km² de área desmatada na região.
Fatores que podem ter ocasionado o aumento
O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, listou as possíveis causas do aumento do número de desmatamento. Dentre elas está o próprio período do ano e a greve do Ibama: “São vários fatores que explicam o aumento. Todos os anos, o final do mês de junho é um período de aceleração do desmatamento. E neste ano temos uma seca muito intensa na Amazônia, temos o período eleitoral, que cria algumas dificuldades de manutenção do desmatamento (...) e também tem a greve do Ibama.”
Cerrado também passa por desmatamento
A análise feita demonstra que Cerrado perdeu 8,5 milhões de hectares entre 2019 e 2023, mas no último mês teve uma diminuição de 26,7% no desmatamento. Esse mês foram cerca de 444km², enquanto em julho de 2022, a área atingida chegou a 606km².
Por mais que os números possam soar positivos, em uma análise anual, o desmatamento na área aumentou em 9%, chegando a 7.015km². Os estados conhecidos como Matopiba, compostos por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, estão em situação de alerta, concentrando 75% da área desmatada.
Cerrado está em uma situação preocupante, já que superou a Amazônia no número de desmatamento em 2023. Foram 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos.
Cerrado brasileiro (Foto: reprodução/ Lucas Ninno/Getty Images Embed)
Em novembro do ano passado, o governo lançou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), com a expectativa de parar a tendência que o desmatamento na área tem de aumentar. A iniciativa ainda não alcançou o objetivo principal, mas a ministra do meio ambiente, Marina Silva, acredita que os números cairão nos próximos meses.
Foto Destaque: Amazônia sendo desmatada (Reprodução/luoman/Getty Images Embed)