A guerra entre a Rússia a Ucrânia completa 4 meses nesta sexta-feira (24), o conflito que começou em fevereiro tem deixado milhares de mortos, feridos e desabrigados, a decomposição avançada dos corpos que são encontrados nas ruínas e a escassez de bases em dados de DNA são impasses que atrapalham nas identificações das vítimas.
Milhares de mortos atingidos pela guerra ainda não foram identificados, a situação vem mobilizando, investigadores, policiais, especialistas forenses, agentes funerários e soldados desesperados em identificar e entregar os restos mortais a seus familiares. Olena Tolkachova, chefe dos serviços para famílias do regimento de Azov disse: "É claro que é difícil. Mas não é um trabalho comum, é um desejo de ajudar.”
O canal CNN foi até um necrotério em Kiev, no dia em que estavam no local chegaram 64 corpos que haviam sido tirados da siderúrgica Azovstal, na cidade Mariupol, um dos últimos locais de resistência de defesa ucraniana, os corpos foram entregues pelos russos em troca de outros 56 de seus próprios soldados mortos.
O oficial de polícia ucraniano Daniil Safonov, de 28 anos, conhecido nas redes sociais por mostrar atualizações sobre a linha de frente do conflito, está entre os mortos encontrados em Azovstal, em publicação no Twitter em 3 de abril, ele escreveu: “Estamos segurando a barra, mas está muito difícil. Se eu não escrever mais, me perdoem, fizemos tudo o que podíamos. Glória à Ucrânia!” A identificação de Daniil foi confirmada através de dois desenhos achados no bolso do uniforme feitos por seu filho de seis anos, um de uma árvore de Natal, e outro de uma nuvem, que estavam intactos.
Daniil Safonov, oficial ucranino morto em conflito (Foto Reprodução: Observatório do Terceiro Setor)
Nos necrotérios, os agentes extraem amostras de tecidos dos restos mortais e dos corpos, a partir daí é feito uma análise de construção de perfil genéticos. É usado também um software especial, onde um especialista forense tenta localizar pares para os restos, comparando o DNA do não identificado a uma base de dados do governo de milhares de pessoas que estão procurando por seus parentes.
Foto Destaque: Corpos em necrotério em Kiev, na Ucrânia. Reprodução: Hora Campinas.