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Clientes estão impossibilitados de usar vouchers de reembolso na 123milhas

Diversos clientes perderam dinheiro ao obterem pacotes promocionais e 123milhas ofereceu apenas a compensação do valor por meio dos vouchers; a empresa ainda não se pronunciou.

30 Ago 2023 - 10h50 | Atualizado em 30 Ago 2023 - 10h50
Clientes estão impossibilitados de usar vouchers de reembolso na 123milhas Lorena Bueri

Depois da suspensão dos pacotes “Promo”, clientes denunciam que não conseguem utilizar vouchers de descontos em compras na 123 Milhas. Os vouchers foram a única forma de reembolso que a empresa ofereceu depois da suspensão dos pacotes. Ainda não houve nenhum pronunciamento da empresa.

Segundo os consumidores, ao selecionarem o voucher de desconto, o site avisa que os Vourcers estão “temporariamente impossibilitados de se utilizar”. Na última terça-feira (29) a 123milhas entrou com pedido de recuperação à 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

O que houve

Em 18 de agosto, a empresa suspendeu pacotes e passagens de uma linha promocional. Viagens contratadas do pacote Promo foram canceladas, que possuía datas flexíveis e embarques previstos  de setembro a dezembro de 2023.


Clientes dizem que atendimento da empresa 123milhas não funciona (Foto: reprodução/Shutterstock)


A 123milhas se pronunciou na época: "A decisão deve-se à persistência de fatores econômicos e de mercado adversos, entre eles, a alta pressão da demanda por voos, que mantém elevadas as tarifas mesmo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada", informou.

Segundo a empresa, os vouchers possuiriam uma correção monetária de 150% do CDI, e poderiam ser usados em compras de outros produtos da empresa.

Recuperação judicial 

Na recuperação judicial, a 123milhas admitiu uma dívida de mais de R$ 2 bilhões. De acordo com advogados, o pedido de recuperação foi protocolado por fatores internos e também externos, o que gerou um aumento maior do que esperado de seus passivos. A 123milhas afirma que irá cumprir as obrigações de forma organizada.

Após isso, diversos funcionários relataram clientes insatisfeitos e demissões. A empresa rebateu que o pacote Promo não teve um resultado esperado, pois era esperado que os clientes adquirissem outros produtos junto com à viagem, mas isso não aconteceu.

No pedido, a empresa também busca o deferimento com tutela de urgência, que é uma proteção de bens da empresa contra possíveis bloqueios judiciais e um prazo de 180 dias que a empresa fica protegida de novas execuções de dívidas.

Na última terça-feira (29), foram agendados os depoimentos de Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, sócios da 123milhas, na CPI das Pirâmides Financeiras, na Câmara dos Deputados. A convocação foi feita após o anúncio da suspensão dos pacotes promocionais. Para o presidente da CPI, a empresa não teve compromisso de arcar com a responsabilidade com seus clientes.

 

Foto destaque: logo da empresa de passagens 123milhas. Reprodução/123milhas

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