Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do ramo, morreu aos 81 anos em Paris nesta sexta-feira (23). A causa da morte foi leucemia, consequência da malária contraída na Indonésia.
Seu falecimento foi comunicado pelo Instituto Terra, ONG voltada para o replantio de árvores, criada por ele e sua esposa, Lélia.
Nota de Falecimento
No texto publicado, a família de Sebastião escreveu:
“É com grande tristeza que comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado. Durante mais de cinco décadas, Sebastião e sua inseparável companheira Lélia Wanick Salgado construíram uma obra fotográfica inigualável, com um conteúdo profundamente humanista e um olhar sensível sobre as populações mais desfavorecidas e os problemas ambientais que ameaçam nosso planeta.
Com Lélia, fundou o Instituto Terra, uma organização de reflorestamento em Aimorés, no estado de Minas Gerais (Brasil), que já plantou mais de 3 milhões de árvores. Por meio das lentes de sua câmera, Sebastião lutou incansavelmente por um mundo mais justo, mais humano e mais ecológico.
Fotógrafo que viajou pelo mundo sem cessar, ele contraiu uma forma particular de malária em 2010 na Indonésia, como parte de seu projeto Gênesis. Quinze anos depois, as complicações dessa doença se transformaram em uma leucemia grave. Além de sua esposa Lélia, Sebastião deixa seus filhos Juliano e Rodrigo e seus netos Flávio e Nara".
O impacto da Amazônia na vida e obra de Salgado
Exposição "Amazonia" de 2022 em São Paulo (Foto: reprodução/Instagram/@sebastiãosalgadooficial)
Em 2021, Sebastião Salgado lançou “Amazônia”, livro que continha as fotografias que exaltavam os elementos naturais e os povos da região, tiradas ao decorrer dos sete anos vividos no local.
O livro foi transformado em exposição de mesmo nome Lélia, sua esposa, em 2022 e passou por países como Itália e França. A exposição contava com uma trilha sonora que emitia sons da natureza composta por Jean-Michel, compositor francês.
Sebastião Salgado disse em entrevista para CNN na época que “A Amazônia me impactou profundamente” e contou sobre as mudanças que aconteceram na Amazônia durante o tempo em que residiu no local e como tinha responsabilidade de denunciar e exaltar a região em seu trabalho.
“Eu vi que estava havendo uma predação imensa do território. Então resolvi, como brasileiro, abdicar alguns anos da minha vida para realizar um trabalho sobre o bioma amazônico. A exposição não é só das comunidades indígenas, é também delas.”
A exposição “Amazônia” está em São Paulo até dia 10 de julho e tem previsão de estreia para o dia 19 de julho no Rio de Janeiro.
Sobre Sebastião Salgado
Sebastião Salgado fotografando em diversos países (Foto: reprodução/Instagram/@sebastiaosalgadooficial)
Sebastião Salgado nasceu no interior de Minas Gerais em fevereiro de 1944. Sebastião se formou em economia e chegou a ser doutor na área, mas ele se firmou mesmo na fotografia.
Sua carreira como fotógrafo comecou na década de 70. Sebastião viajou por diversos países, registrando paisagens, eventos relevantes e povos através de um olhar sensível e humanista pelo qual foi reconhecido mundialmente.
Salgado deixa sua esposa, a pianista Lélia Wanick, dois filhos, Juliano e Rodrigo Salgado e dois netos, Nara e Flávio.
Foto destaque: Fotógrafo Sebastião Salgado (Reprodução/Benjamin Cremel/Getty Images Embed)
