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Bolsonaro e aliados são investigados por mensagens ligadas a possível ato golpista

Mensagem enviada por Bolsonaro e seus aliados remetem ao ato golpista em janeiro. A investigação do STF aponta o ex-presidente como possível envolvido na divulgação de notícias falsas

23 Ago 2023 - 18h07 | Atualizado em 23 Ago 2023 - 18h07
Bolsonaro e aliados são investigados por mensagens ligadas a possível ato golpista Lorena Bueri

O texto enviado pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, de acordo com a Polícia Federal, foi compartilhado nas redes sociais por aliados que, posteriormente, manifestaram abertamente o desejo de um golpe de Estado.

Pesquisa sobre as mensagens

Um levantamento feito pelo professor da USP e colunista do Globo, Pablo Ortellado, revelou que o primeiro a compartilhar o texto de Bolsonaro em redes sociais foi o militar da reserva, Ailton Barros, que atualmente está preso por envolvimento em uma fraude de cartões de vacinação conduzida por Mauro Cid.

Ortellado comparou o texto enviado por Bolsonaro ao empresário Meyer Nigri com os registros do Facebook e encontrou três publicações do texto apenas minutos após a ordem de Bolsonaro para disseminar um ataque contra ministros do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Superior Eleitoral, as urnas e os institutos de pesquisa.


 

Urna eletrônica. Foto: (José Cruz/Reprodução/AgênciaBrasil)


Ailton Barros foi tão longe a ponto de repassar a ordem de disseminação em massa das notícias falsas. Ele publicou o texto enganoso apenas dez minutos após Bolsonaro ter enviado a mensagem. Conforme as investigações já indicaram, Barros também escreveu a Mauro Cid pedindo que ele convencesse o ex-presidente a usar as Forças Armadas para promover um golpe.

Decisão do ministro do STF

O ministro Alexandre de Moraes, em sua decisão que expandiu as investigações sobre o envio de mensagens com notícias falsas a empresários, confirmou que o remetente era, de fato, Bolsonaro. Ele afirmou que existe um vínculo entre o ex-presidente e a disseminação de várias notícias falsas prejudiciais à democracia e ao Estado de Direito.

O texto com ataques às instituições também foi compartilhado por um candidato ao Senado pelo Partido Liberal do Amazonas que estava associado a um acampamento favorável a um golpe no estado, embora ele não tenha sido eleito.

Além disso, o Cabo Gilberto Silva também compartilhou o texto enviado por Bolsonaro em suas redes sociais. Ele está sendo investigado por suposto apoio aos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro deste ano.

Foto destaque: Jair Bolsonaro. Reprodução/Twitter/Bolsonaro

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