Em São Paulo, um relatório divulgado pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo, revelou um aumento no número de mortes causadas por policiais militares no primeiro trimestre de 2024. Os dados revelam uma disparidade preocupante, especialmente na Baixada Santista, onde a letalidade policial mais do que quintuplicou em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A letalidade policial quintuplicou
De acordo com o Gaesp, as mortes cometidas por policiais militares em São Paulo cresceram em 69,8%, totalizando 177 mortes nos três primeiros meses deste ano, em comparação com as 116 registradas no mesmo período do ano passado. Este aumento significativo é ainda mais evidente na Baixada Santista, onde 79 pessoas perderam suas vidas em ações da polícia militar entre janeiro e março de 2024. No mesmo período de 2023, esse número era de apenas 15, representando um aumento de mais de cinco vezes.
Enquanto isso, na capital paulista, houve uma queda de quase 20% na letalidade em ações da PM, com 49 mortes registradas nos três primeiros meses de 2024, em comparação com 61 no mesmo período do ano anterior.
Operação Verão
As autoridades locais afirmam que as operações, especialmente a Operação Verão na Baixada Santista, têm como objetivo combater o crime organizado na região. No entanto, o número crescente de mortes em confrontos policiais levanta questões sobre se essas ações estão sendo realizadas respeitando os direitos humanos.
Operação Verão na baixada Santista (Foto: reprodução/Alexsander Ferraz/A Tribuna)
Em resposta às preocupações levantadas, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo enfatizou que todos os casos de mortes em confronto são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário. A secretaria também ressaltou que as mortes em confronto são resultados da reação violenta dos criminosos ao trabalho policial.
A Operação Verão, que começou em dezembro do ano passado e está atualmente em sua terceira fase, continua em andamento na Baixada Santista, sem previsão para término.
Foto Destaque: Viatura da Polícia Militar de São Paulo (Foto: reprodução/Paulo Pinto/Agência Brasil)