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Aluna vítima de falsificação de nudes no Rio de Janeiro compartilha trauma

Alunas do Colégio Santo Agostinho, no Rio de Janeiro, enfrentam trauma após colegas criarem e compartilharem nudes falsos. O caso investigado está com graves repercussões

06 Nov 2023 - 09h35 | Atualizado em 06 Nov 2023 - 09h35
Aluna vítima de falsificação de nudes no Rio de Janeiro compartilha trauma Lorena Bueri

Alunos de uma escola no Rio estão sob investigação por disseminar nudes falsificados de colegas, afetando quase trinta meninas adolescentes que tiveram suas fotos manipuladas em sites e aplicativos. O programa Fantástico, exibido neste domingo (5), conversou com uma das vítimas e com as mães das alunas afetadas.

Um drama envolvendo o uso criminoso da inteligência artificial está afetando famílias no Rio de Janeiro. Alunos de uma escola particular, a maioria com 14 anos de idade, criaram e compartilharam nudes falsos de dezenas de meninas adolescentes. As autoridades policiais estão investigando o caso, que aconteceu no Colégio Santo Agostinho, uma instituição de classe média alta. O Fantástico entrevistou uma das vítimas e também conversou com mães das alunas expostas.

Dois alunos admitiram ter manipulado as fotos usando um aplicativo de inteligência artificial de fácil acesso em celulares. As imagens foram então compartilhadas em grupos de conversa, afetando quase trinta meninas. As vítimas frequentam a mesma escola dos agressores e mais três escolas na mesma região.

"Uma amiga minha me ligou enquanto eu estava na aula e me contou que nudes falsos nossos estavam circulando na internet. Isso aconteceu não só comigo, mas também com ela e outras amigas nossas", relatou uma aluna.


Sala de aula do Colégio Santo Agostinho (Reprodução/Rovena Rosa/Agência Brasil)


Os perpetradores pegaram fotos das meninas das redes sociais, algumas de biquíni e outras usando vestidos. Eles usaram um aplicativo de inteligência artificial facilmente acessível para remover a roupa das meninas, deixando-as nuas. O incidente causou grande angústia, como relatou uma mãe: "Uma das meninas recebeu a foto dela durante a aula de história. Ela mostrou para o professor, mas ele simplesmente disse: 'Você não pode usar o celular agora.' A situação é muito séria.".

Outra mãe também desabafou: "Meninos de outra escola pegaram uma foto minha filha e a transformaram em nude usando inteligência artificial. O meu primeiro impulso foi procurar a escola onde ocorreu o incidente. No entanto, não fui bem recebida lá. O coordenador disse: 'Seja o que for, é só uma montagem de fotos.' Saí de lá indignada."

A aluna enfatizou que o incidente é o único assunto de discussão: "É o único tópico de conversa no recreio, e grupos online estão repletos de discussões sobre o assunto. Eles nunca vão entender o trauma que causaram.". A mãe também descreveu o impacto na filha: "Nunca vi minha filha dessa forma. Ela estava chorando desesperadamente, completamente descontrolada. Eu tentava acalmá-la, dizendo que as fotos não eram dela. Ela insistia: 'Mas sou eu nua, mãe, meus amigos estão me vendo nua, é constrangedor.'"

Investigação

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. O titular da delegacia, Marcus Vinícius Braga, afirmou: "Nós vamos ouvir as vítimas, ouvir as testemunhas e investigar profundamente esse caso, porque esse tipo de crime, que é relativamente novo, não será esquecido tão cedo; terá consequências ao longo da vida."

A manipulação e divulgação de imagens sem consentimento são crimes previstos pelo Código Penal. O advogado Ricardo Brajterman explicou que o artigo 216-B do Código Penal penaliza qualquer pessoa que manipule, altere ou divulgue imagens de nudez, verdadeiras ou não, de práticas sexuais ou outros tipos de nudez. Além disso, o artigo 218-C trata da divulgação de imagens de nudez.

Além do processo criminal, pode haver punições na esfera cível, como indenizações por danos morais. Na escola no Rio de Janeiro, os autores são menores de idade. O advogado também explicou que a legislação brasileira trata crimes cometidos por crianças como atos infracionais análogos a crimes, com punições adequadas à idade e gravidade da infração.

O outro lado

O Colégio Santo Agostinho contratou uma psicóloga para apoiar as vítimas e suas famílias. Em nota, a escola declarou que está tomando todas as medidas necessárias para investigar os fatos com cuidado e está implementando medidas administrativas e educacionais apropriadas para lidar com o caso.


Foto Destaque: Caso também está sendo investigado pela direção do Colégio Santo Agostinho da Barra da Tijuca. (Reprodução/Diário do Nordeste)

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