Além de zelar pela saúde e felicidade de seu animal de estimação, um tutor também deve estar atento ao comportamento do bichinho. Muitas situações de desconforto, geradas pela desobediência ou agravadas pela agitação excessiva dos pets, podem ser evitadas através do adestramento, uma prática que ensina técnicas para amenizar temperamentos inadequados no dia-a-dia.
Segundo Juliana Almeida Germano, veterinária e especialista em comportamento animal, a importância do adestramento está ligada a seu principal benefício: a melhora no contato entre bicho e tutor. “Pela interação próxima com o pet, o tutor consegue identificar as necessidades e limitações do animal com mais facilidade, podendo, inclusive, perceber sintomas de doenças, que podem aparecer como mudanças comportamentais, como a perda de apetite, por exemplo”, explica.
Em outra perspectiva, a veterinária Mariana Raposo afirma que o processo deixa os animais mais confiantes e ajuda a evitar posturas prejudiciais, criadas pelo condicionamento ao estresse e à ansiedade. “Um pet adestrado também é mais sociável com outros animais e pessoas desconhecidas, sabe se comportar em qualquer ambiente e tem uma relação mais saudável com a sociedade como um todo”, acrescenta.
Para um treinamento com resultados, é imprescindível reconhecer a colaboração animal durante o adestramento (Reprodução/Blog Petz)
Assim como toda prática de rotina, o adestramento pode ser realizado em casa, desde que siga orientações profissionais e venha acompanhado de muito amor e consciência. “O tutor precisa ter paciência e ser persistente, o pet aprende no momento dele. Dito isso, é importante ter uma rotina para o pet com horários estabelecidos para comer e para passear, por exemplo. Os treinos devem ser regulares e curtos, para que o pet não fique sobrecarregado”, pontua Raposo.
A especialista recomenda treinamentos diários, divididos em duas sessões de 10 minutos, e a compensação dos pets pelo esforço realizado: “Os comandos precisam ser repetidos algumas vezes para que o pet entenda o que está sendo pedido”, pontua.
De maneira geral, o adestramento pode ser utilizado para auxiliar em uma série de problemas, como convivência, socialização, educação sanitária, entre outros. No entanto, conforme reforça Germano, antes de procurar um adestrador, é fundamental que o tutor consulte um profissional veterinário para identificar questões comportamentais do pet.
Animais agressivos, hiperativos, assustados ou portadores de temperamento destrutivo precisam receber atenção especial (Reprodução/Rações Reis)
Apesar de aconselhado para todos os bichinhos, o adestramento apresenta particularidades em cada espécie, como é o caso dos cães e gatos. “A principal diferença está no fato de que os cachorros são domesticados há mais tempo, ou seja, apresentam uma predisposição maior para o adestramento. Já os gatos são mais livres e mais independentes e, por isso, podem demorar para se adaptar aos comandos”, esclarece Juliana Germano.
Também conforme a veterinária, a faixa etária ideal para o início da prática é dos seis aos oito meses de vida, desde que as vacinas do animalzinho estejam em dia. Assim, mesmo se expondo a ambientes externos e convivendo com outros bichos, o pet terá sua saúde preservada. Já o tempo necessário para o sucesso do adestramento é relativo, dependendo do profissional responsável, da condução do processo e das respostas do próprio animal.
Foto Destaque: Entenda a importância do adestramento na vida dos pets. Reprodução/New York Pets.