O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de "violar totalmente" os acordos comerciais firmados recentemente entre os dois países, reacendendo preocupações sobre possível uma retaliação na guerra comercial que os dois países andam travando. A declaração foi feita em sua rede social, Verdade Social, apenas duas semanas após o anúncio do pacto que prevê a redução monetária de tarifas.
Acusações e impacto nos mercados
Em sua publicação, Trump afirmou que havia negociado um “acordo rápido” com a China para evitar uma crise econômica, mas que Pequim não cumpriu suas obrigações. Apesar da gravidade da acusação, o presidente não especificou quais cláusulas teriam sido violadas pela China. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, confirmou que as negociações estão "um pouco estagnadas", mas indicou que novos encontros com autoridades chinesas estão previstos para as próximas semanas.
A incerteza gerada pelas declarações de Trump afetou os mercados financeiros. Enquanto o índice Dow Jones teve um nível alto de 0,13%, os índices S&P 500 e Nasdaq registraram pequenas perdas, refletindo a preocupação dos investidores com a estabilidade das relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Donald Trump com planilha de tarifas (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)
Histórico de tensão e desafios legais
A recente acusação de Trump ocorre num contexto de longos dados de tensões comerciais entre EUA e China. Desde fevereiro os Estados Unidos impuseram tarifas de até 145% sobre produtos chineses, levando a China a retaliar com tarifas de até 125% sobre bens americanos. Em 12 de maio, um acordo temporário impediu essas tarifas, com os EUA evitando para 30% e a China para 10%, na esperança de estabilizar as relações comerciais.
Além disso, um painel de juízes do Tribunal Internacional de Comércio bloqueou parte das tarifas impostas por Trump, alegando que o presidente havia excedido sua autoridade ao implementar as sem aprovação do Congresso. Essa decisão foi posteriormente suspensa por um tribunal de apelações, permitindo que as tarifas permanecessem em vigor enquanto o processo legal continuasse.
As acusações de Trump e os desafios legais associados às tarifas adicionaram uma nova camada de complexidade às já tensas relações comerciais entre os EUA e a China, deixando incertezas sobre o futuro das negociações e o impacto nas economias globais.
Foto Destaque: Donald Trump em visita a China(Reprodução/Pool/Getty Images Embed)