O governo chinês anunciou, nessa terça-feira (4), que irá aumentar as taxas de importação de produtos agrícolas e alimentícios norte-americanos o equivalente a US$ 21 bilhões. Além disso, Pequim irá restringir as exportações de investimentos de 25 empresas americanas. Os valores adicionais chegarão a 15% das exportações dos Estados Unidos para a China.
As medidas ocorrem após o recente anúncio do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de novas tarifas impostas aos produtos chineses com um valor extra de 10%. “Tentar exercer uma pressão extrema sobre a China é um erro de cálculo e um erro”, declarou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em uma coletiva de imprensa em Pequim.
China declarou guerra comercial com os EUA
A China representa o maior mercado dos produtos agrícolas do Estados Unidos. As novas tarifas impostas pelo EUA atingirão os principais produtos eletrônicos chineses, a exemplo de smartphones, laptops, consoles de videogame, smartwatches, alto-falantes e dispositivos Bluetooth.
Com isso, o governo chinês adicionou uma tarifa de 15% sobre frango, trigo, milho e algodão dos EUA e um extra de 10% sobre soja, sorgo, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas e vegetais e laticínios importados. O valor adicional entra em vigor no dia 10 de março.
Brasil poderá ser beneficiado com a guerra comercial entre a China e os EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/@globorural)
Guerra comercial pode beneficiar o Brasil
Desde o anúncio de Trump do aumento de tarifas aos eletrônicos chineses, a China reduziu a dependência das importações de produtos agrícolas norte-americanos, o que pode beneficiar outros países, particularmente da América Latina.
O Brasil é um dos mais importantes na cadeia produtiva do agronegócio global. Além disso, o país é maior exportador mundial de soja e se destaca também na produção de diversos outros produtos, como carne bovina e milho. A tendência é que, com a guerra comercial com os EUA, a China procure outros mercados para substituir a demanda atual de consumo interno.
Foto destaque: bandeira da China (reprodução/Grant Faint/Getty Images Embed)