O Governo chinês anunciou, nesta terça-feira (04), novas tarifas sobre produtos estadunidenses em resposta aos recentes impostos de 10% implementados por Donald Trump sobre as importações chinesas, conturbando ainda mais o comércio entre os dois países.
Mudanças no comércio
Os principais produtos provenientes dos Estados Unidos que passarão a ser taxados na China são: carvão e gás natural liquefeito (15%), petróleo, máquinas agrícolas e automóveis (10%).
Segundo o comunicado do Ministério das Finanças da China realizado em Pequim, as medidas vão de encontro às recentes violações do acordo da Organização Mundial do Comércio por parte do presidente dos Estados Unidos, que estaria tomando decisões com más intenções, prejudicando as relações comerciais entre as duas nações. Foi comentada também a negligência da OMC ao não interferir no assunto, mesmo após a apresentação de uma queixa proferida pelo Ministério do Comércio Chinês.
Além das novas tarifas, que entrarão em vigor a partir do dia 10 de fevereiro, alguns recursos como metais raros terão um controle maior de exportação, podendo afetar ainda mais o funcionamento da indústria estadunidense.
Segundo especialistas, as indústrias chinesas provavelmente passarão a consumir matéria prima de outros países. As tarifas prometem afetar os novos importadores que buscam oportunidades de negócios com o país Norte Americano.
Relacionamento entre os países já se mostrava conturbado
Em seu mandato anterior, Donald Trump vinha dando sinais de que iria impor empecilhos no comércio com a China caso a mesma não tomasse providência sobre o tráfico de fentanil, medicamento proibido nos Estados Unidos que supostamente vem da China. A nação chinesa respondeu alegando não ser um problema de sua responsabilidade, o que pode ter incentivado a rápida aplicação das tarifas.
Posse do presidente Donald Trump em janeiro de 2025 (Foto: reprodução/ Chip Somodevilla /Getty images embed)
Segundo dados da Administração de Informações sobre Energia (AIE) dos Estados Unidos, a importação de petróleo bruto estadunidense pela China caiu cerca de 52% no levantamento de 2024. No momento, o novo fornecedor principal de petróleo para a China não foi revelado. “Ainda estamos avaliando isso internamente, mas parece que veremos uma pausa na compra, enquanto alternativas de petróleo leve e doce serão procuradas. Isso afeta cerca de 100.000 bpd dos recentes influxos dos EUA, o que não é uma grande quantidade para as refinarias chinesas”, afirmou Mia Geng, analista da FGE.
Especialistas apontam que as retaliações entre os dois países tem o poder de afetar todo o mercado mundial.
Foto destaque: produtos importados no porto de Suzhou, China (Reprodução/ VCG / Getty images embed)