O aumento do valor da gasolina assustou bastante os brasileiros na última semana. O preço do litro chegou a R$7,00 em algumas cidades do país o que tem pesado bastante no bolso do cidadão, principalmente no dos motoristas de aplicativo que em média 25% já desistiram de trabalhar nas plataformas. No acumulado até junho desde ano o preço da gasolina já avançou 27,51%, esse aumento de combústivel tem sido um dos principais responsáveis pela inflação que, de acordo com a revista Focus publicada semanalmente pelo Banco Central, deve encerrar esse ano com um crescimento de 7,27%.
O diesel também teve um aumento de 25,78% segundo ao IPCA (Índice Nacional de preços ao consumidor amplo) passando a custar R$4,616 por litro, o que também acaba prejudicando o consumidor final das mercadorias. “Os combustíveis estão relacionados ao preço final de qualquer mercadoria” explica Fernanda Delgado professora e assessora estratégica na FGV Energia. “Tudo precisa de transporte para chegar ao consumidor final. O diesel é especialmente relevante porque a matriz de transporte nacional é basicamente rodoviária, então, quando você tem uma alta desses preços, ela é repassada para o valor final da mercadoria que é entregue”, diz ela.
Para Delgado, a tendência é que os combustíveis fiquem mais baratos até o fim do ano. “A perspectiva hoje é de baixa, porque estamos vendo algumas economias voltando a se fechar por causa da variante Delta. Houve um movimento de recuperação econômica, mas agora temos algumas incertezas em relação à retomada, em especial a da China”, afirma, acrescentando que há um aumento sazonal nos preços no fim do ano, por causa do aumento do consumo durante o inverno no hemisfério norte.
Os preços cobrados nas bombas viraram motivo de debate entre o presidente e os governadores. O presidente Jair Bolsonaro tem cobrado publicamente que os estados reduzam o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para que, dessa forma, os preços da gasolina e do diesel recuem. O objetivo é estabelecer uma "alíquota uniforme e específica", ou seja, um valor fixo e unificado em todo o país para cada combustível com base na unidade de medida. Hoje, cada estado adota uma alíquota diferente.
Aumento de preços do petróleo e indústria. (Foto: Reprodução/Freepik)
Mas por que os preços estão subindo de forma tão alarmante? Primeiro é preciso entender como os preços são definidos. A formação do preço dos combustíveis é composta pelo preço exercido pela Petrobras nas refinarias por ser dona de 98% da capacidade de refino do país e também pelos tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estaduais (ICMS), além do custo de distribuição e revenda.
O Dólar em alta é outro motivo pelo qual esses valores não param de subir, a desvalorização do real fez com que o dólar acumulasse sobre ele este ano uma alta de 0,46%, o que tem sido umas das maiores causas desse aumento pois o valor do petróleo é atrelado ao dólar.
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“Existe um nível de volatilidade muito grande no preço do petróleo. Talvez os dois produtos mais difíceis de fazer algum tipo de previsão seja o petróleo e o dólar. Ele sofre influência de questões climáticas, geográficas; é muito difícil a gente definir com precisão o preço futuro da commodity”, diz Ilan Arbetman, analista de pesquisas da Ativa Investimentos.
"Com essa alta do preço (do petróleo) no mercado internacional, o preço do combustível fica mais alto logo na partida", diz Juliana Inhasz, professora e coordenadora da graduação em economia no Insper.
Infelizmente o otmismo para a baixa destes preços não é tanto, principalmente depois do choque provocado pela pandemia, a economia global deve ter um crescimento considerável neste ano que aumenta a busca pela commodity (bens de consumo mundial) e, consequentemente, ajuda a puxar os preços para cima.
(Foto Destaque: Bombas de combustível. Reprodução/Pixabay).