Sobre Sarah Regis

Redatora do lorena.r7

Termina prazo de Trump para fim da guerra na Ucrânia

O prazo dado por Donald Trump para a Rússia encerrar a guerra na Ucrânia chegou ao fim nesta sexta-feira (8), sem avanços nas negociações. O presidente dos Estados Unidos havia ameaçado impor sanções econômicas mais severas e tarifas de até 100% sobre produtos russos caso não fosse alcançado um acordo de paz até a data, mas ainda não está claro como pretende agir diante do impasse.

Impasse diplomático

Embora tenha anunciado no início da semana a intenção de impor novas sanções à Rússia e aos países que continuem comprando sua energia, o presidente adotou um tom mais cauteloso ao avançar nas tratativas para um possível encontro com Vladimir Putin, afirmando que a manutenção do prazo e a aplicação das medidas dependeriam do líder russo.

A tentativa de equilibrar pressão econômica e abertura para negociações diretas evidenciou a incerteza sobre os rumos da guerra na Ucrânia. Embora cada vez mais frustrado com Putin, a quem acusa de agir com duplicidade, Trump busca um acordo de paz e demonstra disposição para ouvi-lo pessoalmente. Até o momento, autoridades americanas afirmam que não há definição sobre formato, data ou local para a possível reunião.

Trump autorizou sua equipe a avançar nos preparativos para uma possível cúpula entre os líderes, que pode ocorrer já na próxima semana, segundo informações da Casa Branca e do Kremlin. A proposta do encontro surgiu durante a reunião entre Putin e Steve Witkoff, enviado especial do presidente dos EUA, na última quarta-feira (6), embora existam divergências sobre quem sugeriu a ideia.


Análise sobre Putin e Trump na crise da Ucrânia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Trump manifestou o desejo de se encontrar com Putin e chegou a propor um encontro trilateral com Zelensky, mas no dia seguinte deixou claro que não condicionaria a realização da cúpula ao encontro prévio entre os dois líderes.

Sanções secundárias

O presidente norte-americano tem evitado impor novas sanções à Rússia para não afastar Putin das negociações, mas recentemente ameaçou punir tanto Moscou quanto os países que compram sua energia. Na quarta-feira (6), ele anunciou uma tarifa extra de 25% sobre a Índia, segunda maior importadora de energia russa.

Negociações comerciais delicadas continuam com a China, maior importadora de energia russa. Apesar dos avanços, Trump não descartou a possibilidade de aplicar sanções secundárias ao país, mesmo com o risco de afetar o comércio.

Nesta sexta-feira (8), o líder chinês Xi Jinping conversou por telefone com Putin e disse que está feliz em ver a Rússia e os Estados Unidos mantendo diálogo, melhorando suas relações e progredindo na busca de uma solução para a crise na Ucrânia. A ligação foi realizada a pedido do presidente russo.

 

Carla Zambelli depõe à Justiça da Itália

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) permanecerá presa na Itália enquanto tramita o processo de extradição para o Brasil. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (1º) pela Corte de Apelação de Roma, após ela ser ouvida em audiência de custódia. 

A parlamentar estava foragida do Brasil e foi presa pelas autoridades italianas na última terça-feira (29). Detida no presídio feminino de Rebibbia, ela teve seu caso acompanhado pela Polícia Federal brasileira por meio da Adidância Itália, conforme apuração da CNN.

Zambelli segue presa

A audiência foi conduzida por um juiz de garantias, responsável por decidir onde ela aguardará o desfecho do processo de extradição. A defesa solicitou a substituição da prisão por medidas restritivas, mas o magistrado optou por mantê-la detida no presídio de Rebibbia, em Roma. O pedido de libertação ainda será analisado, com expectativa de julgamento para meados de agosto.

No entanto, todos os trâmites dependem das autoridades italianas. Cabe ao Ministério da Justiça da Itália, como autoridade central, encaminhar o caso ao tribunal responsável pelo julgamento.

Caso o pedido de extradição seja aceito, caberá ao governo italiano definir as condições para a entrega de Zambelli, conforme previsto no Código de Processo Penal do país.


 Pronunciamento de Carla Zambelli antes de ser presa pela Justiça italiana (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Condenação e processo de extradição

A deputada foi condenada no Brasil a dez anos de prisão e à perda do mandato por invadir repetidamente os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão é definitiva, sem possibilidade de recurso. Ela também foi condenada, junto com o hacker Walter Delgatti, ao pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos.

Em junho, a parlamentar informou que estava na Itália e alegou ser vítima de perseguição política. A pedido do STF, seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.

O  ministro Alexandre de Moraes (STF), determinou na última quinta-feira (31) que a AGU (Advocacia-Geral da União) acompanhe e adote as providências necessárias para o processo de extradição de Carla Zambelli.

Em nota, a AGU informou que dará continuidade ao processo assim que for oficialmente notificada e que adotará todas as medidas necessárias, em cooperação com as autoridades italianas, para concluir a extradição da deputada federal.

Moraes diz que vai ignorar sanções aplicadas por Trump

Durante a cerimônia de abertura do semestre do Judiciário, nesta sexta-feira (1º), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez seu primeiro pronunciamento público após ser incluído na lista de sancionados pela Lei Magnitsky. Em seu discurso, afirmou que a Corte irá ignorar as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos e que não se “envergará a ameaças covardes e infrutíferas”.

“As ações prosseguirão. O rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. O rito processual do STF irá ignorar as sanções praticadas. Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando, como vem fazendo, no plenário, na Primeira Turma, sempre de forma colegiada”, afirmou Moraes.

O ministro também agradeceu o apoio do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e do decano Gilmar Mendes, que o defenderam diante das sanções aplicadas pelo governo de Donald Trump com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir estrangeiros acusados de violações de direitos humanos ou corrupção.

STF não vai ceder às pressões

Ele prosseguiu afirmando que a Corte continuará cumprindo sua missão constitucional e que, neste segundo semestre, realizará os julgamentos e as conclusões dos quatro núcleos das importantes ações penais ligadas à tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro.

“Não é possível pressões, coações, no sentido de querer obter, repito, entre aspas, um espúrio arquivamento imediato dessas ações penais sob pena de se prejudicar a economia brasileira, o sustento das pessoas, o trabalho dos brasileiros e das brasileiras”, disse.

O ministro, relator dos processos contra Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, afirmou que o STF não vai tolerar ameaças. Ele criticou ações de brasileiros “supostamente patriotas” que, segundo ele, agem em benefício de interesses estrangeiros para obstruir a Justiça e arquivar processos criminais. Moraes apontou, ainda, uma tentativa de afastar ministros do STF para favorecer os acusados, o que considera uma continuidade do mesmo “modus operandi” golpista.


Assista a íntegra do discurso de Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/Veja)

Moraes acusa grupos criminosos

No discurso, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que uma organização criminosa atua para submeter o STF ao controle de um Estado estrangeiro. Ele comparou esses grupos a milícias e criticou os projetos de anistia em tramitação no Congresso, classificando-os como “inconstitucionais”. Moraes ressaltou ainda que muitas dessas ações foram movidas por “pseudopatriotas” que deixaram o país, numa referência indireta ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos desde fevereiro.

“Temos visto recentemente as ações de diversos brasileiros que estão sendo ou processados pela PGR [Procuradoria-Geral da República] ou investigados pela PF [Polícia Federal]. Estamos vendo diversas condutas dolosas e conscientes de uma organização criminosa que age de maneira covarde e traiçoeira, com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do STF ao crivo de autoridade estrangeira”, afirmou Moraes.

Ele reiterou que o STF, a PGR e a PF não se “vergarão a essas ameaças”. Em outro momento, declarou que a soberania nacional é um dos pilares da República Federativa do Brasil e que jamais pode ser desrespeitada, negociada ou submetida à extorsão.

“O modus operandi é o mesmo: incentivo a taxações ao Brasil, incentivo a crise econômica, que gera a crise social, que por sua vez gera a crise política, para que novamente haja uma instabilidade social e possibilidade de um novo ataque golpista”, disse.

Lei Magnitsky

No início da semana, Alexandre de Moraes foi sancionado pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, criada para punir abusos de direitos humanos e corrupção, mas aplicada a ele por motivações políticas. O ministro é o primeiro brasileiro e o primeiro membro de uma Suprema Corte a sofrer essa sanção, que inclui bloqueio de bens e proibição de transações financeiras.

A medida gerou forte reação no governo brasileiro e no Judiciário, com manifestações de apoio de ministros do STF, políticos como Rodrigo Pacheco e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O presidente Lula também repudiou a sanção e tem se reunido com membros do STF para articular uma estratégia de defesa da Corte.

Despedida de Preta Gil no Municipal é marcada pela emoção da família e dos fãs

O velório de Preta Gil começou na manhã desta sexta-feira (25), às 9h30, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no Centro. A despedida da cantora reuniu familiares, amigos e uma multidão de fãs até as 14h, quando a cerimônia foi encerrada ao público.

Última homenagem a Preta Gil

Gilberto Gil e Sandra Gadelha, pais da artista, chegaram no início da tarde, acompanhados da irmã Flora Gil. O pai comoveu o público ao entrar no teatro e dar um beijo na testa da filha. Francisco Gil, filho único de Preta, também prestou sua última homenagem, acompanhado da namorada, a ex-BBB Alane Dias. Familiares e amigos mais próximos vestiam branco.


Gilberto Gil dá um beijo na testa da filha (Foto: reprodução/Lia Maciel/MKT Cemitério da Penitência)

Logo cedo, fãs formaram fila na Cinelândia para prestar a última homenagem à artista, que faleceu aos 50 anos no último domingo (20), em decorrência de um câncer, em Nova York. Com cartazes e camisetas personalizadas, alguns admiradores cantaram um dos sucessos da artista, “Sinais de Fogo”.

Diversas coroas de flores foram enviadas por nomes como Ivete Sangalo e Marina Ruy Barbosa. Entre elas, uma foi enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não pôde comparecer e foi representado pela primeira-dama Janja, acompanhada da ministra da Cultura, Margareth Menezes.

Nasceu para voar, fez seu destino, tocou o céu e espalhou só o amor. O Brasil agradece e celebra sua luz”, diz a coroa enviada pelo presidente da República.

Taís Araújo, Marcelo Serrado, Thiaguinho, Xanddy, Péricles, Carolina Dieckmann, Tiago Abravanel e outros famosos compareceram para prestar a última homenagem à cantora.


Carolina Dieckmmann se emociona em velório de Preta Gil (Foto: reprodução/Agnews)

Cortejo pelo circuito Preta Gil

Após o velório, o cortejo seguiu pelo recém-batizado circuito Preta Gil até o Cemitério da Penitência, no Caju, onde aconteceu uma cerimônia privada antes do processo de cremação. O trajeto, que é percorrido pelos megablocos de carnaval no centro, incluindo o Bloco da Preta, foi nomeado em homenagem póstuma à artista.

A Prefeitura do Rio organizou um esquema especial de bloqueios e interdições nas proximidades do Theatro Municipal, que permanecerão vigentes até as 18h desta sexta-feira.

Ex-assessor de Bolsonaro admite ser autor do plano para assassinar Lula e Moraes

O general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), admitiu em depoimento nesta quinta-feira (24) ser o autor do chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Plano Punhal Verde e Amarelo

Fernandes afirmou que o material era apenas uma reflexão pessoal sobre o contexto pós-eleitoral e que não foi compartilhado com outras pessoas. Segundo seu depoimento, o texto foi impresso no Palácio do Planalto para facilitar a leitura e “não forçar a vista”, sendo descartado logo em seguida.

“É um arquivo digital. Nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilado de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e, por costume próprio, resolvi digitalizar. Não foi mostrado a ninguém, não foi compartilhado com ninguém. Hoje me arrependo de ter digitalizado isso”, declarou durante interrogatório no STF.

O general também afirmou que aliados de Bolsonaro debatiam um decreto contendo “considerandos” que poderiam justificar uma possível intervenção do Executivo sobre os demais Poderes.


General Mario Fernandes afirma ao STF ter sido autor do plano golpista (Vídeo: reprodução/YouTube/Uol)

“Fiz um apelo ao general Ramos, que era assessor do presidente: se existe esse movimento e está dentro da Constituição, por que não reforçar isso?”, disse.  “Dentro da Constituição Federal, não acima”, enfatizou.

A Polícia Federal aponta que o plano foi criado logo após a vitória de Lula, em novembro de 2022, e discutido por militares na casa do general Braga Netto, que na época era candidato a vice de Jair Bolsonaro. O documento previa o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes como parte de uma tentativa de golpe de Estado.

Delator afirma que o plano previa repasse de dinheiro

O plano “Punhal Verde e Amarelo” foi revelado após a delação do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal. Ele revelou que o general Braga Netto repassou dinheiro ao major Rafael Martins de Oliveira, que teria participação no esquema, para custear despesas da operação. Em novembro do ano passado, a PF prendeu militares e um policial ligados ao caso, que, segundo as investigações, seria colocado em prática se a tentativa de golpe em 2022 tivesse sucesso.

Ainda segundo o general Mário Fernandes, Jair Bolsonaro, também réu por tentativa de golpe, sempre tentou agir dentro da legalidade, embora as investigações da Polícia Federal apontem que ele tinha “pleno conhecimento” do plano. A operação previa o uso de um arsenal de guerra, incluindo pistolas, fuzis, metralhadora e até lança-granadas, além do monitoramento constante do ministro Alexandre de Moraes.

Fotógrafo Sebastião Salgado morre aos 81 anos

Conhecido como um dos nomes mais importantes da fotografia mundial, Sebastião Salgado morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos. O brasileiro faleceu em Paris, na França, onde vivia desde 1969. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não governamental (ONG) fundada por ele e sua esposa, Lélia Wanick.

“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, diz a nota publicada pelo Instituto Terra.

Legado do fotógrafo

Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu em 1944, na cidade de Aimorés, no Vale do Rio Doce. O minério cresceu cercado pela natureza e pelas paisagens do interior, cenário que moldou o olhar humanista que marcaria sua fotografia.

Formado em Economia, ele começou a fotografar na década de 1970, trazendo um olhar analítico e documental. Com suas composições em preto e branco, contava histórias centradas em questões sociais, humanitárias e ambientais, mostrando a realidade da gente simples, a dignidade humana em meio à adversidade, a beleza da natureza, assim como as consequências das ações humanas sobre ela.


Exposição “Amazônia” de Sebastião Salgado em Avignon, França (Foto: reprodução/Instagram/@sebastiaosalgadooficial)


“Suas imagens, expostas em importantes instituições culturais e destacadas em publicações de todo o mundo, se transformaram em um símbolo do jornalismo fotográfico contemporâneo”, reconheceu a Organização Mundial de Fotografia.⁠

Reconhecimento global

Ao longo de mais de 50 anos de carreira, trabalhou para grandes agências como Sygma, Gamma e Magnum. Suas fotos receberam os mais importantes prêmios da fotografia mundial e fazem parte das coleções de diversos museus e instituições renomadas.

Ele recebeu diversas honrarias, como a comenda da Ordem do Rio Branco no Brasil, foi Embaixador da Boa Vontade da UNICEF e membro da Academia Americana de Artes e Ciências dos Estados Unidos, além da Academia de Belas Artes da França.


Fotos do livro “Terra” (1997), de Sebastião Salgado (Foto: reprodução/Instagram/@sebastiaosalgadooficial)


Ganhou reconhecimento mundial por seus registros impactantes, como “Serra Pelada”, “Trabalhadores” e “Êxodos”. Viajou por mais de 120 países documentando histórias reais. Em 2024, foi homenageado pelo Sony World Photography Awards por sua “destacada contribuição à fotografia”.

Sebastião Salgado anunciou sua aposentadoria no ano passado, afirmando que seu corpo sentia “os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores”. Ele convivia com sequelas de uma malária contraída em 1990, que não foi tratada de forma adequada, além de problemas na coluna vertebral decorrentes de um acidente em 1974, quando uma mina terrestre atingiu seu veículo durante a guerra de independência de Moçambique.

Foto destaque: Sebastião Salgado no Festival Culture Route, em Istambul, no ano passado (Reprodução/Getty Images Embed/Cem Tekkesinoglu/Anadolu)

Brasil registra menor número de nascimentos desde 1976, aponta IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (16) que, em 2023, foi registrado o menor número de nascimentos no Brasil desde 1976. Ao todo, foram 2,52 milhões de bebês, uma queda de 0,7% em relação a 2022. Este é o quinto ano consecutivo de queda.

A série histórica começou em 1974, porém o IBGE ressalta que os dados da década de 1970 podem estar subestimados por conta da maior subnotificação de nascimentos na época.

Queda de natalidade

A pesquisa mostra redução no número de nascimentos em todas as regiões do país, com exceção do Centro-Oeste, que registrou alta de 1,1%. Entre os estados, 18 apresentaram queda, com destaque para Rondônia (-3,7%), Amapá (-2,7%) e Rio de Janeiro (-2,2%). Já entre os que tiveram aumento, Tocantins (3,4%) e Goiás (2,8%) se destacam.

Em 2023, foram registrados ao todo 2,60 milhões de nascimentos, sendo 2,52 milhões de crianças nascidas no próprio ano e registradas até o primeiro trimestre de 2024. Outros 75 mil registros referem-se a nascimentos ocorridos em anos anteriores ou com o ano de nascimento não informado.


Registro de nascidos vivos entre 2003 e 2023 (Foto: reprodução/IBGE)


Naquele ano, 87,7% dos nascimentos foram registrados em até 15 dias, e 98,8% em até 90 dias. Os registros realizados após 90 dias concentraram-se principalmente em 16 municípios, sendo 12 na Região Norte, três no Piauí e um em Mato Grosso.

Mães de 30 anos ou mais

Klívia Brayner, gerente da Pesquisa de Registro Civil, destacou que, além da queda na natalidade e na fecundidade, os últimos Censos Demográficos apontam um envelhecimento no perfil das mães, evidenciado pelo aumento no número de nascimentos registrados entre mulheres mais maduras.

“As mulheres estão adiando a vontade de ter filhos, dando prioridade aos estudos”, ressaltou em depoimento à Agência Brasil.

Entre 2003 e 2023, os nascimentos de mães entre 30 e 39 anos cresceram significativamente, enquanto os de adolescentes até 19 anos caíram quase pela metade. Em 2023, a maior parte dos nascimentos ocorreu entre mulheres de 25 a 29 anos, seguida pelo grupo de 20 a 24 anos, que também teve redução ao longo do período.

Foto destaque: mãe segura o filho recém-nascido (Reprodução/Freepik/freepik)

Bebê com doença rara é curado com tratamento inédito que reescreve o DNA

Um bebê norte-americano de dois anos foi curado de uma doença rara graças ao primeiro tratamento de edição genética. Kyle Muldoon sofria com uma mutação fatal no DNA, mas teve seu código genético alterado por médicos em uma iniciativa inédita. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (15) durante o encontro anual da Sociedade Americana de Terapia Celular e Gênica.

Diagnóstico de KJ Muldoon

Com apenas dois dias de vida, os médicos notaram que, apesar de parecer visualmente saudável, algo estava errado com o bebê: ele estava letárgico, tinha dificuldade para se alimentar e não conseguia manter a temperatura corporal.

Uma semana depois, foi constatado que ele tinha uma doença rara e sem tratamento chamada deficiência de CPS1, uma condição genética que afeta apenas um em cada 1,3 milhão de bebês. Caso sobrevivesse, enfrentaria graves atrasos mentais e de desenvolvimento e, eventualmente, precisaria de um transplante de fígado. Mais da metade dos diagnosticados morre na primeira semana de vida.

Diante do prognóstico, os pais de Kyle decidiram incluí-lo em um estudo pioneiro, onde, há dois anos, pesquisadores do Hospital Infantil da Filadélfia (CHOP) já vinham testando terapias capazes de corrigir mutações genéticas. 


A equipe CHOP-Penn desenvolveu uma terapia personalizada para o distúrbio genético específico de KJ (Foto: reprodução/Children”/s Hospital of Philadelphia)


Tratamento experimental

O DNA humano é composto por cerca de 3 bilhões de bases, que funcionam como as “letras” que escrevem o nosso código genético. Kyle nasceu com uma mutação em apenas uma delas. O tratamento, chamado edição de base, corrige essa alteração específica por meio de um medicamento injetável personalizado, desenvolvido sob medida. Cada infusão dura cerca de duas horas, e até o momento ele já recebeu três aplicações.

Segundo os médicos, após o procedimento, Kyle já está conseguindo ingerir proteínas e apresentou avanços importantes no desenvolvimento, que não ocorriam antes do tratamento. Eles consideram o caso uma reversão da doença, mas ainda não sabem se a criança precisará continuar o tratamento no futuro. Desde a primeira infusão, a dosagem tem diminuído gradualmente.

Atualmente, esse tipo de tratamento só é viável para doenças hepáticas, pois o fígado facilita a entrega eficaz das instruções necessárias para a edição genética. No entanto, especialistas acreditam que, no futuro, a técnica poderá tratar doenças neurológicas e genéticas, com terapias personalizadas baseadas no DNA de cada paciente.

Foto destaque: pesquisadores Kiran Musunru e Rebecca Ahrens-Nicklas ao lado do bebê KJ (Reprodução/Children”/s Hospital of Philadelphia)

Influenciador Nazario Gomes morre de meningite fúngica; entenda a doença

No último sábado (03), o influenciador Nazario Gomes faleceu devido a complicações causadas por meningite fúngica. O jovem de apenas 20 anos estava internado em uma unidade de saúde na capital amazonense, chegou a ser entubado, mas não resistiu.

Amigos do jovem confirmaram a informação ao G1. Bastante ativo nas redes sociais e presente em diversos eventos de Manaus, ele reunia mais de 16 mil seguidores, com quem compartilhava momentos do seu dia a dia.

O que é a meningite fúngica

A meningite fúngica é uma infecção causada por fungos que atinge as meninges, membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Embora seja mais comum em pessoas com o sistema imunológico comprometido, como pacientes em tratamentos oncológicos, usuários de medicamentos imunossupressores e corticóides, ou indivíduos com HIV/AIDS, também pode afetar pessoas saudáveis.

A doença é considerada menos frequente do que as meningites dos tipos viral e bacteriano e pode ser causada por diversos fungos, sendo o Cryptococcus neoformans o principal agente responsável.


Paciente recebe medicação (Foto: reprodução/Freepik/The Yuri Arcurs Collection)


Segundo o Ministério da Saúde, ela não é transmitida de pessoa para pessoa, mas sim através de esporos (pequenos fragmentos de fungos), que entram nos pulmões e podem alcançar as meninges. Alguns fungos estão presentes em solos ou em ambientes contaminados por fezes de pássaros e morcegos, enquanto o fungo Candida é geralmente adquirido em ambientes hospitalares.

Sintomas e tratamento

As manifestações iniciais da meningite fúngica incluem dor de cabeça intensa, febre, náuseas e vômitos, rigidez no pescoço e sensibilidade à luz. Com o avanço da infecção, podem surgir confusão mental, sonolência e, em casos mais graves, convulsões.

Pacientes com suspeita da doença devem ser hospitalizados imediatamente devido à gravidade do quadro clínico. É essencial procurar atendimento médico urgente em um pronto-socorro para avaliação e definição do tratamento adequado, conforme o agente causador. Caso não seja tratada corretamente, ela pode resultar em complicações graves, como danos cerebrais ou até mesmo a morte.

Foto destaque: Nazario Gomes (Reprodução/Instagram/@nazzariio)

Entenda como funcionará a remuneração do papa Leão XIV

O primeiro papa norte-americano, Robert Prevost, foi eleito na última quinta-feira (8) como novo pontífice da Igreja Católica. Segundo a agência italiana Ansa, Leão XIV deve ter direito a um valor simbólico de cerca de 2,5 mil euros, o equivalente a 16 mil reais mensais.

A mesma quantia foi ofertada ao papa Francisco, em 2013, mas ele fez voto de pobreza e abdicou do dinheiro, seguindo o exemplo de São Francisco de Assis. Antes de falecer, ele doou 200 mil euros, aproximadamente 1,2 milhão de reais, de sua conta pessoal aos detentos da prisão Casal del Marmo.

Benefícios do cargo papal

Embora ocupe uma posição de grande responsabilidade na Igreja Católica, o papa não recebe um salário fixo. Todas as suas necessidades, como moradia, alimentação, transporte, segurança e outras despesas pessoais, são custeadas integralmente pela Santa Sé.

Ao assumir a liderança, Leão XIV não só assume responsabilidades religiosas, mas também funções diplomáticas e administrativas relacionadas ao Vaticano como um país. Ele ainda terá o dever de gerenciar um fundo de caridade, que poderá ser utilizado para financiar projetos sociais e iniciativas humanitárias promovidas pela Igreja.


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Robert Francis Prevost e Papa Francisco em 2023 (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Vatican Media/Vatican Pool)


Ajustes nos salários do Vaticano

Antes de assumir o papado, Robert Prevost recebia entre 4.000 e 5.000 euros mensais como cardeal. Em 2021, os salários do cardinalato foram reduzidos em 10% por decisão do Papa Francisco, que, desde a pandemia, lutava para diminuir os vencimentos dos clérigos e preservar o emprego dos funcionários do Vaticano.

Em 2001, surgiram especulações sobre um suposto pagamento ao Papa João Paulo II, o que levou o Vaticano a esclarecer publicamente que o papa nunca recebeu um salário fixo.

Durante seu pontificado, o Papa Francisco reforçou essa realidade, afirmando que não possuía um salário e que, sempre que necessitava de algo, simplesmente solicitava. Ele destacou que sua missão não era guiada por interesses financeiros, mas pela generosidade e pelos princípios de serviço e humildade.

Foto destaque: Papa Leão XIV, Robert Prevost (Reprodução/Getty Images Embed/Alberto PIZZOLI/AFP)