O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou uma nova versão do mapa-múndi, com o Brasil posicionado no centro. O lançamento tem como objetivo representar, de acordo com a presidência do órgão, o papel do país em articulações internacionais como o Brics, o Mercosul e a próxima edição da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP 30).
Brasil central no mapa reflete posição em fóruns internacionais
Nesta quarta-feira (07), o IBGE divulgou uma nova representação cartográfica do globo, na qual o Brasil ocupa o centro da projeção. O modelo, chamado de “mapa invertido”, destaca também os países que integram os blocos Brics e Mercosul, além de nações de língua portuguesa e o bioma amazônico.
Cidades brasileiras ligadas a eventos internacionais estão assinaladas no material. O Rio de Janeiro é indicado como capital dos Brics; Belém aparece como sede da COP 30; e o Ceará, como local do Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global. Segundo o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, o mapa visa simbolizar o posicionamento do país em articulações internacionais. Ele defendeu que a iniciativa é uma forma de refletir sobre a inserção do Brasil nas transformações geopolíticas em curso.
Lula em programa defendendo indicação de Marcio Pochmann, atual presidente do IBGE (Vídeo: reprodução/YouTube/Instituto Lula)
Além da justificativa institucional, o lançamento do mapa ocorre em um momento de tensão interna no instituto. Desde o início da gestão de Pochmann, o órgão tem sido alvo de críticas de servidores. Em janeiro deste ano, mais de 600 funcionários assinaram uma carta aberta com denúncias de autoritarismo na condução administrativa. A resposta do presidente, que acusou os servidores de mentirem, ampliou o desgaste interno.
Brics, Mercosul e COP 30
O Brics, grupo mencionado por Pochmann, atualmente reúne 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Segundo informações oficiais do grupo, a coalizão atua como espaço de articulação política e diplomática entre países do Sul Global. Em 2025, o Brasil ocupa a presidência rotativa do bloco.
O Mercosul, por sua vez, é um bloco regional formado inicialmente por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Venezuela foi suspensa e a Bolívia entrou formalmente em 2024. No fim daquele ano, o grupo assinou um tratado de livre comércio com a União Europeia, após mais de duas décadas de negociações. O acordo, entretanto, ainda depende de ratificação pelos parlamentos dos países envolvidos.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) está marcada para novembro deste ano, em Belém (PA). O evento tem como foco a implementação das metas do Acordo de Paris, que estabelece a limitação do aquecimento global a 2°C até o final do século. Um dos principais temas em debate será o financiamento de ações climáticas, com expectativa de mobilização de até US$ 1 trilhão anuais para países em desenvolvimento.
Foto destaque: Marcio Pochmann, presidente do IBGE (Reprodução/Instagram/@portalg1)