Petrobras abre contratação da 12ª unidade para o campo de Búzios

Petrobras inicia contratação da 12ª plataforma, que vai exportar gás, ampliar aproveitamento do pré-sal e fortalecer posição estratégica da empresa

04 out, 2025
Petrobras | Reprodução/Mario Tama/Getty Images Embed
Petrobras | Reprodução/Mario Tama/Getty Images Embed

A Petrobras anunciou, na última sexta-feira (3), o início do processo de contratação de uma nova unidade: um navio-plataforma do tipo FPSO, que será instalado no campo de Búzios, na Bacia de Santos. A unidade, chamada Búzios 12, será a 12ª do complexo e terá como função a exportação do gás produzido no campo.

Modelo de contrato

O contrato será firmado na modalidade BOT (Build, Operate, Transfer – Construir, Operar e Transferir), na qual a empresa contratada será responsável pelo projeto, construção, montagem e operação da unidade por um período determinado, ao final do qual a operação retornará à Petrobras.

Além de processar e separar sua própria produção, a Búzios 12 terá capacidade para receber o gás proveniente de outras plataformas do campo que originalmente não foram projetadas para exportação. Essa estrutura permite um aproveitamento maior do gás de Búzios e contribui para ampliar a oferta de gás natural no mercado nacional.


Plataforma Petrobras (Reprodução/MAURO PIMENTEL/Getty Images Embed)

O gás extraído será levado ao Complexo de energias Boaventura, em Itaboraí (RJ), por meio do gasoduto denominado Rota 3, até a chegada à costa.

Importância para a produção e mercado de gás

O campo de Búzios foi recentemente destacado pela Petrobras como o maior produtor de petróleo do Brasil em agosto, reforçando sua importância estratégica.

Com a entrada em operação da Búzios 12 como hub exportador de gás, a companhia pretende aumentar o valor agregado da produção no pré-sal, assumindo papel não apenas de produtora de petróleo, mas também de operadora de infraestrutura para escoamento de gás natural. Essa iniciativa contribui para reduzir gargalos logísticos e valorizar reservas de gás que, até então, eram subutilizadas devido a limitações na exportação direta.

Desafios e riscos

A contratação pela via BOT impõe desafios técnicos e riscos regulatórios. A empresa que vencer a licitação deverá provar competência para construir e operar uma unidade offshore com elevado grau de complexidade, bem como garantir retornos econômicos compatíveis com o grande investimento.

Além disso, fatores macroeconômicos, variações nos preços de energia, demanda futura de gás, regulação ambiental e estabilidade jurídica serão determinantes para a viabilidade do empreendimento no longo prazo.

Repercussão e perspectivas

Para o setor energético, essa iniciativa é interpretada como um movimento da Petrobras para converter seu papel em produtor e exportador de gás, fomentando maior integração entre produção e infraestrutura logística.

O sucesso na execução e operação da Búzios 12 poderá servir como modelo para contratos semelhantes em outros campos do pré-sal ou mesmo para ampliação da infraestrutura de escoamento de gás no Brasil.

Do ponto de vista macroeconômico, caso haja incremento significativo na oferta de gás natural e eficiência nos custos logísticos, isso pode contribuir para maior competitividade da matriz energética nacional, sobretudo em um contexto de transição energética em que o gás ocupa posição estratégica como combustível de transição.

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