China prepara exército para possível invasão de Taiwan até 2027 com apoio russo, aponta instituto
Documentos vazados analisados pelo RUSI revelam colaboração secreta entre Moscou e Pequim para fortalecer poderio militar e pressionar Taiwan

O Royal United Services Institute afirmou que Xi Jinping ordenou ao Exército chinês estar preparado para uma possível ação militar contra Taiwan até 2027 com a ajuda de Rússia. Segundo o instituto, o planejamento indica uma estratégia de longo prazo para exercer pressão sobre a ilha. A análise destaca o fortalecimento das forças chinesas e o aumento da prontidão operacional especialistas alertam para riscos crescentes de conflito na região.
Rússia estaria ajudando China nesta possível invasão
Sob a liderança de Vladimir Putin, Rússia e China, comandada por Xi Jinping, estariam trabalhando de forma sigilosa para reforçar a capacidade militar chinesa com foco em um possível ataque a Taiwan. A informação surgiu a partir da análise de documentos vazados pelo grupo de hackers Black Moon, avaliados pelo think tank londrino Royal United Services Institute (RUSI).
As descobertas foram divulgadas pela Associated Press e pelo Washington Post nesta sexta-feira (26). O material indica uma colaboração estratégica entre os dois países para fortalecer o poderio militar de Pequim.
Sob a liderança de Vladimir Putin, a Rússia estaria colaborando secretamente com a China, liderada por Xi Jinping, para fortalecer as capacidades militares de Pequim em caso de um possível ataque a Taiwan. A informação vem de análises de documentos vazados pelo grupo de hackers Black Moon, examinados pelo think tank londrino Royal United Services Institute (RUSI), conforme reportado pela Associated Press e pelo Washington Post nesta sexta-feira (26).
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Encontro do presidentes da Rússia e da China (Foto: reprodução/ Instagram/ @russian_kremlin)
Segundo os arquivos cerca de 800 páginas entre contratos e atas de reuniões Moscou se comprometeu a fornecer equipamentos avançados e treinamento para um batalhão militar chinês. Entre os itens estão 37 veículos anfíbios leves BMD-4M, 11 canhões antitanque autopropulsados Sprut-SDM1, 11 blindados BTR-MDM e sistemas especiais de paraquedismo para lançamentos de cargas pesadas em grandes altitudes. O valor total dos contratos, de acordo com o Washington Post, ultrapassaria US$ 580 milhões.
Os documentos ainda mostram que a Rússia treinaria soldados chineses tanto em seu próprio território quanto em solo chinês.
O pacote russo destinado à China incluiria também paraquedas de alta altitude capazes de lançar até 190 kg a partir de 8.000 metros, possibilitando a infiltração discreta de tropas de operações especiais a até 80 km do local de pouso. Segundo Oleksandr Danylyuk um dos pesquisadores que analisou os documentos para o RUSI esse tipo de equipamento poderia ser empregado numa “fase zero” de uma invasão, permitindo o envio furtivo de soldados e material antes do início de uma ofensiva em maior escala contra Taiwan.
De acordo com veículos de imprensa dos EUA, embora a China já possua capacidade industrial e tecnológica superior à da Rússia, o país ainda busca suprir lacunas estratégicas em suas forças aerotransportadas. “A tradição chinesa em operações de desembarque aéreo é bastante recente”, comentou Danylyuk, ressaltando que o apoio russo poderia adiantar o desenvolvimento do programa em até 15 anos.
O Washington Post aponta ainda que os documentos indicam que Pequim solicitou adaptações nos veículos adquiridos para compatibilizá-los com munição e sistemas de comunicação chineses, além de pressionar Moscou a reduzir os prazos de entrega. Segundo especialistas citados pelo jornal, essa parceria evidencia um nível de integração operacional sem precedentes entre os dois regimes.
Conforme contratos e trocas de mensagens citados pelo Royal United Services Institute, em 2023 a Rússia acertou o envio à China de um pacote completo de armamento e equipamento para formar um batalhão aerotransportado.
O acordo prevê também o fornecimento de dispositivos especiais voltados à infiltração aérea de unidades de operações especiais, além de um programa integral de treinamento para operadores e equipes de manutenção.
Paralelamente, a Rússia está transferindo know‑how e tecnologia que permitirão à China reproduzir e modernizar localmente armamentos e equipamentos semelhantes, ampliando sua capacidade produtiva.