Lula menciona a condenação de Bolsonaro durante seu discurso na ONU
O presidente Luís Inácio Lula da Silva abriu os discursos entre os chefes de Estado da 80° edição da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira

O presidente Lula citou a condenação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro durante seu discurso na abertura dos debates na ONU nesta terça-feira (23). De acordo com ele, com a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado o Brasil transmitiu um recado “diante dos olhos do mundo” a todos os candidatos a autocratas e também aos que os apóiam que, a soberania e a democracia do país são inegociáveis e que o país seguirá como uma nação independente e livre de qualquer tipo de tutela.
Menção a Bolsonaro
Em seu discurso, Lula falou sobre a condenação do ex-presidente pontuando a importância histórica do ocorrido. De acordo com ele, com 525 anos de história do Brasil, esta foi a primeira vez que um ex-chefe de Estado foi condenado por cometer um atentado contra o Estado Democrático de Direito.
Ele também esclareceu que Bolsonaro foi investigado, indiciado e julgado por suas ações em um processo meticuloso e teve direito à defesa, o que é negado em regimes ditatoriais.
Lula menciona Bolsonaro (Vídeo: reprodução/youtube/@CNNbrasil)
O presidente também deixou claro que não haverá uma pacificação sem impunidade para os “falsos patriotas” que conspiram publicamente contra o Brasil.
Nos últimos meses, o julgamento de Bolsonaro foi o ponto crucial para a tensão entre o governo brasileiro e o governo norte-americano.
Donald Trump impôs sanções tarifárias ao país e aos membros do poder Judiciário brasileiro como forma de retaliação às investigações contra Jair Bolsonaro, tornando a relação entre os países como a pior das últimas décadas.
Tradição brasileira
Ano após ano o Brasil é o responsável por iniciar a Assembleia Geral das Nações Unidas abrindo o debate diplomático mais importante mundialmente.
A tradição é diplomática, e de acordo com o livro O Brasil nas Nações Unidas, 1946 – 2012, teve início em 1949, durante a Guerra Fria, e foi uma solução para evitar dar prioridade aos Estados Unidos ou à União Soviética.
A partir disso, tornou-se habitual que, antes da abertura da lista para oradores, o secretário-geral da ONU envia uma nota ao Brasil perguntando se o país tem o desejo de seguir com a tradição.
Na palavras da publicação do livro, está prática faz com quem o Brasil seja honrado e consolidado como um peso estratégico para a circunstância.
Ainda de acordo com o livro, o Brasil se difere da maiorias das outras delegações pois utiliza a oportunidade para fazer análises mais amplas sobre questões internacionais e projetar sua visão de mundo para defender temas estruturais, como o combate à fome, a reforma e o desenvolvimento das instituições.