NASA descobre 6.000° exoplaneta e prepara telescópios para buscar vida fora da Terra

Aposta em telescópios inovadores para detectar mundos habitáveis com tecnologia de ponta pode trazer benefícios para áreas como medicina e agricultura

22 set, 2025
Imagem da Terra captada por satélite da NASA | Reprodução/Instagram/@nasa
Imagem da Terra captada por satélite da NASA | Reprodução/Instagram/@nasa

A NASA confirmou o 6.000º exoplaneta, um planeta fora do Sistema Solar, 30 anos após a descoberta de 51 Pegasi b, o primeiro mundo em torno de uma estrela semelhante ao Sol. Desde então, a velocidade das descobertas disparou: além dos 6.000 já confirmados, mais de 8.000 candidatos aguardam validação na base de dados do Instituto de Ciência de Exoplanetas da Agência Espacial Americana, no Caltech (Califórnia). Eles incluem desde pequenos planetas rochosos e gigantes gasosos até mundos oceânicos e sistemas sem equivalente no nosso sistema solar.

Essa evolução não é apenas científica, mas tecnológica. Métodos como o trânsito planetário e a velocidade radial, que detectam variações sutis na luz ou no movimento de estrelas, se consolidaram como ferramentas padrão. O Telescópio Espacial James Webb, por exemplo, já analisa a química das atmosferas desses mundos distantes.

Tecnologia para detectar novos mundos

Apesar do avanço, a maioria dos exoplanetas descobertos ainda é maior que a Terra e relativamente próxima do Sistema Solar, principalmente por serem mais fáceis de observar. Para encontrar planetas menores, do tamanho terrestre, em órbitas similares à Terra, a NASA está investindo em tecnologias avançadas.

Dentre elas, está o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, previsto para ser lançado em 2027, e usará microlentes gravitacionais e um coronógrafo, dispositivo que “eclipsa” a luz das estrelas, para captar imagens diretas de planetas em órbita. Mais adiante, o Observatório de Mundos Habitáveis, com lançamento estimado para 2041, será o primeiro telescópio desenvolvido especificamente para procurar sinais de vida em exoplanetas.


Maioria dos exoplanetas descobertos ainda é maior que a Terra e próxima do Sistema Solar (Foto:reprodução/Thilina Kaluthotage/NurPhoto via Getty Images Embed)

A convergência de ciência e inovação

Para a NASA, esse marco representa décadas de investimento em engenharia espacial, computação avançada e análise de dados. Como destacou Shawn Domagal-Goldman, diretor interino da Divisão de Astrofísica da agência, “passo a passo, da descoberta à caracterização, construímos a base para responder a uma pergunta fundamental: estamos sozinhos?”.

Impacto tecnológico na Terra

As tecnologias desenvolvidas para buscar exoplanetas têm aplicações diretas no cotidiano terrestre. Sensores ultra precisos, algoritmos de inteligência artificial e técnicas avançadas de processamento de imagem criadas para missões espaciais já estão sendo adaptadas para diagnósticos médicos, monitoramento ambiental, agricultura de precisão e sistemas de segurança. A corrida para identificar mundos habitáveis não apenas expande nosso conhecimento do cosmos, mas também acelera inovações que transformam setores inteiros da economia global.

O desafio agora é tecnológico: desenvolver instrumentos com sensibilidade suficiente para detectar sinais de vida em atmosferas alienígenas e processar grandes volumes de dados astronômicos. Essa nova fronteira coloca a exploração espacial cada vez mais próxima do universo das tecnologias emergentes, com aplicações que vão além da astronomia e influenciam setores como ótica, IA e análise de big data.

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