Estudo da Nasa revela que células-tronco envelhecem mais rápido no espaço

Pesquisa mostra que células-tronco humanas envelhecem mais rápido no espaço, afetando regeneração e imunidade de astronautas em missões longas

08 set, 2025
Nasa revela que missões longas afetam células-tronco  | Reprodução/SOPA Images/ Getty Images Embed
Nasa revela que missões longas afetam células-tronco | Reprodução/SOPA Images/ Getty Images Embed

Voos espaciais aceleram envelhecimento de células-tronco humanas, revela estudo da Nasa. Pesquisadores identificaram que microgravidade e radiação cósmica reduzem a capacidade de renovação celular, aumentando riscos para astronautas em missões prolongadas. As descobertas podem ajudar no desenvolvimento de contramedidas para proteger a saúde humana no espaço e também têm implicações para tratamentos de doenças na Terra.

Microgravidade e radiação afetam células-tronco

As células-tronco estão presentes em todo o corpo e podem se transformar em células especializadas, como sanguíneas, cerebrais ou ósseas, desempenhando papel crucial na manutenção e reparo do organismo. O estudo, parcialmente financiado pela Nasa, analisou células-tronco da medula óssea de pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas. Em biorreatores compactos, monitorados por inteligência artificial a bordo da Estação Espacial Internacional, as células permaneceram constantemente ativas, consumindo reservas de energia e exibindo sinais de envelhecimento acelerado.

Durante o voo, as células-tronco não dormiam, permanecendo em estado ativo e funcionalmente exaustas”, afirmou Catriona Jamieson, autora do estudo e diretora do Instituto Sanford de Células-Tronco. Parte do DNA normalmente inativa, chamada de “genoma obscuro”, foi ativada, desencadeando processos semelhantes aos observados em células pré-leucêmicas, um tipo de câncer no sangue.


Pesquisa indicou que missões longas podem comprometer regeneração celular (Foto: reprodução/Evgenii Kovalev/Getty Images Embed)

Impactos para astronautas e aplicações terrestres

A pesquisa indica que missões longas podem comprometer a imunidade e a regeneração celular dos astronautas, aumentando os riscos de saúde. Estudos preliminares mostram que, após o retorno à Terra, as células podem se recuperar do envelhecimento acelerado, embora o processo dure cerca de um ano.

Além disso, os achados têm potencial para pesquisas médicas na Terra. Pacientes com câncer, cujas células-tronco sofrem estresse similar, podem se beneficiar de terapias baseadas nos mecanismos observados no espaço. Especialistas destacam que compreender os efeitos da microgravidade e da radiação sobre as células-tronco é fundamental para planejar missões a Marte e desenvolver tratamentos inovadores para doenças humanas.

Perspectivas para missões futuras

Os pesquisadores planejam agora desenvolver contramedidas específicas para proteger as células-tronco de astronautas em missões de longa duração. Possíveis estratégias incluem medicamentos que reduzam a ativação do genoma obscuro e biorreatores avançados que simulem condições ideais de repouso celular. O objetivo é criar protocolos preventivos que garantam a saúde a longo prazo, não apenas para futuras expedições espaciais, mas também para avanços clínicos na Terra.

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