EUA dificulta entrada de brasileiros, alerta ONU

Diplomatas brasileiros relataram à ONU atraso na emissão de vistos para a comitiva que participará da Assembleia Geral na sede em Nova York

16 set, 2025
O presidente do Brasil Luiz Inácio  | Reprodução/Ricardo Stuckert/PR
O presidente do Brasil Luiz Inácio | Reprodução/Ricardo Stuckert/PR

Nesta segunda-feira (15), a Organização das Nações Unidas demonstrou apreensão diante do atraso na emissão dos vistos para os integrantes da delegação brasileira que estarão na Assembleia Geral em Nova York. A poucos dias do início do evento, parte da comitiva que acompanhará o presidente Lula segue sem autorização para entrar nos Estados Unidos.

Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a situação como preocupante e afirmou que a organização espera que os vistos sejam concedidos, assim como foi destacado no caso da delegação Palestina.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que os vistos estão em fase de processamento e demonstrou confiança de que os Estados Unidos irão cumprir o acordo internacional que garante a entrada de representantes oficiais no país-sede da ONU.

Atraso nos vistos preocupa governo

O governo brasileiro expressou preocupação ao comitê de relações com o país-sede da ONU sobre a demora na emissão de vistos para integrantes da delegação que participará da Assembleia Geral, marcada para o dia 23. O tema foi abordado durante uma reunião realizada em Nova York na última sexta-feira (12).

Por sua vez, não soube informar quantas autoridades ainda aguardam o visto. A lentidão na emissão dos documentos ocorre em um momento de tensão diplomática, marcado por medidas adotadas pela administração de Donald Trump que afetam diretamente o Brasil.


Países pedem abertura gradual de sede da ONU em Nova York

   Sede da ONU em Nova York (Foto: Reprodução/Manuel Elias/UN Photo)

Enquanto mantém tratativas com os Estados Unidos sobre os vistos da comitiva, o governo brasileiro também ajusta os últimos detalhes do discurso que o presidente Lula fará na Assembleia-Geral da ONU. Como é tradição, o Brasil será o primeiro país a se pronunciar, seguido pelos Estados Unidos.

ONU vê falha em compromisso americano

O diretor reconheceu que a concessão de vistos é uma decisão soberana dos Estados Unidos. No entanto, destacou que, no contexto da Assembleia-Geral da ONU, existe uma obrigação formal prevista no acordo de sede, que determina a liberação dos documentos para representantes oficiais. Ele afirmou que qualquer ação que contrarie esse compromisso representa uma violação legal, já que o país anfitrião tem o dever de garantir o acesso das delegações participantes ao território onde o evento é realizado.

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