Trump acusa Democratas de subornar Beyoncé por apoio a Kamala
As acusações de Trump surgem em meio a crescente pressão pública relacionada a Jeffrey Epstein; Trump foi citado na lista do caso

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou neste fim de semana que o Partido Democrata teria pago milhões de dólares para celebridades endossarem a campanha de Kamala Harris nas eleições de 2024. Em post na plataforma Truth Social, Trump afirmou que Beyoncé recebeu cerca de 11 milhões de dólares por um breve
depoimento em comício, que teria ocorrido sem apresentação musical e sob vaias do público. Ele também mencionou pagamentos de 3 milhões a Oprah Winfrey e 600 mil a Al Sharpton, acusando-os de violar leis eleitorais.
Segundo Trump, tais valores teriam sido disfarçados como custos de produção ou despesas de eventos, configurando ilegalidade na legislação sobre financiamento de campanha. Ele exigiu que Harris e os envolvidos sejam processados judicialmente, classificando os pagamentos como fraudulentos e incompatíveis com a lei vigente.
Estratégias de distração
As acusações de Trump surgem em meio a crescente pressão pública relacionada ao caso Jeffrey Epstein, cujos arquivos ainda não foram totalmente divulgados. Especialistas apontam que o ex-presidente tem usado o escândalo como base para atacar figuras proeminentes do adversário político e desviar atenção de investigações em curso.
Caso Epstein ameaça o governo de Trump (Vídeo:Reprodução/Youtube/CNN Brasil)
A ofensiva retórica de Trump segue uma estratégia identificada por analistas como de desvio das controvérsias internas, direcionando a discussão para o financiamento de campanhas democratas e lançando suspeitas sobre figuras influentes, sem apresentar provas. O presidente chegou a criticar também artistas como Bruce Springsteen, Bono e outros, questionando os valores recebidos, ainda que não haja confirmação de pagamentos pessoais.
O episódio intensifica o debate sobre os limites da influência de celebridades em campanhas políticas e sobre a necessidade de transparência em gastos eleitorais. As regras da Comissão Federal permitem que candidatos paguem por custos de produção, desde que declarados. Até o momento, Kamala Harris ou representantes não emitiram comentários adicionais sobre o pedido de investigação ou sobre as acusações específicas feitas por Trump.
Falta de evidência e explicações oficiais
A campanha de Kamala Harris nega que tenha pago qualquer valor pessoal às celebridades. Documentos da Comissão Federal de Eleições mostram que foram feitos pagamentos à empresas de produção ligadas ao evento: 165 mil dólares à empresa de Beyoncé e 1 milhão à empresa de Oprah, destinados à cobertura de custos logísticos e técnicos. Não há comprovações de que esses valores tenham sido entregues às artistas como contrapartida por endosso político.
Beyoncé e sua equipe negaram ter recebido os 11 milhões apontados por Trump. A mãe da cantora divulgou declaração classificando o número como falso e reiterou que a filha não recebeu pagamento pela aparição. Oprah também declarou publicamente que não foi remunerada por sua participação, afirmando que os custos se referiam apenas ao pessoal e à infraestrutura do evento.