Oruam lidera protestos pela morte de jovem no Rio de Janeiro
Com forte apoio do rapper Oruam, moradores do Morro do Santo Amaro protestam após morte de jovem baleado por PMs durante festa junina

Na tarde deste sábado (7), moradores do Morro do Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro, realizaram um protesto após a morte de Herus Guimarães Mendes, baleado durante uma ação da Polícia Militar (PM) enquanto participava de uma festa junina na noite da sexta-feira (6). O episódio também deixou outras cinco pessoas feridas.
Herus chegou a ser socorrido ao Hospital Municipal Souza Aguiar e, posteriormente, foi transferido em estado gravíssimo para o Hospital Glória D’Or, mas não resistiu aos ferimentos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) já iniciou as investigações, requisitando imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos e solicitando perícias independentes.
Oruam lidera manifestações e cobra justiça
Um dos nomes mais influentes da cena musical urbana, o rapper Oruam teve participação central nos protestos. Com forte ligação com a comunidade do Santo Amaro, ele não apenas esteve presente fisicamente na manifestação, como também usou suas redes sociais para amplificar a indignação dos moradores.
Oruam abraçando a mãe de Herus (Foto: reprodução/X/@vozdacomunidade/@uendel_vn7)
“Até quando vão ficar acabando com meu povo? A gente só quer justiça”, declarou o artista em um vídeo publicado nos stories do Instagram, que rapidamente se espalhou e repercutiu nacionalmente. Oruam também registrou momentos do protesto, mostrando faixas, cartazes e a mobilização popular contra a violência policial. Sua presença impulsionou a visibilidade do caso e atraiu apoio de outros artistas e ativistas.
A morte de Herus, ocorrida em meio a uma celebração comunitária, causou comoção. A festa junina era considerada um evento pacífico e tradicional da comunidade. Testemunhas relataram pânico e correria quando os disparos começaram, transformando o que seria uma noite de alegria em uma tragédia.
PM justifica operação e autoridades investigam
A Polícia Militar informou que a ação tinha caráter emergencial e foi motivada por denúncias sobre a presença de criminosos armados disputando território. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) teria sido chamado diante de um suposto confronto iminente. De acordo com a corporação, os agentes só reagiram após serem atacados, em uma área distinta daquela onde acontecia a festa.
O Ministério Público requisitou o material das câmeras corporais dos policiais, o laudo necroscópico e outros documentos, buscando entender a cronologia dos acontecimentos e identificar eventuais abusos por parte dos agentes.
Feridos, investigações e desdobramentos
Das cinco pessoas feridas, quatro já tiveram alta hospitalar, e uma continua internada em estado estável. A corregedoria da PM está analisando as imagens registradas pelas câmeras dos uniformes dos agentes envolvidos na ação.
Enquanto isso, a comunidade segue mobilizada e em alerta. A presença de Oruam nos protestos serviu como catalisador para a causa, dando voz às famílias e às lideranças locais. A cobrança por justiça continua, e os desdobramentos do inquérito deverão definir os próximos passos em relação à responsabilização policial e à conduta da operação.