Polícia resgata homem de caminhão no Rodoanel em São Paulo

Um resgate mobilizou equipes policiais e causou grande repercussão nesta terça-feira (12), em São Paulo. Um homem foi retirado de dentro de um caminhão durante uma operação no trecho do Rodoanel Mário Covas. As imagens do momento, registradas por motoristas que passavam pelo local, rapidamente se espalharam nas redes sociais, levantando questionamentos sobre o que teria acontecido e como o homem foi parar no compartimento de carga do veículo.

A ação policial

De acordo com as informações preliminares, agentes realizavam uma operação de rotina quando notaram um caminhão parado de forma suspeita no acostamento do Rodoanel. Ao se aproximarem, perceberam movimentações no interior da carroceria e decidiram realizar uma abordagem. Após o desbloqueio da estrutura, os policiais encontraram um homem aparentemente desorientado, mas consciente. Ele foi retirado com cuidado e encaminhado para atendimento médico no local.

A operação contou com o apoio de viaturas da Polícia Militar Rodoviária e bloqueio temporário de parte da pista para evitar acidentes. O motorista do caminhão prestou depoimento e relatou que não sabia da presença do homem no compartimento de carga, hipótese que ainda será investigada.


Resgate ao motorista do caminhão (vídeo: reprodução/ Band Jornalismo/ Youtube)


Imagens e repercussão

Os vídeos gravados por testemunhas mostram o momento em que os agentes abrem o caminhão e ajudam o homem a sair. Ele parece exausto e se apoia nos policiais enquanto é levado para uma área segura. As cenas geraram forte repercussão nas redes sociais, onde usuários elogiaram a rapidez do resgate, mas também questionaram as condições que levaram o homem a estar naquela situação.

Especialistas em segurança pública afirmam que casos como esse refletem tanto o aumento das fiscalizações em rodovias quanto a vulnerabilidade de pessoas em situação de risco, que podem se esconder em veículos de carga. Para alguns, o episódio evidencia falhas na segurança e na fiscalização dos corredores logísticos, fundamentais para o transporte de mercadorias no país.

Repercussões e segurança no transporte

O episódio reacende discussões sobre as condições de trabalho de motoristas e auxiliares que percorrem longas distâncias, muitas vezes sob pressão e sem estrutura adequada. Além disso, reforça a importância da fiscalização constante nas principais rodovias do estado de São Paulo, que concentram grande parte do fluxo logístico nacional.

Autoridades destacaram que a operação faz parte de um esforço contínuo de monitoramento das estradas, com foco em coibir práticas ilegais e garantir a segurança dos usuários. O caso ainda será investigado para esclarecer as circunstâncias que levaram o homem a permanecer dentro do caminhão e se há ligação com outros episódios semelhantes. O resultado do inquérito deve ser divulgado nos próximos dias.

Socorristas buscam mais de 200 alpinistas presos no Everest após nevasca extrema

Uma nevasca intensa e inesperada atingiu o lado tibetano do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo localizada entre o Nepal e a China, deixando mais de 200 pessoas presas em acampamentos de alta altitude. O evento climático extremo ocorreu entre sexta-feira (3/10) e domingo (5/10), surpreendendo centenas de alpinistas e praticantes de trekking que aproveitavam o que historicamente é uma estação de transição favorável para a montanha. Equipes de resgate correm contra o tempo para alcançar os isolados e evitar mais fatalidades, em uma operação dificultada pelo acúmulo de neve e o risco persistente de hipotermia.

Cerca de mil pessoas atingidas pelo Nevão

A nevasca rapidamente isolou os grupos. Relatos indicam que, inicialmente, cerca de 1.000 pessoas ficaram presas em acampamentos localizados no vale de Karma, na encosta leste, a altitudes de quase 5.000 metros. A violência da tempestade forçou montanhistas a remover neve das barracas a cada dez minutos para evitar serem soterrados, com muitos expressando temor de morte.


 Grupo de alpinistas fica isolado após nevasca atípica no Everest (Vídeo: reprodução/X/@Ravi4Bharat)

350 já foram salvos

Uma grande mobilização de resgate foi iniciada pelas autoridades chinesas, envolvendo centenas de socorristas, incluindo a equipe Blue Sky do Tibete. Até o momento, a operação foi bem-sucedida em guiar aproximadamente 350 alpinistas e trilheiros para a segurança na pequena cidade de Qudang, onde receberam assistência, comida e foram monitorados. No entanto, o foco agora está nos mais de 200 que permanecem presos. As autoridades afirmam manter contato com o grupo via rádio e outros meios, indicando que os sinais vitais estão, por enquanto, estáveis.

Alerta da crise climática

O momento e a intensidade da nevasca preocupam especialistas. Outubro é tradicionalmente um mês com temperaturas amenas e céu claro, sendo um dos favoritos para expedições. Guias locais relataram nunca ter enfrentado um clima tão ruim nesta época do ano. O especialista britânico em expedições, Nick Hollis, destacou que a crise climática está tornando as previsões meteorológicas mais imprevisíveis em todas as cadeias de montanhas, com o Everest não sendo exceção. O risco se agrava, pois a região já enfrenta problemas de superlotação em suas rotas. O resgate dos grupos remanescentes é uma corrida contra o tempo, com equipes usando cavalos e trilhas abertas na neve para levar suprimentos e retirar os afetados antes que o clima possa piorar.

Juliana Marins pode ter permanecido viva por 32 horas após queda

Nesta sexta-feira (11), em coletiva no Rio de Janeiro, promovida pela Defensoria Pública da União, legistas informaram os resultados de nova perícia e revelaram que Juliana Marins, brasileira que morreu após cair na Indonésia, pode ter resistido por até 32 horas após a queda. A primeira autopsia do corpo da jovem foi realizada no país asiático, mas uma nova perícia, agora realizada no Brasil, foi solicitada pela família pela Juliana.

Resultados da nova perícia

Em necropsia realizada no Instituto Médico Legal (IML), a estimativa do tempo de vida de Juliana após a queda foi descoberta mediante exames entomológicos, estudo de larvas que estavam na raiz dos cabelos e no tórax da jovem. A investigação feita por Janyra Oliveira Costa, especialista na área, ao observar traços, ovos e evolução, conseguiu chegar ao possível momento da morte da brasileira.

“A estimativa indica que Juliana morreu por volta do meio-dia do dia 22 de junho, horário da Indonésia. Como a queda ocorreu às 4h da manhã do dia 21, ela pode ter permanecido viva por até 32 horas”, declarou o legista Reginaldo Franklin.


Perito Nelson Massini explicando o novo laudo em coletiva (Foto: reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O novo laudo da necropsia, confirmou a causa da morte como politraumatismo, ferimentos provocados pelos impactos sofridos no acidente. Durante os dias em que esperava resgate, Juliana ficava cada vez mais distante do local em que caiu por conta da superfície escorregadia onde estava, sofrendo várias quedas. Entre todas essas quedas, a última foi fatal, provocando uma morte dolorosa, afirmou o perito Nelson Massini.

“Foi um processo de sofrimento, com dificuldade respiratória enorme. Os alvéolos pulmonares estavam cheios de sangue, o que impede a entrada de oxigênio. Entra-se numa agonia respiratória e, em seguida, ocorre a morte”, disse Massini.

Sobre o acidente

Juliana Marins, de 26 anos, sofreu um acidente durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no final de junho. Após a queda, a publicitária esperou pelo regaste por mais de três dias e segundo novos relatos, a brasileira teria gritado por ajuda por mais de 10 horas. A jovem de Niterói, Rio de Janeiro, foi encontrada morta e teve corpo retirado por profissionais da região e voluntários que se sensibilizaram pelo caso.


Registro de Juliana Marins em Vale do Alcantilado, Minas Gerais (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

O novo laudo, divulgado nesta sexta (11), também mostrou que Juliana enfrentou um longo processo de morte, o que volta atenção ao despreparo das autoridades quanto ao resgate. O caso de Juliana segue sendo investigado sob sigilo pelas autoridades brasileiras.

Brasileiros são resgatados após nevasca no Chile

Uma nevasca que ocorreu no Chile na noite de quinta-feira (26), deixou presas 59 pessoas na rota internacional 27ch, na região do deserto do Atacama. Ninguém ficou ferido, apenas com cansaço e exaustão. Dentre os resgatados, 18 eram brasileiros.

Herlys Sánchez, assim que foi resgatado, fez questão de agradecer ao país pelo resgate bem-sucedido, mesmo com a alta complexidade do caso. “Estamos muito agradecidos ao Chile, porque se não fosse por isso, ainda estaríamos sofrendo lá em cima”, disse ele.

O delegado do caso informou em entrevista que o resgate foi muito exaustivo além da dificuldade devido ao tempo, mesmo assim, a equipe de resgate conseguiu superar os desafios enfrentando um vento branco e temperaturas baixas, a experiência do grupo em resgate foi fundamental para o sucesso do caso.

As 59 pessoas foram levadas para o hospital para uma avaliação médica, mas felizmente ninguém se machucou. “Foi finalizada com sucesso a operação de resgate das 59 pessoas que puderam ser retiradas desde o início desta contingência climática, que afetou a região de Hito Cajón e Paso Jama.”, declarou o delegado do caso.

Relato de uma brasileira

Fernanda Deiró, que estava curtindo as férias no país, estava voltando do passeio das cordilheiras quando tudo aconteceu. Ela relatou que estava dentro da van em direção à cidade de San Pedro quando ocorreu o acidente, um ônibus derrapou na pista e bloqueou a estrada nos dois sentidos, sem sinal de telefone, comida ou aquecimento.

As pessoas que ali estavam tiveram que contar com o apoio Exército chileno, bombeiros e polícia para deixar a área em segurança.


Casal brasileiro resgatado no Chile (Foto:Reprodução/site/Metrópoles)


Relembre o caso

Uma forte nevasca impossibilitou a visão de veículos na estrada do Chile entre as cordilheiras que corta o país com a Argentina. Com as vias bloqueadas devido a um derrapamento de um ônibus, os turistas não conseguiam sair do lugar e tiveram que esperar o resgate, realizado pelos policiais da região de Antofagasta, cidade próxima ao destino turístico de Atacama, conhecido por muitos brasileiros.

“Com 59 pessoas resgatadas e com boa saúde, o longo dia de resgate na rota 27CH termina. O prefeito destaca o trabalho dos policiais junto aos órgãos de emergência”, segundo a polícia local publicou nas redes sociais.

O trabalho de resgate para liberar toda rodovia durou mais de 12 horas, a informação de que uma van estava com turistas brasileiros foi revelada pelo jornal O diário de Antofagasta.

Campanha para alpinista que resgatou corpo de Juliana é cancelada após polêmica sobre taxa

No domingo (29), foi cancelada a vaquinha em apoio a Agam, o alpinista que se voluntariou para resgatar o corpo da brasileira Juliana Marins. Até as 19h do dia anterior, a iniciativa já havia reunido mais de R$ 522 mil em doações.

Em comunicado oficial nas redes sociais, a página Razões Para Acreditar, responsável pela campanha por meio da plataforma de vaquinhas online Voaa, anunciou o cancelamento imediato da campanha, com reembolso total e automático das doações pelos mesmos meios de pagamento, a partir desta segunda-feira (30).

Taxa de 20% gera críticas e leva ao fim da campanha

A decisão de encerrar a campanha ocorreu em meio a críticas e dúvidas levantadas por parte do público sobre a taxa administrativa de 20% aplicada à arrecadação. Em um post, a empresa informou que embora o aviso relacionado à taxa estivesse disponível no site desde o início, ela acabou causando insatisfação entre alguns doadores.

Segundo as organizações, a taxa de 20% aplicada pela Voaa reflete um modelo operacional único, que ultrapassa a mera oferta da plataforma de arrecadação. Contudo, admitiram que a comunicação sobre esses detalhes poderia ter sido mais transparente.

No comunicado, também foi informado que a devolução dos valores ocorrerá de forma automática, pelos canais originais de pagamento, sem que os doadores precisem realizar qualquer procedimento, respeitando os prazos estabelecidos por cada meio.


Comunicado do cancelamento da vaquinha (Foto: reprodução/Instagram/@voaa_vaquinha e @razoesparaacreditar)

Alpinista enfrentou perigo para preservar corpo de Juliana

Agam, o alpinista voluntário, colocou sua própria vida em risco para alcançar o local onde estava o corpo de Juliana Marins, uma jovem brasileira que caiu de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani.

Ele passou a noite ao lado da vítima, em uma encosta íngreme e instável, para impedir que o corpo deslizasse ainda mais. O gesto de Agam gerou grande repercussão nas redes sociais, o que impulsionou a arrecadação de mais de R$ 500 mil em poucos dias.

Corpo de brasileira é resgatado após queda em vulcão na Indonésia

O corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi resgatado nesta quarta-feira (25) do Monte Rinjani, na Indonésia, após mais de quatro dias de buscas intensas. Juliana caiu de uma trilha no vulcão no último fim de semana e foi encontrada sem vida cerca de 600 metros abaixo do trajeto principal.

A operação de resgate foi realizada por agentes da Basarnas, a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, com o apoio de voluntários especializados. De acordo com as autoridades locais, o processo de içamento do corpo durou mais de sete horas e foi dificultado pelas condições climáticas adversas, como neblina intensa, baixa visibilidade e variações bruscas de temperatura.


https://www.youtube.com/watch?v=s_r4A6DevZ4

Reportagem sobre o resgate de Juliana Martins (Vídeo: reprodução/YouTube/

Mau tempo complica

O mau tempo também impossibilitou o uso de helicópteros na operação, obrigando as equipes a atuarem exclusivamente por via terrestre. A trilha onde Juliana caiu é considerada de difícil acesso e exige experiência dos montanhistas. Segundo o comandante da operação, diversos pontos de ancoragem foram utilizados durante o resgate, reforçando o risco da região.

Após o resgate, o corpo foi levado de maca até o posto de Sembalun, base de onde partem as expedições rumo ao cume do Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok. Em seguida, foi transportado para o hospital Bayangkara, na capital local, Mataram. A repatriação do corpo ao Brasil ficará sob responsabilidade da família e das autoridades brasileiras e indonésias.

Equipes voluntárias

Um montanhista voluntário que participou do resgate relatou, emocionado, que tentou ajudar da melhor forma possível. Em uma publicação nas redes sociais, o montanhista compartilhou os desafios enfrentados durante o percurso e deixou uma mensagem de apoio aos familiares de Juliana.

As causas exatas da queda ainda não foram oficialmente esclarecidas. A morte da jovem causou grande repercussão online e levantou um alerta sobre os perigos de trilhas em regiões de difícil acesso e com atividade vulcânica.

Lula emite comunicado sobre morte de brasileira na Indonésia

A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, na Indonésia, gerou uma onda de comoção no Brasil e levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se manifestar. Lula afirmou que recebeu “com muita tristeza” a notícia de que Juliana foi encontrada sem vida na manhã desta terça (24), após passar quatro dias desaparecida em um penhasco no Monte Rinjani, um vulcão ativo na ilha de Lombok.



Presidente Lula manifesta condolências à Juliana Marins e família (Reprodução: X/@ErikakHilton)

Acidente de Juliana e seus desdobramentos

Nascida em Niterói, formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e atuante como dançarina de pole dance, Juliana estava em uma viagem pela Ásia e realizava uma trilha guiada no Monte Rinjani, vulcão ainda ativo que se eleva a 3.721 metros de altitude e ao seu redor tem um lago, um destino popular entre aventureiros.

Na madrugada de sábado (21) a jovem se desequilibrou e caiu em uma área de difícil acesso, a centenas de metros da borda da cratera. Testemunhas relataram que, após a queda, Juliana ainda apresentava sinais de vida, conseguindo mover os braços e olhar para cima, tendo ainda registrado a cena em vídeo de drone. A notícia do acidente chegou à família no Brasil cerca de três horas depois do ocorrido.

As operações de busca e salvamento enfrentaram desafios, incluindo o terreno acidentado, as condições climáticas adversas com neblina intensa e quedas bruscas de temperatura, além da falta de equipamentos adequados.

Durante os quatro dias de buscas, a família de Juliana viveu momentos de angústia e expectativa, acompanhando o caso à distância e mobilizando esforços para pressionar as autoridades indonésias a intensificarem o resgate.

As reclamações da família e as suspeitas de negligência



Deputada Federal Erika Hilton (PSOL) denuncia negligência do Estado indonésio (Reprodução: X/@ErikakHilton)

Desde o início das buscas, a família de Juliana Marins tem levantado sérias questões sobre a condução do resgate, apontando indícios de negligência por parte das autoridades indonésias e do guia turístico.

Logo no início das operações de resgate, começaram a surgir relatos e vídeos que afirmavam que ela já havia sido localizada e, inclusive, que havia recebido água, alimentos e agasalhos. A irmã de Juliana, Mariana, precisou vir a público diversas vezes para corrigir as informações, esclarecendo que as equipes de resgate ainda não haviam conseguido chegar até ela, e chegou a relatar que até mesmo vídeos “forjados” foram enviados à família, aumentando a confusão e a dor.

Outro ponto levantado foi a falta de equipamentos adequados, com relatos da irmã de Juliana, Mariana, indicando que as cordas utilizadas nas tentativas de resgate não eram longas o suficiente para alcançar a jovem. Além disso, surgiram contradições nos relatos sobre a atuação do guia, com a família afirmando que ele teria sugerido que Juliana “descansasse” e seguisse viagem, versão negada pelo profissional.

Advogados e juristas apontam que pode haver responsabilidade do Estado indonésio e da agência de turismo/guia local. Em situações semelhantes, no Brasil, prestadores de serviço teriam uma “responsabilização enorme”. Para que o Estado brasileiro atue formalmente, é necessário esgotar os recursos internos na Indonésia e fazer uma solicitação formal.

Juliana Marins é encontrada sem vida em vulcão na Indonésia

No fim da manhã desta terça-feira (24), Juliana Marins, brasileira natural de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, foi encontrada morta após despencar em um penhasco no Monte Rijani localizado na Indonésia. Somente hoje (24), após quatro dias de tentativas de resgate, a equipe conseguiu alcançar o ponto onde Juliana estava.

O que aconteceu

Juliana estava em uma viagem popularmente conhecida como “mochilão” percorrendo países asiáticos desde o mês de fevereiro deste ano e, antes de chegar à Indonésia, ela já havia passado pelo Vietnã, Filipinas e Tailândia.

A área onde Juliana se acidentou fica na ilha de Lombok, no Monte Rijani, onde está o vulcão ativo com cerca de 3.721 metros de altura. O local atrai muitas pessoas durante o ano, pois a paisagem é atrativa e conta com um lago ao seu redor, porém a trilha do percurso é difícil e exige bastante preparo e cautela.

Na tarde de sexta-feira (20), horário do Brasil, Juliana sofreu a queda do penhasco na trilha. Ela estava caminhando com mais seis turistas acompanhados por dois guias, mas se sentiu cansada e pediu para aguardar um pouco. Segundo a irmã de Juliana, Mariana Marins, todos seguiram a caminhada, inclusive o guia, que a deixou para trás.

Informações do parque dizem que Juliana teria se desesperado e não soube para onde ir ou o que fazer, e no momento em que o guia voltou para buscá-la, percebeu que ela havia caído.

Reportagem Juliana Marins (Vídeo: reprodução/YouTube/@bandjornalismo)

O relato do guia

Ali Musthofa, o guia que acompanhava o grupo naquele dia, contou em entrevista ao jornal O Globo que falou para Juliana descansar por alguns momentos enquanto ele seguiria caminhando, mas que esperaria ela em um ponto mais a frente.

Ali disse que estava apenas três minutos à frente de Juliana e que após aguardar entre 15 e 30 minutos achou a demora muito grande e voltou para buscá-la, foi nesse momento que ele percebeu que ela havia caído porque viu a luz da lanterna ao menos 150 metros de profundidade enquanto Juliana pedia por socorro. “Tentei de forma desesperada pedir que Juliana aguardasse ajuda”, disse ele.

O resgate

Na manhã seguinte a queda, turistas utilizaram drones para localizar Juliana e constaram que ela estava a cerca de 200 metros de profundidade na montanha. Juliana se movia e está foi sua última imagem com vida.

A partir deste momento uma grande mobilização pelo resgate dela foi iniciado. Aqui no Brasil, uma rede de apoio via redes sociais tomou uma enorme proporção de modo a pressionar as autoridades indonésias e trazer visibilidade para o caso.

Infelizmente, notícias falsas foram divulgadas tanto por autoridades no país asiático como da Embaixada do Brasil em Jacarta, que Juliana havia recebido suprimentos via drone. A família constatou que era mentira.

Devido as más condições climáticas do local, o terreno muito instável e alguns percalços, como a extensão insuficiente da corda usada em uma das tentativas, dificultou demais o socorro da turista brasileira e ela continuou a deslizar pelo penhasco.

Somente hoje a equipe de resgate conseguiu chegar até o ponto em que ela estava após conseguirem fixar uma base avançada de suporte que os permitiu seguir com os trabalhos durante a noite. Juliana foi encontrada a cerca de 650 metros abaixo do local da primeira queda.

Resgate de turista brasileira no Monte Rinjani expõe histórico de mortes em trilhas

Juliana Marins, de 26 anos, está isolada em um penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia, desde sábado (21), após cair durante uma trilha. As operações de resgate enfrentam dificuldades causadas pelo terreno acidentado e pelas condições climáticas adversas. O caso destaca um histórico de acidentes graves na região, que registrou ao menos três mortes entre 2022 e 2025.

Resgate enfrenta limitações técnicas e climáticas

Juliana fazia a trilha com um grupo de turistas e um guia local. Durante o segundo dia da caminhada, pediu para descansar e se separou do grupo. Momentos depois, caiu de um penhasco e permaneceu desaparecida até ser localizada por drones de equipes de resgate. Ela está a aproximadamente 500 metros abaixo da trilha principal, imóvel entre rochas e vegetação densa.

As condições climáticas dificultam o uso de helicópteros e reduzem a visibilidade no terreno. Tentativas anteriores de resgate foram interrompidas por neblina e falhas no uso de cordas, que não atingiram a profundidade necessária. A trilha principal foi interditada para facilitar o acesso das equipes, mas outras rotas da região permanecem abertas.

A família da brasileira afirma que ela está sem alimentos, água ou roupas adequadas. Críticas foram direcionadas ao ritmo do resgate e à falta de estrutura. O governo brasileiro enviou representantes à região além de solicitar reforços ao governo indonésio. Dois alpinistas experientes foram integrados à operação, mas até a noite de segunda-feira (23) não havia confirmação de sucesso nas ações.


Reportagem sobre o caso da turista brasileira (Vídeo: reprodução/YouTube/Domingo Espetacular)

O caso ganhou repercussão internacional, com mobilizações nas redes sociais em apoio à brasileira. O embaixador do Brasil na Indonésia reconheceu falhas iniciais de comunicação com autoridades locais, e o Itamaraty segue acompanhando as operações.

Histórico de acidentes na região do Rinjani

O Monte Rinjani, segundo vulcão mais alto da Indonésia, possui trilhas que exigem preparo físico e orientação adequada. Desde 2022, ao menos três mortes foram registradas em rotas da região. Em 2022, um turista português de 37 anos caiu de uma altura de 150 metros ao tentar tirar uma foto próximo ao cume. Seu corpo foi resgatado após quatro dias de buscas.

Em 2024, uma turista suíça percorreu uma trilha não oficial no Monte Anak Dara e foi encontrada morta após cair em um barranco. Em 2025, um cidadão da Malásia caiu de uma ravina de 80 metros na trilha de Torean. Nos três casos, foram identificadas condições como clima instável, trilhas inseguras e ausência de equipamentos adequados.

Além desses episódios, o Monte Rinjani é conhecido por sua instabilidade climática, presença de desníveis acentuados e histórico de atividades vulcânicas. Em 2016, cerca de 400 turistas precisaram ser evacuados por conta de sinais de erupção. Mesmo com os riscos, a região continua atraindo milhares de visitantes todos os anos.

Buscas por Juliana, brasileira presa em vulcão, ganham apoio de alpinistas

Na manhã desta segunda-feira (23), dois alpinistas experientes passaram a integrar a equipe de resgate que busca localizar Juliana Marins, brasileira que sofreu uma queda no vulcão durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no último sábado (21). Segundo familiares, os profissionais estão a caminho da área onde ocorreu o acidente.

O perfil @resgatejulianamarins, criado pela família no Instagram e único canal oficial de informações, informou que ainda não há confirmação sobre a continuidade do resgate durante a noite. No entanto, destacou que a operação conta com reforço de equipamentos específicos para apoiar a equipe já presente na região.

Família cobra agilidade no resgate

O Parque Nacional do Monte Rinjani está localizado na Ilha de Lombok, na Província de Sonda Ocidental, com um fuso horário de 11 horas adiantado em relação à Brasília. Às 5h desta segunda-feira (horário de Brasília), meio da tarde na Indonésia, a família informou que as buscas haviam sido novamente interrompidas, três dias após o acidente, e que ainda não tinha informações sobre o estado de Juliana.

De acordo com a página oficial, ela estaria entre 500 e 600 metros abaixo no desfiladeiro. A família demonstrou frustração com a lentidão do resgate, relatando que, após um dia inteiro de buscas, a equipe avançou apenas 250 metros e acabou recuando, mesmo restando cerca de 350 metros para alcançar Juliana. Eles reforçaram o apelo por ajuda, destacando a urgência em chegar até ela quanto antes.

Além disso, expressaram indignação com a continuidade das atividades turísticas no parque, enquanto Juliana permanece sem resgate, em situação crítica e sem informações sobre seu estado de saúde.

No Brasil, Mariana, irmã da jovem, manifestou preocupação ao desmentir informações de que Juliana teria recebido mantimentos e agasalhos. Segundo ela, a equipe de resgate ainda não conseguiu alcançá-la devido à falta de cordas com comprimento adequado e à baixa visibilidade na região.


Família reclama da lentidão do resgate (Foto: reprodução/Instagram/@resgatejulianamarins)

Último registro de Juliana foi feito por drone

Juliana foi vista pela última vez por volta das 17h30 (horário local) do sábado, em imagens feitas por turistas com drone. Registros que, segundo a família, são autênticos e mostram a jovem caída na trilha.

Em publicação nas redes sociais, Mariana relatou que ela fazia a trilha com cinco pessoas e um guia local. No segundo dia da caminhada, ao dizer que estava cansada, o guia orientou que descansasse e seguiu com o grupo.

Mariana esclareceu que, ao contrário do que foi inicialmente informado, o guia não permaneceu com Juliana e que a queda ocorreu após ela ter sido deixada sozinha e ter ficado desesperada.

Desde fevereiro, a jovem realizava um mochilão pela Ásia, com passagem por países como Filipinas, Vietnã e Tailândia, antes de seguir viagem para a Indonésia.