Trump faz postagem em defesa de Bolsonaro contra possíveis perseguições

Nesta segunda-feira (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, usou as redes sociais para sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na publicação realizada na Truth Social, o chefe de Estado norte-americano afirma que ex-capitão do exército brasileiro é alvo de perseguição, e que acompanhará o caso em que seu aliado é investigado de perto.

Trump escreveu que “algo terrível” está sendo feito contra Bolsonaro desde a sua derrota nas eleições presidenciais de 2022, que teve Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vitorioso na disputa. Para o republicano, o povo brasileiro não vai tolerar o que está sendo feito com o ex-presidente do país, e que acompanhará de perto a “caça às bruxas”, contra a família Bolsonaro e seus apoiadores.

Bolsonaro agradece

Após a publicação de Trump, Bolsonaro agradeceu o apoio do republicano, afirmando ter recebido a mensagem com alegria, além de mencionar que o “ilustre presidente e amigo” passou por algo parecido nos EUA, sendo “implacavelmente perseguido”.

No último dia 26 de março, Jair Bolsonaro e outros sete aliados tornaram-se réus por tentativa de golpe de Estado após a derrota do candidato do Partido Liberal (PL) ser derrotado nas eleições de 2022. A decisão foi tomada pelos cinco ministros que compõe a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que aceitaram a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com isso, os réus responderão a um processo penal que pode ocasionar em prisão para esses acusados de formar uma organização criminosa com o intuito de romper o estado democrático de direito.


Donald Trump sai em defesa de Jair Bolsonaro, em publicação nas redes sociais (Vídeo: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Governo rejeita comunicado

Diferente de Jair Bolsonaro, o governo brasileiro mostrou sua insatisfação a respeito da publicação de Donald Trump. Em comunicado assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Palácio do Planalto respondeu à mensagem do presidente norte-americano. Segundo a nota, compete aos brasileiros defender a democracia do país, por tratar-se de uma nação soberana. A mensagem ainda diz que o Brasil não aceita qualquer tipo de interferência externa.

A ministra das Relações Internacionais, Gleisi Hoffmann, também “subiu o tom” para rebater a publicação de Trump. Hoffmann disse que o presidente dos EUA deveria se preocupar com os problemas de seu país, e que ele está enganado se pensa que pode interferir no processo judicial do Brasil.

Revista britânica ‘The Economist’ critica posição global do Presidente Lula

Com o título “Presidente do Brasil perde influência no exterior e é impopular em casa”, a revista britânica The Economist elaborou uma análise sobre o cenário político brasileiro e a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reportagem afirma que Lula não apenas tem perdido popularidade no Brasil, mas também perde influência no mundo, na medida que tem adotado uma postura diplomática que se mostra “cada vez mais hostil ao ocidente”.

A revista se refere ao distanciamento brasileiro das posições defendidas pelos Estados Unidos, e por grande parte dos países ocidentais, em contraste com uma notável aproximação com nações como China e Irã. The Economist questiona a lógica por trás dessa estratégia, que, segundo a publicação, tem isolado o Brasil de seus aliados tradicionais e colocado o país em desacordo com democracias ocidentais.

A análise sobre a política interna e externa de Lula

Um exemplo emblemático citado pela The Economist para ilustrar a “postura hostil” do Brasil ao ocidente foi a reação do governo brasileiro aos ataques dos EUA a complexos nucleares iranianos. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou uma nota condenando “com veemência” a ofensiva norte-americana, julgando que a ação colocava em risco civis, violava a soberania iraniana e o direito internacional. Conforme a revista, esse posicionamento coloca o Brasil em desarmonia com outros regimes democráticos do ocidente, que apoiariam apenas, ou expressariam sua preocupação.

Especialmente sobre a Cúpula dos BRICS, que acontecerá no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho, a The Economist levantou uma questão: quão “não alinhado” o Brasil pode realmente se considerar, se referindo à China, à Rússia e ao Irã (incluso no bloco em 2024). Matias Spektor, da FGV, citado pela revista, reforça essa preocupação: “Quanto mais a China transforma o Brics em um instrumento de sua política externa, e quanto mais a Rússia usa o Brics para legitimar sua guerra na Ucrânia, mais difícil será para o Brasil continuar dizendo que não é alinhado”.

A revista chega a apontar que não há registro de encontro pessoal entre Trump e Lula, o que tornaria o Brasil “a maior economia cujo líder não apertou a mão do presidente norte-americano”, em contraste com a dedicação de Lula em cortejar a China e expandir laços comerciais com outros países.

Popularidade em queda e desafios políticos

A fragilidade do Brasil no cenário mundial, segundo a The Economist, é agravada pela queda na popularidade de Lula em casa. A revista observa que a política brasileira tem se inclinado para a direita, menciona o crescimento do cristianismo evangélico no país, e que uma parcela significativa da população ainda associa o Partido dos Trabalhadores (PT) a casos de corrupção do passado, levando os índices de aprovação de Lula ao nível mais baixo de seus três mandatos, com uma tendência de piora. Como exemplo concreto dessa fragilidade interna, usou a recente derrota do governo no Congresso, em sua tentativa de aprovar um decreto que aumentaria o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).


Nas redes, postagem defende que a derrubada do IOF não foi uma derrota do governo Lula, e sim do povo (Reprodução/X/@pedrorousseff)

Além disso, a revista destaca a afinidade entre o movimento “Make America Great Again”, liderado por Donald Trump, e a ideologia do ex-presidente Jair Bolsonaro. A The Economist menciona a possibilidade da prisão de Bolsonaro por supostamente planejar um golpe para permanecer no poder após perder as eleições de 2022. No entanto, salienta que, se Bolsonaro escolher um sucessor e a direita brasileira se unir em torno dessa figura, a presidência poderia estar garantida para eles nas eleições de 2026.

A resposta do Itamaraty

Em sua conclusão, a The Economist observa que apesar dos recentes posicionamentos de Lula na política externa, o presidente norte-americano mal mencionou o líder brasileiro ou o país desde que assumiu o cargo, e que, essa indiferença pode estar relacionada ao déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos, em que o Brasil importa mais do que exporta para os americanos. Contudo, a revista sugere que o silêncio de Trump pode ter uma razão mais profunda: “Mas seu silêncio também pode ser porque o Brasil, relativamente distante e geopoliticamente inerte, simplesmente não importa tanto quando se trata de questões de guerra na Ucrânia ou no Oriente Médio”. A revista também aconselha: “Lula deveria parar de fingir que importa e se concentrar em questões mais próximas”.

O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, não hesitou em se posicionar, enviou uma carta oficial defendendo veementemente a liderança global de Lula e sua “autoridade moral”, que, segundo o ministério, é “indiscutível para humanistas de todo o mundo”. A carta argumentou que não adota um “tratamento à la carte” em relação ao direito internacional, tampouco “interpretações elásticas do direito de autodefesa”, recusando a ideia de alinhamentos controversos. O Itamaraty reforçou que o Brasil condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, a favor de uma resolução diplomática para o conflito. Além disso, a nota destacou o posicionamento de Lula contra os negacionistas climáticos e sua denúncia da “irracionalidade de investir na destruição”, priorizando a luta contra a fome e o aquecimento global, uma agenda que o governo considera humanitária e progressista.

Decreto sobre greves de Milei é julgado pela justiça da Argentina como inconstitucional

Nesta segunda-feira (30), o decreto do presidente da Argentina, Javier Milei, que limitava o direito à greve em atividades consideradas essenciais, foi julgado pela justiça do país como inconstitucional.

Para diminuir o número de paralisações no país, o presidente argentino optou por aumentar o número de atividades de suma importância e, assim, impedir que essas deixassem de atuar em períodos de greve. O decreto de Milei também criava a categoria de funções de “importância transcendental”, nela estavam inseridas atividades como o transporte, a construção e a alimentação.

Pronunciamento da juíza Moira

Em contrapartida, a juíza Moira Fullana declarou que não houve urgência que justificasse a medida tomada pelo chefe do Poder Executivo argentino, que estaria, com a decisão, adquirindo funções do Legislativo.

Na semana passada, Fullana também suspendeu outra medida do Executivo que limitava um feriado para funcionários públicos nacionais. A justificativa do governo era de que isso tratava-se de um privilégio dado aos trabalhadores do setor público, ideia divergente da que a juíza possuía.

O tribunal suspendeu a efetivação da medida do presidente argentino anteriormente, até julgar o mesmo como inconstitucional nesta segunda-feira, após uma ação movida pela Confederação Geral do Trabalho (CGT). A organização sindical mais influente do país alegou que a decisão de Milei tratava-se de uma violação ao direito de greve concedido pela constituição e aos estatutos do trabalho da Argentina.


Estação de metrô fechada durante greve nacional em Buenos Aires, Argentina (Foto: reprodução/Sarah Pabst/Bloomberg/Getty Images Embed)

Paralisações

Javier Milei já enfrentou três greves contra o ajuste fiscal promovido por seu governo. A última delas ocorreu em abril deste ano, recebendo apoio do sindicato de setores do transporte, trabalhadores das áreas da saúde, educação, bancos e administração pública, além de aposentados. A greve de 24 horas no último dia 9 de abril levou voos, metrôs e trens a terem suas atividades interrompidas.

Mesmo com o número da inflação caindo de 289%, em março de 2024, para 66%, em fevereiro deste ano, muitos argentinos mostraram-se insatisfeitos com as tomadas de decisão do presidente do país. Os ajustes fiscais, segundo comunicado emitido pela Confederação Geral do Trabalho, recaíram sobre os trabalhadores e aposentados, enquanto o setor financeiro teve alta em seus lucros. A organização ainda critica o “desmantelamento do estado”, por provocar o desequilíbrio social no país.

Azerbaijão apoia brasileiros que deixam o Irã em meio à crise política

Diante do cenário de instabilidade política no Irã, brasileiros que tentam deixar o país têm contado com o apoio diplomático do Azerbaijão. A atuação do governo azeri, embora discreta, tem sido essencial para viabilizar a saída segura de cidadãos em situação de risco, prestando auxílio em questões consulares, documentais e articulações internacionais.

O embaixador do Azerbaijão no Brasil, Rashad Novruz, confirmou à CNN que cerca de dez brasileiros já deixaram Teerã pela fronteira terrestre rumo a Baku, capital azeri — uma viagem de aproximadamente 10 horas. O apoio ocorre em meio ao intenso conflito entre Irã e Israel, o que aumenta a urgência da operação.

Esse movimento reforça a parceria estratégica entre Brasil e Azerbaijão, que vem se intensificando nos últimos anos em áreas como energia, agricultura, cultura e relações multilaterais. Agora, a cooperação também se estende a situações emergenciais envolvendo cidadãos brasileiros no exterior, demonstrando uma disposição crescente para relações internacionais mais humanas e solidárias.

Apoio humanitário fortalece relações

O Azerbaijão, parceiro do Brasil em diversas pautas internacionais, estendeu sua estrutura diplomática para auxiliar brasileiros no Irã. Ainda que a ajuda não represente um tratado formal, ela demonstra a disposição do país em atuar de forma humanitária, sobretudo em tempos de tensão regional. 


Equipes de resgate atuando após bombardeio (Foto:reprodução/Anadolu/GettyImagesEmbed)

Esse suporte inclui articulações com embaixadas aliadas, auxílio com vistos temporários, orientação consular e apoio logístico para garantir uma saída segura. O gesto fortalece a imagem do Azerbaijão como um parceiro ágil e comprometido em não deixar cidadãos brasileiros desamparados.

 Segurança para brasileiros na região

Para brasileiros que estão no Irã a estudo, trabalho ou turismo, essa cooperação pode ser crucial para garantir segurança e tranquilidade em momentos críticos. Segundo o senador Nelsinho Trad, cerca de 50 brasileiros residem atualmente no país — número que pode chegar a 200 ao considerar temporários e familiares. A atuação diplomática não apenas garante proteção consular, como também abre caminho para novos acordos e reafirma a importância de alianças estratégicas em tempos de instabilidade global.