Polícia Federal prende grupo suspeito de invadir sistema PIX de bancos

A Polícia Federal prendeu em flagrante, no início da manhã de sexta-feira, José Elvis dos Anjos Silva, Fernando Vieira da Silva, Rafael Alves Loia, Marcos Vinícius dos Santos, Klayton Leandro Matos de Paulo, Guilherme Marques Peixoto, Nicollas Gabriel Pytlak e Maicon Douglas de Souza Ribeiro Rocha, suspeitos de participarem de uma organização criminosa, que realizava ataques em sistema de bancos. O grupo teria desviado por volta de R$ 1,2 bilhão de contas bancárias.

Ao chegar no imóvel onde o grupo se reunia, a Polícia encontrou computadores que contava com dados privilegiados da Caixa Econômica Federal, onde realizavam os desvios de dinheiro, via PIX. Os suspeitos teriam retirado um computador de uma agência da Caixa, levando para a casa onde os suspeitos foram encontrados.

O início da operação

Foi identificado um ataque em junho, gerando um prejuízo de R$ 800 milhões ao BMP. Depois, foi identificado mais um ataque, onde foram desviados cerca de R$ 400 milhões, em outra plataforma.

Nas investigações, os agentes acompanharam os suspeitos transportando o computador para uma casa na zona leste de São Paulo, se reunindo com os outros integrantes do grupo para a realização das fraudes.


Grupo de hackers preso em São Paulo pela Polícia Federal (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Ao chegar ao local, os suspeitos negaram as acusações, alegando estarem em reunião para uma festa. Foi apreendido um notebook, um pendrive e 12 celulares.

Os suspeitos respondem por dois crimes

Segundo a Polícia Federal, o grupo, que está em prisão preventiva, será julgado pelos crimes de organização criminosa e tentativa de furto qualificado por meio eletrônico. Há investigações para descobrir se ainda há mais envolvidos no esquema de ataques cibernéticos e se também teve a participação de funcionários dos bancos que sofreram com os prejuízos.

A advogada de dois suspeitos, Rafael Alves Loia e José Elvis dos Anjos Silva, disse ao canal GloboNews, que “não há indícios”, negando a participação de seus clientes em crimes citados pela Polícia Federal.

PF afirma que Bolsonaro recebeu R$ 30,5 milhões durante um ano

Um relatório criado pela PF, com os dados de recebimento e saída das contas de Bolsonaro. Essa lista com esses detalhes é para a investigação direcionada ao ex-presidente e o seu filho Eduardo Bolsonaro, consta que desde março de 2023 a fevereiro 2024 entrou R$ 30.576.801,36 e saiu quase a mesma quantidade R$ 30.595.430,71. A movimentação está sob suspeita de lavagem de dinheiro, o ex-militar está proibido de sair de casa após as 19:00 e não pode usar o celular, e segue cumprindo o regime de prisão domiciliar.

Dados de transações financeiras do ex-presidente

Os dados são de um relatório de Inteligência Financeira (RIF) organizado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). As informações foram apresentadas pelo Banco do Brasil.

As entradas nas contas do ex-presidente no período:

  • R$ 19,2 milhões são derivados de 1,2 milhão de transações via PIX
  • R$ 8,7 milhões têm origem em 52 resgates de CDB/RDB
  • R$ 1,3 milhão de origem de 3 operações de câmbio
  • R$ 373,3 mil de rendimentos do ex-presidente
  • R$ 304 mil de 203 transferências
  • R$ 166 mil de 12 resgates de investimentos
  • R$ 687,49 de uma previdência privada

Foi somado outros gastos ainda, como telefone, energia, cartão de crédito e contas de compras, contado com outras entradas. Houve outros favorecidos nos valores gastos pelo ex-presidente, sendo eles o advogado Paulo Cunha Bueno, que recebeu R$ 3,3 milhões, o escritório de advocacia DB Tesser também recebeu R$ 3,3 milhões, em seguida temos uma empresa de engenharia com R$ 900 mil, e outra de arquitetura com o total de R$ 235 mil.

Possibilidade de Lavagem de dinheiro está sendo investigada

Michelle Bolsonaro, sua esposa, recebeu transferências e o seu filho Jair Renan, que no momento exerce a função de vereador em Balneário Camboriú–SC, também recebeu de Bolsonaro. Durante o relatório da PF é alegado que as transações feitas pelo Jair estão sendo investigadas por possíveis suspeitas de terem sido usadas para lavagem de dinheiro e outros crimes ilícitos, ainda não foi comunicado nenhum esclarecimento de Jair, ou de sua defesa, após a divulgação dessas informações.


Ex-presidente Bolsonaro (Foto: Reprodução/EVARISTO SA/Getty Images Embed)

Durante o ano anterior, em 2024, desde agosto a dezembro, o valor de R$ 872 mil foram depositados nas contas do Bolsonaro, ocorrendo saídas no mesmo período no valor total de R$ 1,2 milhão. Desde dezembro de 2024 até o mês de junho de 2025, foi recebido o total de R$ 11 milhões e a mesma quantia saiu das contas de Jair.

Contando com 8 transferências realizadas para Eduardo Bolsonaro de R$ 2,1 milhões. Nesse mesmo período, ocorreu uma transferência no valor de R$ 2 milhões destinada a um dos advogados de Jair, e outros R$ 2 milhões enviados para Michelle, sua esposa. A PF averiguou somente movimentações que pudessem apresentar algum tipo de crime, não sendo necessário analisar todas as entradas e saídas da conta do ex-presidente.

“Cela de Bolsonaro” é preparada pela Polícia Federal para eventual prisão

A cela do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já foi arrumada pela polícia federal (PF) caso ocorra seja decretada a condenação em regime fechado por tentativa de golpe de Estado.

Foi divulgado que o ambiente se localiza em uma área no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, situada no Setor Policial de Brasília, capital do Brasil.

Detalhes da cela

O ambiente conta com um banheiro, mesa de trabalho, cama, televisão e cadeira. O local foi organizado rapidamente, no mesmo padrão da cela na qual o atual presidente Lula (PT) ficou durante um período, na prisão da PF no Paraná, em Curitiba, nos anos de 2018 e 2019. Fernando Collor de Mello, ex-presidente que também ficou por um curto período preso, obtendo uma cela especial com os mesmos detalhes, mas que se localizava em Maceió–AL, foi esclarecido por advogados que ex-presidentes do Brasil têm esse direito garantido em possíveis prisões.


Ex-presidente Bolsonaro(Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Sendo nomeada como a “cela de Bolsonaro”, por policiais no Distrito Federal, onde não será necessário dividir com outros detentos por se tratar de um ambiente individual para atender às necessidades do ex-presidente, podendo ser designada a outras autoridades. Membros da PF fizeram um esclarecimento alegando que a cela foi elaborada há mais de 3 meses, sem focar especificamente em Bolsonaro, podendo servir para qualquer autoridade brasileira que for pressa atualmente.

Prisão militar para Bolsonaro

Foi esclarecido por delegados sobre a possibilidade de o Bolsonaro ser mantido em uma prisão militar por já ter exercido uma função no exército. As chances estão analisadas, a ação só pode ser ordenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e, caso julgue necessário, cumprir regime fechado. Outra situação parecida foi a prisão do ex-ministro Anderson Torres, que se sucedeu em 2023.


Jair Messias Bolsonaro(Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

A cela especial foi finalizada para, caso seja necessário, utilizá-la. Tendo sido estruturada logo após o fim da cúpula da PF, em conjunto com a Vara de Execuções Penais do DF, para realizarem uma conferência na Superintendência para ser averiguada a disponibilidade de um local para a detenção de Jair, sendo separada para ele. Pois no prédio central da PF não há lugar para residir.

Bolsonaro nega envolvimento em golpe e defende que Eduardo permaneça nos EUA

Em meio ao avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) convocou a imprensa nesta quinta-feira (17) para uma coletiva no Senado. Dois dias após a PGR reiterar o pedido de sua condenação por crimes contra o Estado Democrático de Direito, Bolsonaro afirmou não ter participado de qualquer trama golpista e garantiu que jamais cogitou a hipótese de ser preso.

Segundo ele, a acusação é uma injustiça, e, diferentemente de outros escândalos envolvendo políticos brasileiros, afirmou que não está sendo acusado de corrupção. O ex-presidente também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), encarregado de julgar o caso, e manifestou apreensão com os desdobramentos das investigações que envolvem pessoas de seu círculo próximo.

Bolsonaro admite que filho pode ser alvo da PF caso retorne ao Brasil

Durante a coletiva, Bolsonaro também comentou a situação do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está licenciado do cargo e reside nos Estados Unidos. Segundo o ex-presidente, há risco real de que Eduardo seja detido caso volte ao Brasil, o que justificaria sua permanência no exterior. Afirmou, inclusive, que o filho “seria preso no aeroporto”.



Embora a afirmação, até agora não há qualquer mandado de prisão contra Eduardo Bolsonaro. Alguns parlamentares adversários chegaram a pedir sua prisão ao STF, mas as solicitações não avançaram.

A licença de Eduardo termina no próximo domingo (20), e, se não retornar ao país, o deputado poderá ter o mandato ameaçado por excesso de faltas nas sessões da Câmara dos Deputados.

Tarifas, Tarcísio e disputas internas na direita

Bolsonaro também foi questionado sobre a nova tarifa de 50% anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump contra produtos brasileiros. Trump justificou a medida citando uma suposta perseguição sofrida por Bolsonaro no Brasil. 

Para o ex-presidente, a tarifação não representa ameaça à soberania do país. Ele chegou a dizer que não seria descabido caso Trump solicitasse uma anistia em seu favor, já que essa prerrogativa cabe ao Parlamento brasileiro.

Na mesma entrevista, Bolsonaro comentou a recente crítica feita por Eduardo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que procurou autoridades norte-americanas para negociar as tarifas. Eduardo acusou o governador de se comportar de forma subserviente às elites. Bolsonaro, no entanto, tentou apaziguar a situação e elogiou o esforço de Tarcísio, mas ponderou que, sozinho, o governador não conseguiria convencer Trump a recuar.