Pesquisadores criam método rápido para indentificar contaminação por metanol

Um novo método promete revolucionar a detecção de adulterações em alimentos e bebidas. A técnica identifica fraudes em poucos minutos, sem a necessidade de produtos químicos. Os testes já apontaram até 97% de precisão nos resultados especialistas acreditam que a inovação pode ampliar a segurança alimentar no país.

A descoberta de pesquisadores

Cientistas da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, criaram um método ágil para detectar adulterações em bebidas alcoólicas com metanol. Segundo o Ministério da Saúde, já foram contabilizadas mais de 100 ocorrências de intoxicação pela substância no Brasil. Na Paraíba, porém, não há registros até agora.


Professor e pesquisador Rômulo Romeu da UEPB (Foto: reprodução/ Instagram/ @prgb.uepb)

Segundo o professor responsável pela pesquisa na universidade, David Fernandes, os estudos já vinham sendo realizados antes dos registros de intoxicação por metanol. A proposta inicial era analisar a qualidade de destilados produzidos no interior da Paraíba, como as cachaças, por exemplo.

Com o aparecimento dos casos de intoxicação por metanol, cuja origem ainda não está totalmente esclarecida, os pesquisadores passaram a incluir no projeto métodos para identificar possíveis adulterações.

“Com a pesquisa, conseguimos estabelecer uma forma de classificar cachaças que poderiam estar adulteradas com metanol e outros componentes presentes no processo de destilação, como o álcool superior. Obtivemos 97% de acerto nessa classificação, com um método rápido e de baixo custo”, destacou.

As bebidas destiladas são aquelas que, após a fermentação, passam por destilação para elevar o teor alcoólico e reduzir impurezas.

O metanol, por sua vez, é um tipo de álcool empregado na indústria, em solventes e outros produtos químicos, mas extremamente tóxico quando consumido. No organismo, o fígado o converte em substâncias nocivas que afetam a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo levar à cegueira, ao coma e até à morte. Também há risco de falência pulmonar e renal.

Segundo o professor, a detecção de contaminação por metanol é feita por meio de um equipamento que emite luz infravermelha diretamente na garrafa, mesmo que ela esteja lacrada. Essa luz estimula as moléculas do líquido, e então um software coleta os dados, faz a leitura das informações e aponta a presença de qualquer substância estranha à composição original da bebida.

“Essa técnica permitiu identificar não apenas se a cachaça apresentava adulteração com compostos próprios do processo de produção, como álcoois superiores e metanol, mas também alterações fraudulentas, como a adição de água ou outras substâncias”, explicou.

O método dispensa o uso de reagentes químicos e, em 2025, os pesquisadores já haviam publicado dois artigos sobre a pesquisa na revista Food Chemistry, uma das mais relevantes no campo da química e bioquímica de alimentos em nível mundial.

O equipamento pode ser aplicado por órgãos fiscalizadores tanto na detecção de metanol em bebidas destiladas quanto em inspeções de rotina. Como desdobramento dessa inovação, os pesquisadores também desenvolvem um protótipo de canudo capaz de mudar de cor ao identificar adulterações.

“Isso vai garantir ao consumidor mais segurança, assegurando que a bebida ingerida não contenha metanol”, destacou.

Até o momento, não há previsão para a conclusão do canudo. Na Paraíba, não foram registrados casos de intoxicação por metanol em bebidas.

Como começou esse problema com o metanol ?

Segundo o Ministério da Saúde, os primeiros registros aconteceram no fim de agosto.

No final de setembro, o problema ganhou visibilidade quando médicos em São Paulo começaram a relatar pacientes com sintomas característicos de intoxicação por metanol.

A troca de informações entre profissionais da área mostrou que não eram casos isolados: diversos hospitais estavam recebendo pessoas com o mesmo quadro clínico.

Ao contrário das intoxicações mais comuns geralmente ligadas ao consumo de combustíveis por pessoas em situação de vulnerabilidade, dessa vez as vítimas haviam ingerido bebidas alcoólicas em bares, festas e reuniões sociais. Esse cenário levantou a suspeita de que garrafas adulteradas estivessem sendo comercializadas.

Irmão de Hungria se pronuncia sobre o caso e faz apelo aos fãs

O cantor Gustavo Hungria permanece internado na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, após ser socorrido às pressas na última quinta-feira (2/10) com suspeita de intoxicação por metanol. Em vídeo publicado nas redes sociais, o irmão do artista, Leandro Hungria, relatou a mobilização urgente da família diante do agravamento do quadro clínico e atualizou o estado de saúde do músico.

Urgência no socorro ao artista

O influenciador Leandro Hungria contou que encontrou o cantor passando mal em casa por volta das 8h30 da manhã. Ao perceber a gravidade da situação, acionou imediatamente o hospital. Segundo ele, ao chegarem à unidade de saúde, uma equipe médica já estava preparada para receber o paciente.

Hungria deverá permanecer em hemodiálise pelos próximos três dias, segundo informações da família. A irmã do cantor, Manoela, revelou que, após a internação, ele precisou ingerir cerca de 200 ml de etanol como parte do protocolo médico de desintoxicação. De acordo com os profissionais de saúde, o álcool comum é menos nocivo ao organismo do que o metanol, substância considerada altamente tóxica.


 

Publicação no instagram do rapper Hungria (Foto: reprodução/instagram/@hungria_oficial)

Leandro Hungria descreveu os sintomas que o irmão apresentava ao ser socorrido: náuseas intensas, visão embaçada, palidez acentuada e fortes dores no estômago. Assim que chegou ao hospital, o cantor recebeu os primeiros cuidados médicos e foi transferido diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva.

Estado de saúde de Hungria preocupa fãs

Hungria teve que cancelar seus compromissos profissionais, mas, segundo sua assessoria, o cantor está consciente, respira sem auxílio de aparelhos e não corre risco iminente.

“Está tudo bem, graças a Deus. Ele continua na UTI, mas está estável. Amanhã é um novo dia. Não deixem de rezar, não deixem de orar”, disse Leandro em vídeo. O rapper havia sido visto comprando bebidas em uma distribuidora localizada em Vicente Pires, no Distrito Federal, na quarta-feira (1º), antes de seguir para a casa de amigos, o que reforça a suspeita de ingestão de bebida adulterada.

Após um dia intenso acompanhando o estado de saúde do irmão, Leandro Hungria fez um apelo por respeito e discrição. Ele pediu que amigos e fãs busquem informações apenas por meio dos canais oficiais e evitem ligações ou mensagens, já que a prioridade da família é o cuidado com o cantor.

Anvisa recorre a autoridades internacionais para trazer antídoto do metanol ao Brasil

Devido aos recentes casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades internacionais para trazer ao Brasil o fomepizol, medicamento usado como antídoto contra o envenenamento pela substância.

Até o momento, o país contabiliza 59 casos de intoxicação, sendo 11 confirmados em laboratório e 48 ainda em investigação. O caso acendeu um alerta sanitário e pressionou o governo a acelerar a disponibilização do remédio, que ainda não chegou ao mercado nacional.

De acordo com a Anvisa, o fomepizol não tem registro sanitário no país, o que levou à busca internacional para suprir a demanda do SUS. A agência já consultou autoridades de países como Estados Unidos, Argentina, União Europeia, México, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália sobre a autorização para comercializar o medicamento.

Para agilizar a importação, um edital foi publicado para identificar fabricantes e distribuidores internacionais capazes de fornecer o remédio imediatamente ao Ministério da Saúde.

Medidas emergenciais e orientação à população

Enquanto busca trazer o fomepizol para o Brasil, a Anvisa identificou mais de 600 farmácias de manipulação capazes de produzir etanol com pureza médica, considerado alternativa terapêutica ao medicamento em caso de necessidade. A agência também tem apoiado a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária na análise de amostras suspeitas, com três laboratórios aptos até o momento: Lacen/DF, Laboratório Municipal de São Paulo e INCQS/Fiocruz.

O Ministério da Saúde criou uma Sala de Situação extraordinária para monitorar os casos de intoxicação por metanol e coordenar as medidas necessárias, que continuará em funcionamento enquanto o risco sanitário persistir.

Enquanto o medicamento não chega, a recomendação é que, em caso de suspeita de intoxicação, a população entre em contato com o Disque-Intoxicação (0800-722-6001), serviço que conecta 13 centros especializados em todo o país.


Contaminação de bebidas alcoólicas com metanol é um problema mundial (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Riscos da intoxicação por metanol

O metanol é um álcool usado na indústria, presente em solventes e produtos químicos, e não é seguro para consumo humano, ao contrário do etanol encontrado nas bebidas alcoólicas. Por não ter cheiro, cor ou sabor, ele pode ser misturado ilegalmente a bebidas sem que o consumidor perceba.

Quando ingerido, ele é processado pelo fígado e transformado em substâncias altamente tóxicas, como o ácido fórmico, que podem causar visão borrada, tontura, dor abdominal e respiração acelerada. Em casos graves, a intoxicação pode levar à cegueira irreversível, falência de órgãos e morte, sendo essencial atendimento médico rápido.

O fomepizol é o tratamento de referência contra a intoxicação por metanol, pois bloqueia a conversão da substância em metabólitos tóxicos, protegendo o sistema nervoso e o fígado de danos graves.

59 casos de intoxicação por metanol mobilizam Ministério da Saúde

O Brasil já soma 59 notificações de intoxicação por metanol, segundo dados oficiais, e o Ministério da Saúde iniciou medidas emergenciais para lidar com o surto. A ação inclui fortalecimento do estoque de etanol farmacêutico, ativação de sala de situação nacional e esforços inéditos para garantir antídotos como o fomepizol. A meta é acelerar o combate ao envenenamento decorrente do consumo de bebidas adulteradas.

Surto e distribuição de casos

Das 59 notificações, 53 foram registradas em São Paulo — 11 casos confirmados e 42 em investigação — além de cinco casos suspeitos em Pernambuco e um no Distrito Federal. Há ao menos um óbito confirmado e sete mortes ainda sob análise, segundo o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).

Como resposta, o Ministério estruturou um estoque emergencial de 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico em hospitais universitários e unidades do SUS. Também foi solicitada ao Sistema Pan-Americano de Saúde uma doação de 100 tratamentos com fomepizol, medicamento ainda não produzido no Brasil. A agência reguladora já abriu chamada internacional para identificar fornecedores do antídoto.


Metanol (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed) 

Medidas estratégicas e alertas à população

Foi instalada uma Sala de Situação para monitorar casos e coordenar ações entre órgãos federais, estaduais e municipais. Só nesta sala atuam representantes da Saúde, Anvisa, vigilâncias estaduais e Secretarias de Saúde.

Como medida preventiva, o Ministério recomenda cautela ao consumir bebidas alcoólicas de procedência duvidosa, evitar destilados desconhecidos e observar lacres, rótulos e origem. A pasta também reforça que bares, distribuidores e fabricantes devem estar atentos às fiscalizações e colaborar no rastreamento de produtos suspeitos. Além disso, orienta que profissionais de saúde façam notificações imediatas de casos suspeitos, mesmo antes da confirmação laboratorial, já que o diagnóstico rápido é fundamental para salvar vidas. A população deve procurar atendimento médico imediato em casos de sintomas como dor de cabeça intensa, visão turva, náusea ou dificuldade respiratória, sinais típicos de intoxicação por metanol.

Aumenta o número de bebidas falsificadas apreendidas em 2025

Segundo a entidade, entre 2020 e 2024, o número de fábricas clandestinas fechadas saltou de 12 para 80. O caso foi tornando mais evidente após encontrarem metanol em bebidas destiladas, causando oito mortes confirmadas. Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), foram encontradas 185 mil garrafas adulterada, no início de 2024.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) informou que grupos criminosos geram em torno de R$ 62 bilhões por ano com a produção de bebidas falsificadas, que além do problema com a intoxicação por metanol, enfrenta problemas como a sonegação fiscal. A Polícia Federal investiga se há ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital)

A intoxicação por metanol

Em dados do Centro nacional de informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), foram registrados 43 casos de intoxicação por metanol até quarta-feira (1°). Dos 43 registrados, 39 são em São Paulo, sendo 10 confirmados e os outros 29 ainda em investigação. Os outros quatro estão sendo investigados Pernambuco.

Também foram registradas oito mortes, sendo uma confirmada por intoxicação por metanol em São Paulo e as outras sete ainda estão sendo investigadas também em São Paulo e Pernambuco.

Devido à intoxicação por metanol, as pessoas que consomem as bebidas alteradas encontradas em destilados como gin, vodca e whisky, enfrentam casos de internação em estado grave, perda de visão e morte.

O caso mais falado é do do cantor Hungria, que chegou a ser internado nesta quinta-feira (2), com a suspeita de intoxicação por metanol, após consumir vodca alterada, na casa de um amigo, no Distrito Federal. Segundo a equipe do rapper, ele está “evoluindo de forma satisfatória”.


Rapper Hungria internado por suspeita de intoxicação por metanol (Vídeo: reprodução/YouTube/brasil Urgente)

Projeto de classificar bebida falsificada como crime hediondo

Nesta quinta-feira (2), a Câmara dos Deputados aprovaram, com urgência, o projeto de lei, aumentando de oito para 12 anos de reclusão, por falsificação de bebidas, levando agora para o Senado. Com a alteração da lei, o crime terá mudanças no cumprimento da lei, como a proibição da liberdade provisória e terá a progressão mais lenta.

Cantor Hungria passa por hemodiálise após suspeita de intoxicação por metanol

O cantor Hungria Hip Hop, nome artístico de Gustavo da Hungria, foi internado nesta quinta-feira (2) na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, após suspeita de intoxicação por metanol. A equipe médica optou por iniciar sessões de hemodiálise, além de administrar tratamento com etanol, estratégia recomendada para casos desse tipo de envenenamento. O caso mobilizou fãs e chamou a atenção pela gravidade do quadro clínico, já que o metanol é uma substância altamente tóxica, capaz de provocar complicações severas no organismo.

Sua assessoria informou ao portal LeoDias que o cantor permanece sob cuidados intensivos desde as primeiras horas do dia, mas reforçou que, até o momento, a situação era considerada estável.

Estado de Hungria Hip Hop é considerado estável

O hospital divulgou um boletim no qual descreve que o cantor deu entrada apresentando sintomas preocupantes, como fortes dores de cabeça, náuseas, vômitos, alterações visuais e sinais de acidose metabólica. Estes indícios são compatíveis com casos de intoxicação grave, o que levou a equipe médica a agir rapidamente e a reforçar a necessidade de cuidados intensivos.

Diante da gravidade do quadro inicial, Hungria foi encaminhado diretamente para a UTI, onde passou a receber suporte clínico especializado e tratamento imediato para estabilizar suas condições vitais, reduzindo os riscos de complicações.


Comunicado à imprensa (Foto: reprodução/Instagram/@hungria_oficial)

Segundo a nota do DF Star, Hungria segue em investigação para a confirmação da causa do problema de saúde, mas já recebe acompanhamento especializado desde as primeiras horas do dia. O estado dele, até o momento, é considerado estável.

11 casos confirmados no Brasil e Hungria pode entrar na lista

O Ministério da Saúde informou que, até esta quinta-feira (2), o Brasil soma 11 casos confirmados de contaminação por metanol ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Além disso, há outras 48 notificações em investigação, que podem elevar esse número nos próximos dias.

Caso seja confirmada a suspeita de intoxicação no cantor Hungria Hip Hop, ele passará a ser o 12º caso oficialmente registrado no país. O ministro Alexandre Padilha ressaltou que a pasta instalou uma Sala de Situação para acompanhar de forma permanente a evolução do problema e dar suporte às autoridades locais nas medidas de prevenção e fiscalização.

Entre as ações imediatas, o governo orientou reforço nas inspeções de estabelecimentos e na coleta de amostras de bebidas suspeitas. A preocupação das autoridades é conter o avanço dos casos e impedir novas ocorrências diante do risco elevado de intoxicação.

PF investiga se bebidas com metanol tem ligação com crime organizado

Aconteceu nesta terça-feira (30) uma coletiva de imprensa onde a Polícia Federal afirmou que vai investigar a ligação da adulteração de bebidas alcoólicas com metanol com o crime organizado. A investigação vai apurar de onde veio as bebidas, onde foram vendidas, e os principais fornecedores.

Segundo uma nota divulgada pela ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação), há uma suspeita de que o mesmo metanol usado nas bebidas alcoólicas pode ter sido usado para batizar combustíveis pelo crime organizado.

Três mortos são confirmados

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou que recebeu 16 denúncias sobre pessoas com suspeitas de intoxicação por metanol, 6 casos foram confirmados e os outros 10 segue em avaliação. Três mortes foram confirmadas até agora por ingestão de bebidas adulteradas por metanol.

Durante a reunião e coletiva de imprensa realizada hoje, ficou decidido que o Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) irá emitir um alerta aos Procons de todo o país, alertando para o perigo e cuidados aos consumidores e vendedores ao adquirir bebidas alcoólicas.

Foram acionados também o Ministério da Saúde, que ficará responsável por seguir os protocolos de atendimento a pessoas com intoxicação, e o Ministério da Agricultura será responsável por avaliar e ajudar outros órgãos a desenvolver ações de fiscalização.


Bebidas adulteradas com metanol deixam três mortos em SP (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Cuidados e Recomendações

Os cuidados e as recomendações de segurança foram passados para comerciantes e consumidores, principalmente do estado de São Paulo e regiões próximas. Em nota foi divulgada, uma ação em conjunto com o governo, empresas e sociedade no combate à venda de produtos falsificados, foi recomendado aos comerciantes e consumidores de não adquirir produtos de procedências duvidosas ou muito baratos, a prioridade agora seria a compra segura, com a devida conferência e rastreabilidade dos produtos.

Os consumidores devem atentar-se ao lacre das bebidas alcoólicas, se estiverem violados, abertos, rasgados ou tortos, não adquirir o produto e sempre desconfiar de promoções duvidosas.

Vinte e cinco pessoas morrem por adulteração de vodca na Rússia

Neste mês, pelo menos 25 pessoas vieram a óbito na Rússia por consumirem vodkas adulteradas na região de São Petersburgo. Entre as 25 mortes, oito possuem a causa confirmada por intoxicação por metanol. Resultados de exames periciais também indicaram altos níveis da substância nos corpos das vítimas, afirmou um médico à AFP. Uma pessoa se encontra internada em estado grave em um hospital, informou a agência de notícias estatal russa Ria. Até o momento, 14 pessoas foram presas.

Mais sobre o caso

Informações preliminares indicam que os envenenamentos ocorreram através de bebidas produzidas por comerciantes não autorizados. A promotoria regional confirmou nesta sexta-feira (26) que várias pessoas acabaram sendo envenenadas com bebidas falsificadas no distrito de Slantsy, já no sabádo (27), níveis de metanol foram confirmados em mais de seis corpos.

Os primeiros detidos pelo caso foram uma mulher de 60 anos identificada como Olga Stepanova e um homem de 78 anos chamado Nikolai Boytsov. Olga, que é professora de jardim de infância, seria a responsável pelo fornecimento de álcool ao aposentado, que por sua vez, fabricou e engarrafou o líquido em uma instalação improvisada, segundo informações da rede de televisão russa REN TV. Boytsov mais tarde, teria vendido a bebida por menos de um euro, no entanto, antes da venda, ele envenenou sua esposa de 75 anos.

Ambos foram detidos pelas autoridades de Leningrado sob a acusação de produção e venda de produtos nocivos contendo álcool, em que se resulta na morte de várias pessoas.

Outros 12 suspeitos de envolvimento na distribuição das bebidas alcoólicas adulteradas também foram detidos. Durantes as buscas, a polícia apreendeu mais de 1.300 litros de bebidas alcoólicas falsificadas. Foram abertos três processos criminais para investigar o caso. O gabinete do promotor público da região de São Petersburgo divulgou a realização de buscas em locais de possível armazenamento e distribuição das bebidas.

A fama de bebidas alcoólicas falsificadas na Rússia

O crescimento de bebidas alcoólicas contrabandeadas estão ganhando popularidade na Rússia,  à medida que os preços do álcool disparam devido à guerra. Entre a faixa etária que mais consome esse tipo de bebida, destacam-se os aposentados.

A porta-voz do Ministério do Interior, major-geneal Irina Volk, confirmou que forças de segurança detiveram um morador da cidade de Gostilitsy por supostamente ”vender um líquido com álcool”.

As autoridades não descartam que hajam mais vítimas fatais do que as já confirmadas e continuam a realizar o controle sobre as pessoas que faleceram repentinamente.

Canais de Telegram, como o ”Topor”, são utilizados para repassar informações e detalhes dos terríveis efeitos que a vodka adulterada provocou em uma das vitimas, foi destacado o falecimento de um homem achamado Yuri Spiridonov, de 54 anos, que após consumo, se moveu desesperadamente de joelhos até sua esposa e afirmou que estava morrendo, horas depois, Spiridonov infelizmente chegou a óbito. Por meio do mesmo canal de informação, está se asegurando de que nesta mesma noite, outras treze pessoas morreram nas mesmas condições que o homem.


Reportagem do ''Fantástico'' sobre os casos brasileiros de intoxicação (Vídeo: reprodução/Youtube/g1)

Turistas também são vítimas

No mês passado, mais de uma dúzia de pessoas morreram de envenenamento por metanol após a compra de álcool falsificado, sem as vítimas terem consciência do fato, em um popular resort russo. Supostamente, esses turistas compraram a bebida na cidade de Soshi. Após beber, uma das vítimas ficou cega e veio a falecer de insuficiência renal depois de consumir Chacha falso, um conhaque forte e claro. Dois outros turistas também morreram de envenenamento ao chegarem em casa.

Duas pessoas, identificadas como Olesya e Eteri, de 31 e 71 anos, respectivamente, compareceram mais tarde a um tribunal de Sochi por suspeita de distribuição de álcool falsificado. A partir desta situação, o Ministério de Assuntos Internos da Rússia emitiu um alerta urgente aos cidadãos para não consumirem ”produtos alcoólicos de origem desconhecida”.

De São Petersburgo para São Paulo

No último mês ao menos nove casos foram registrados em São Paulo, todos justamente por adulteração de bebidas alcoólicas com metanol. Segundo autoridades, ao menos três mortes suspeitas estão sob investigação, duas em São Bernardo dos Campos e uma na capital paulista.

A Prefeitura de São Paulo emitiu um alerta sobre a possível presença de metanol em bebidas adulteradas. “A intoxicação por Metanol é grave e os sintomas iniciais podem passar despercebidos“, diz o texto. “O tratamento precoce evita a acidose grave e a insuficiência renal.”

A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do Ministério da Justiça e da Segurança Pública informou que o aumento de ocorrências recebidas foi classificada pelas autoridades como ”fora do padrão”.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu uma recomendação, no último sábado (27), aos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no Estado, reforçando também a necessidade de que as empresas façam compras seguras, que confiram os produtos e fortifiquem a a rastreabilidade dos produtos.

Também deixou registrado que preços muito baixos, lacres tortos, erros grosseiros de impressão, odor semelhante a solvente e relatos de consumidores com sintomas como visão turna, dor de cabeça intensa, náusea ou rebaixamento da consciência “devem ser tratados como suspeita de adulteração“.

Por meio de uma nota, a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) disse que acompanhou diversas operações combatendo ao comércio de produtos ilícitos, e que apenas em 2025, houveram mais de 160 mil produtos falsificados apreendidos.

Entenda o metanol

Não destinado ao consumo ao consumo humano, por ser altamente tóxico, o Metanol é um produto químico industrial que se encontra em fluidos anticongelantes e de limpadores de para-brisa. Bastando somente pequenas doses para ser prejudicial, algumas doses de bebida alcoólica clandestina que o contenham podem ser letais.

O que eleva o perigo é o fato de que a substância possui o sabor e a aparência do álcool, tendo também seus primeiros efeitos semelhantes, causando embriaguez e a sensação de enjoo. Sendo assim, inicialmente as pessoas podem não perceber que há algo de errado. O dano ocorre horas depois, quando o corpo tenta eliminá-lo do organismo, metabolizando-o no fígado.