Protestos contra o presidente Trump acontecem nos Estados Unidos

Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado em várias cidades dos Estados Unidos, incluindo Nova York, para protestar contra o presidente Donald Trump. O ato reuniu grupos de diferentes movimentos sociais, que marcharam pacificamente e carregaram cartazes com críticas e reivindicações. A mobilização ocorreu em resposta a decisões recentes do governo e à insatisfação com políticas consideradas controversas.

Vários protestos contra o Trump pelo país

Com o lema “No Kings” traduzido como “Não Queremos Reis”, os atos aconteceram em cerca de 2,5 mil cidades espalhadas pelos 50 estados do país. Enquanto isso, Trump permanece em Mar-A-Lago, na Flórida, sem agenda oficial.  As faixas exibidas pelos participantes, fez alusão ao nome da campanha que inspirou os protestos, promovida por uma coalizão de grupos progressistas.


População fazendo manifestações contra o governo Trump (Foto: reprodução/Instagram/@hugogloss)

Em junho, mobilizações organizadas sob o mesmo lema reuniram mais de cinco milhões de pessoas em todo o país, a maioria de forma pacífica. O título do movimento reflete uma crítica recorrente a Donald Trump, acusado por opositores de adotar uma postura autoritária, semelhante à de um monarca. “O presidente acredita que possui poder absoluto”, afirma o site oficial dos organizadores. “Mas nos Estados Unidos não existem reis, e não aceitaremos o caos, a corrupção nem a crueldade”, acrescenta o texto.

Apoiadores de Trump, por outro lado, acusaram os manifestantes de ligação com o movimento Antifa, de extrema esquerda, e classificaram os atos como demonstrações de “ódio à América”. Governadores republicanos de vários estados dos Estados Unidos colocaram unidades da Guarda Nacional em estado de alerta diante da possibilidade de episódios de violência.

As manifestações estão programadas para ocorrer em todo o país ao longo do dia, com atos previstos de costa a costa em cidades como Washington, Nova Orleans, Atlanta, São Francisco, Los Angeles e Las Vegas. Também foram organizados protestos em diversas capitais europeias, entre elas Berlim (Alemanha), Madri (Espanha) e Roma (Itália).

Em uma entrevista à uma rede de televisão, que será exibida no domingo, Donald Trump fez uma aparente referência aos atos. “Um rei! Não é teatro”, declarou o presidente. “Eles estão me chamando de rei, mas eu não sou um rei.”

Líderes republicanos levantaram a possibilidade de intervenção policial caso surgissem episódios de violência durante os protestos. No Texas, o governador Greg Abbott colocou as tropas estaduais em prontidão antes de um ato marcado para a capital, Austin, justificando a medida como resposta a uma “manifestação vinculada ao movimento Antifa”.

“Talvez seja necessário convocar a Guarda Nacional”, afirmou o senador do Kansas, Roger Marshall, antes das manifestações. “Espero que tudo seja pacífico, mas tenho minhas dúvidas.”

A decisão gerou críticas de democratas, incluindo Gene Wu, principal nome do partido no estado, que declarou: “Enviar militares armados para conter manifestações pacíficas é algo que reis e ditadores fazem e Greg Abbott acaba de provar que age como um deles.”

Na Virgínia, o governador republicano Glenn Youngkin também determinou que a Guarda Nacional estadual permanecesse em alerta. Durante a semana, o ator Robert De Niro conhecido por suas críticas a Donald Trump publicou um vídeo convocando os americanos a se unirem e “fazerem suas vozes serem ouvidas de forma pacífica”.

“Tivemos 250 anos de democracia por vezes desafiadora, às vezes confusa, mas sempre essencial”, disse o ator. “Agora, enfrentamos um aspirante a monarca que tenta nos tomar isso: o Rei Donald, o Primeiro.” Entre as celebridades esperadas nos protestos “No Kings” estão Jane Fonda, Kerry Washington, John Legend, Alan Cumming e John Leguizamo.

A primeira mobilização que aconteceu no país

A primeira grande mobilização aconteceu em um momento simbólico para o presidente e reuniu cidadãos descontentes com a forma como Donald Trump conduz o governo. Para muitos manifestantes, o republicano vem adotando uma postura cada vez mais autoritária em seu segundo mandato.

Integrantes do Partido Republicano afirmam que os democratas teriam atrasado as negociações do orçamento federal, que resultaram na paralisação da administração pública, com o objetivo de estimular os protestos em todo país contra o governo o atual.

Presidente do Equador sofre tentativa de atentado

Nesta terça (7) o presidente do Equador, Daniel Noboa, foi alvo de um atentado ao ter seu carro cercado por uma multidão ao chegar na província de Cañar, região central do Equador onde ele teria um evento.

Segundo Inès María Manzano, ministra de energia do governo de Noboa, foi uma tentativa de assassinato. o veículo ficou com marcas de tiros, janelas foram quebradas por conta das pedras que também foram jogadas. O governo informou que uma denúncia formal já foi feita e que pelo menos 5 pessoas foram presas e todos vão ser indiciados por terrorismo e tentativa de homicidio

A confederação de nacionalidades indígenas do Equador (Conaie) que é a maior organização dos povos originários, afirmou que o exército agiu brutalmente contra pessoas, incluindo mulheres idosas, que estavam pela região por onde o carro de Noboa passava e que 5 pessoas foram presas injustamente.


Comitiva presidencial do Equador sendo atacada (Vídeo: Reprodução/ Instagram/ @presidenciaec)

Entenda o motivo das manifestações

  O protesto se instaurou contra o aumento do preço do diesel, que passou de US$1,80 para US$2,80 por galão, causado pelo fim do subsídio do governo equatoriano. A Conaie foi a responsável por organizar as manifestações com bloqueios de vias em várias províncias do país. Segundo dados oficiais, com 1 morto e 150 feridos (entre civis, militares e polícia) e por volta de 100 pessoas presas. 

   No último sábado (5) Noboa decretou estado de emergência por 60 dias em 10 províncias e citou que é uma grave comoção interna. O decreto menciona as paralisações e atos de violência que alteram a ordem pública e ainda fala sobre uma radicalização dos protestos. O governo também classifica as manifestações como “atos terroristas” e ameaça os responsáveis com até 30 anos de prisão. E acusou, sem provas apresentadas, que mafiosos estariam infiltrados e nomeou a quadrilha venezuelana Tren de Aragua. 

  No domingo (6) a Conaie acusou o governo de responder com repressão às demandas do povo e que o estado está militarizando os territórios indígenas. Eles afirmam que o aumento de 56% no preço do diesel atinge diretamente os camponeses, além de reivindicarem a redução do IVA de 15% para 12% e mais recursos para saúde e educação pública. 

O líder da Conaie, Marlon Vargas afirmou que se fosse necessário, os manifestantes tomariam Quito. Noboa logo respondeu que ninguém pode vir e tomar a capital dos equatorianos à força e que se “os que atuam como delinquentes, serão tratados como tal”.

Quem é Daniel Noboa

Se tornou o presidente mais jovem da história do Equador quando tomou posse em 2023 aos 35 anos e foi reeleito esse ano com 56% dos votos. Contrariando seu pai, Álvaro Noboa, que concorreu à presidência do país por 5 vezes, sem sucesso em nenhuma delas. 

Daniel nasceu nos EUA e veio de uma família dona de um império empresarial, estudou nas melhores universidades estrangeiras e foi presidente da Comissão de desenvolvimento econômico no seu mandato como deputado. Casado com a influenciadora Lavínia Valbonesa e pai de 3 filhos, sendo um com sua ex-esposa Gabriela Goldbaum. 

Na época das eleições definiu sua candidatura como centro-esquerda mas ganhou com o apoio de grande parte da direita e adotou um governo, que na prática, é centro-direita. Também é conhecido por evitar se expor em palanques e entrevistas. 

Tem sido muito critticado pelas organizações de direitos humanos por usar o abuso da força nas manifestações e tem duas acusações fortes contra ele por machismo e violência de gênero. Uma de sua ex-mulher, Gabriela Goldbaum que o acusa de usar a filha de ambos para lhe causar dor, a impedindo de se comunicar com a menina de 5 anos. E a outra por sua vice na chapa vencedora de 2023, Verónica Abad, que o acusa de tentar afasta-lá do cargo.

Famosos comparecem em manifestações contra PEC de blindagem e anistia

No último domingo (21), ocorreram em diversas cidades do Brasil manifestações contra o projeto de anistia e contra a PEC de blindagem. Os atos levaram milhares de pessoas as ruas com cartazes, bandeiras do Brasil e recados de insatisfação. Dentre elas, alguns famosos também foram vistos.

Famosos em São Paulo e Rio

Em São Paulo, os atos levaram mais de 43 mil pessoas à Avenida Paulista, segundo a Secretaria de Segurança Pública. Camila Pitanga, Alessandra Negrini e Padre Júlio Lancelotti participaram das manifestações na Avenida Paulista. No Rio de Janeiro, foi divulgado que 42 mil pessoas foram até a praia de Copacabana pelo mesmo motivo. Luana Piovani e Matheus Solano foram algumas das celebridades vistas por lá.


 Parte do discurso de Wagner Moura na manifestação em Salvador (Vídeo: Reprodução/X/@midianinja)

Em Salvador, dois nomes que chamaram a atenção por sua presença foram Daniela Mercury e Wagner Moura, que está em destaque por sua participação no filme representante do Brasil na próxima edição do Oscar, “O Agente Secreto”, que realizou um discurso para a multidão presente: “Preguiça de falar desse congresso, dessas leis de bandidagem… quero falar do momento extraordinário que passa a democracia brasileira, um exemplo para o mundo todo. Nossa democracia botou para lenhar, irmão”, disse, em seguida, também cantou para os manifestantes.

Apresentações musicais

No Rio de Janeiro, em meio a manifestação, diversos músicos conhecidos entregaram canções amadas pelo público para os ali presentes. As atrações incluíram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan, Marina Sena, Ivan Lins, Paulinho da Viola e Maria Gadú.


 Caetano Veloso ao lado de Gilberto Gil na manifestação no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Instagram/@midianinja)

Já em São Paulo, o momento da música ficou por conta de Jotapê, Curumin, João Suplicy, Leoni, Marina Lima, Rap Plus Size, entre outros. As apresentações em São Paulo e no Rio ajudaram a atrair mais pessoas e repercutiram nas redes sociais, ampliando o alcance da mensagem.

Tarcísio critica Moraes em manifestação no 7 de setembro

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram no feriado da Independência, para pedir anistia aos condenados pelos golpes de 8 de janeiro de 2023. Manifestantes pediram, através de cartazes, intervenção do presidente americano Donald Trump, para pressionar os ministros do STF. O governador de São Paulo e possível candidato à presidência, nas eleições de 2026, aproveitou o momento para discursar e defender a anistia e criticou Alexandre de Moraes, onde afirmou que “ninguém aguenta mais” o ministro do STF.

A manifestação paulista contou com um público entre 37,1 mil e 47,3 mil, segundo o Monitor Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e da Universidade de São Paulo (USP).

Silas Malafaia também se manifestou

O pastor Silas Malafaia, aproveitou o discurso para atacar o julgamento de Bolsonaro, onde classificou como  um “circo” e “teatro” e afirmou que “nem eles (STF) acreditam em golpe”. Afirmou também que o ex-presidente sofre “perseguição política” e também pediu a anistia aos condenados pela tentativa de golpe.

O líder religioso questionou o ministro Flávio Dino, perguntando o motivo de ter “escondido imagens” e comparou o ex-presidente com um dos condenados pelo ataque, afirmando que o Bolsonaro e a Débora Rodrigues, conhecida como “Débora do Batom”, condenada à 14 anos por pichar uma estátua do STF, estão no mesmo nível de crime. (O ex-presidente, se condenado, pode pegar pena de até 43 anos de prisão).


Discurso do pastor Silas Malafaia, em manifestação na Avenida Paulista no feriado da Independência (Vídeo: reprodução/YouTube/AuriVerde Brasil)

Muito emocionada, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, fez um discurso na manifestação da Avenida Paulista (SP), onde afirmou que ao levar sua filha de 14 anos para escola, “tem que abrir o carro todos os dias para verificar se tem alguém dentro”. Também informou que enfrenta “perseguição religiosa”, por não poder realizar culto doméstico em sua casa.

Manifestações em outros locais

No Rio de Janeiro, o ato foi realizado na orla de Copacabana, contando com mais de 42,7 mil pessoas no local, segundo o Cebrap. A manifestação contou com a presença do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que também defendeu a anistia aos golpistas do 8 de janeiro e afirmou que “não houve nenhuma tentativa de golpe”.

Em Brasília, manifestantes também foram à rua para apoiar o ex-presidente. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), foi uma das presentes no ato e pediu “esperança” aos apoiadores.

Manifestações de esquerda ocupam as ruas contra anistia em reação a atos bolsonaristas

Neste domingo (7), Dia da Independência, movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda realizaram manifestações em várias cidades do país, posicionando-se contra a eventual anistia aos envolvidos e condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. As manifestações também levantaram bandeiras em defesa da soberania nacional, da justiça tributária e dos direitos trabalhistas.

As mobilizações fizeram parte da 31ª edição do Grito dos Excluídos, tradicionalmente realizado no feriado, mas ganharam novo fôlego este ano como resposta aos atos bolsonaristas que ocorreram no mesmo dia.

Praça da República em destaque

Em São Paulo, cerca de 8,8 mil pessoas participaram do ato realizado na Praça da República, segundo estimativa do Monitor do Debate Político do Cebrap e da USP em parceria com a organização More in Common. Com bandeiras vermelhas, camisetas da seleção brasileira e até um boneco inflável de Bolsonaro vestido de presidiário, os manifestantes concentraram as críticas na tentativa de anistiar apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.

Entre os participantes estavam ministros do governo Lula, como Alexandre Padilha e Luiz Marinho, além de figuras políticas como Edinho Silva, Guilherme Boulos e Érika Hilton. As reivindicações incluíram taxação dos super-ricos, isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$5 mil e redução da jornada de trabalho sem corte de salários.


Esquerda faz ato contra anistia em São Paulo (Foto: reprodução/Ricardo Lisboa/Getty Images Embed)

Mobilizações pelo país

No Rio de Janeiro, cartazes criticavam a anistia e também o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na capital mineira, os manifestantes se manifestaram contra os planos de privatização defendidos pelo governador Romeu Zema e também demonstraram apoio ao povo palestino em Gaza.

Fortaleza, Goiânia, Teresina, Brasília, Recife e Maceió também registraram atos, com pautas que foram da defesa do meio ambiente à exigência de justiça tributária.

Os protestos acontecem paralelamente ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe e ao aumento da pressão no Congresso para a votação de um projeto de anistia. Enquanto os aliados do ex-presidente defendem um perdão amplo, o governo federal articula sua base e conta com o apoio de movimentos sociais para impedir a aprovação da proposta.

Protestos contra governo queniano deixam mortos e centenas de feridos

Pelo menos 16 pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante protestos realizados nesta quarta-feira (25) em diversas cidades do Quênia. As manifestações foram convocadas para marcar o primeiro aniversário dos protestos de junho de 2024, quando dezenas de pessoas morreram após confrontos com a polícia durante a rejeição popular a um projeto de lei fiscal. 

Relatos apontam uso de munição real, balas de borracha e jatos de água para dispersar os participantes. As ações das forças de segurança voltaram a ser alvo de críticas de organizações de direitos humanos e provocaram reações internacionais.

Ações policiais resultam em mortes durante manifestação

De acordo com dados reunidos pela Anistia Internacional do Quênia, em conjunto com a Comissão Nacional de Direitos Humanos do país (KNCHR), ao menos 16 pessoas morreram, sendo a maioria em decorrência da ação direta da polícia. Pelo menos cinco vítimas foram atingidas por armas de fogo. A KNCHR informou ainda que cerca de 400 pessoas ficaram feridas, incluindo manifestantes, policiais e profissionais da imprensa.

O hospital nacional Kenyatta, em Nairóbi, confirmou a entrada de dezenas de feridos, 107 deles admitidos com ferimentos provocados por disparos, sejam de borracha ou munição real. Nenhuma morte foi oficialmente registrada na unidade até o fechamento do último boletim.

As forças de segurança foram acusadas por diversas organizações civis de agir com força excessiva. Relatos apontam o uso de gás lacrimogêneo, jatos de água, balas de borracha e munição letal. A Autoridade de Comunicações do Quênia havia determinado que emissoras suspendessem a cobertura ao vivo dos protestos, o que gerou reações judiciais e levou à suspensão da ordem por um tribunal local.

Acusações contra policiais e repressão à imprensa

As manifestações se espalharam por diferentes cidades, como Mombasa, Kitengela, Kisii, Matuu e Nyeri. Em Nairóbi, grupos de manifestantes chegaram a se dirigir à residência oficial do presidente William Ruto. A emissora NTV registrou o momento antes de ser retirada do ar por desrespeitar a ordem do governo de interromper transmissões ao vivo. A medida também afetou a KTN. Ambas voltaram ao ar após decisão da Justiça.

As críticas à atuação do governo não se limitam aos atos desta semana. No início de junho, novos protestos eclodiram após a morte do blogueiro e professor universitário Albert Ojwang, de 31 anos, enquanto estava sob custódia policial. Seis pessoas, entre elas, três agentes de segurança, foram acusadas de envolvimento no caso e responderão por homicídio. Todos negam participação.


Manifestações após a morte do blogueiro e professor universitário Albert Ojwang (Vídeo: Reprodução/YouTube/Times News)

No ano passado, o ápice da tensão ocorreu em 25 de junho, quando manifestantes romperam barreiras e invadiram o Parlamento queniano. A resposta violenta da polícia naquele episódio gerou forte repercussão internacional e marcou o início de uma crise no governo de William Ruto.

Após cinco dias de protestos, prefeita de Los Angeles decreta toque de recolher

Na terça-feira (10), Karen Bass, prefeita de Los Angeles, decretou estado de emergência e estabeleceu um toque de recolher nas áreas centrais da cidade. A decisão, foi motivada após a permanência de protestos — iniciados na última sexta (6) e intensificados após ações do ICE (Serviço de Imigração dos EUA) — e tem como objetivo conter os episódios de vandalismo, saques e confrontos envolvendo manifestantes e agentes de segurança.

O toque de recolher iniciou-se às 20h, com permanência até as 6h do dia seguinte, abrangendo cerca de 2,5 km² no centro da cidade, delimitado pelas principais rodovias (5, 110 e 10). A estratégia visa evitar a escalada de tumultos, mas inclui algumas exceções para moradores, pessoas em situação de rua, profissionais de imprensa credenciados, equipes de emergência e trabalhadores essenciais.

Origem das manifestações

Desde o dia 6 de junho, a cidade de Los Angeles tem sido palco de intensas manifestações em reação a operações de detenção promovidas pelo ICE (Serviço de Imigração e Controle de Aduanas). As ações estão acontecendo em diversos bairros, incluindo o Fashion District, com uso de gás lacrimogêneo, balas de borracha e detenção de dezenas de pessoas. Muitos manifestantes direcionaram os atos para outros locais como o Westlake e até interditaram trechos da rodovia 101 em protesto.


Protestos causam alvoroço em Los Angeles e cidades vizinha (Vídeo: reprodução/YouTube/G1)

À medida que os protestos continuam, já totalizando cinco dias, relatos de vandalismo, saques e tiroteios isolados começaram a aumentar. Pensando na segurança pública, a prefeita Karen Bass declarou estado de emergência para grande parte do centro da cidade e implementou um toque de recolher, garantindo que a população não sofra nenhum dano físico enquanto medidas não são tomadas para a resolução do problema.

Repercussão nacional

Apesar de grande parte dos protestos ser pacífica, houve episódios de violência que chamaram atenção nacional. A polícia e manifestantes trocaram balas de borracha e gás lacrimogêneo. Em meio aos confrontos, diversos jornalistas que realizavam a cobertura das manifestações acabaram sendo baleados. Segundo informações, aproximadamente 250 pessoas já foram detidas na cidade de Los Angeles, com 197 delas presas apenas na noite de 10 de junho. Seis pessoas ficaram feridas, incluindo uma repórter australiana.

Nova York, Chicago, Austin e Dallas são alguns dos nomes que totalizam uma lista de 20 cidades que também decidiram fazer parte dos protestos em defesa dos direitos dos imigrantes. No âmbito político, figuras democratas como Bernie Sanders e Gavin Newsom acusam a Presidência de usar a crise como distração e plano estratégico, aumentando o debate sobre autoritarismo e uso da força.