Lei impede Itamaraty de custear translado do corpo de Juliana

Nesta quarta-feira (25), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, anunciou que é proibido por lei de arcar com as despesas para o translado do corpo de Juliana Marins, jovem que morreu após cair em vulcão na Indonésia.

Segundo a Legislação, o Itamaraty é proibido custear o processo de repatriação do corpo com recursos públicos. O Ministério tem prestado assistência a família de Juliana e teve participação na finalização do resgate, enviando alguns funcionários para presenciar a operação.

Limitações do Itamaraty

Segundo o artigo 257 do decreto 9.199/2017, relembrado em comunicado do Itamaraty, o Ministério tem como algumas de suas responsabilidades: acompanhar os acidentes, falecimentos e prisões de brasileiros no exterior e de prestar assistência em cenário de conflito armado e catástrofes naturais.


Palácio do Itamaraty (Foto: reprodução/Andrea Pistolesi/Getty Images Embed)

Porém, o § 1º deste decreto diz que “A assistência consular não compreende o custeio de despesas com sepultamento e traslado de corpos de nacionais que tenham falecido do exterior, nem despesas com hospitalização, excetuados os itens médicos e o atendimento emergencial em situações de caráter humanitário.”, o que impede a ação do Itamaraty no caso.

Sobre o acidente

Juliana Marins, publicitária brasileira de 24 anos, sofreu um acidente durante uma trilha na região do vulcão Rinjani, localizado na Indonésia. O local em que a jovem caiu era de difícil acesso e escorregadio; a brasileira precisou esperar o resgate por 72 horas. Ao longo destes dias, imagens de Juliana foram capturadas por drones e mostravam que ela estava cada vez mais distante do ponto em que caiu.


Juliana Marins e registro na Indonésia (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

A publicitária, nascida em Niterói, Rio de Janeiro, que estava viajando pela Ásia desde o início do ano e já tinha estado na Tailândia, Filipinas e Vietnã foi encontrada morta na última terça-feira (24) em meio a desinformações e despreparo da parte do governo da Indonésia.

O acidente de Juliana e todo o cenário envolvendo a tragédia fez com que o Itamaraty se propusesse a reavaliar as recomendações dadas aos turistas brasileiros de aventura, que atualmente são rasas e genéricas, podendo incluir no documento itens para levar nas viagens e critérios para contratação de guias e empresas especializadas.

Pai de Juliana Marins reconhece corpo da filha na Indonésia

Manoel Marins, pai da brasileira Juliana Marins, que não resistiu após desaparecer durante trilha em vulcão na Indonésia, reconheceu o corpo da jovem nesta quarta-feira (25). Ele viajou no fim de semana com destino ao país asiático e chegou hoje à região onde a filha se acidentou.

O pai de Juliana desembarcou com dois sobrinhos, e as informações foram confirmadas pela Embaixada do Brasil em Jacarta, com exclusividade ao jornal Folha de S. Paulo.

Ele chegou a publicar um story embarcando para a Indonésia horas antes da confirmação da morte da jovem, na terça-feira (24). Inicialmente, seu primeiro voo havia sido cancelado devido ao fechamento do espaço aéreo no Catar, em razão dos ataques realizados pelo Irã. Manoel viajava para acompanhar o resgate de perto.

A família está recebendo suporte da Embaixada Brasileira na Indonésia e, atualmente, encontra-se em um centro de operações com diplomatas que tratam dos trâmites legais do caso.

Alexandre Pato pagará translado

Após o Itamaraty confirmar que não custeará o translado do corpo da jovem, o ex-atacante do São Paulo, Alexandre Pato, entrou em contato com a família de Juliana e se prontificou a pagar pelo transporte do corpo da menina até o Brasil.

O resgate foi concluído hoje pela Agência Nacional de Busca e Resgate e, agora, o corpo segue para um hospital. A família cuidará da documentação necessária para o translado, com suporte do Itamaraty para resolução de questões burocráticas.


Manoel Marins em publicação no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@manoel.marins.3)

Homenagens para Juliana

A jovem fazia um “mochilão” pela Ásia e, antes da Indonésia, visitou a Tailândia, o Vietnã e as Filipinas. Em suas redes sociais, escrevia com frequência sobre as lições que aprendeu pelos lugares por onde passou: “O budismo acredita na impermanência. Tudo é passageiro. Por isso, a importância de se voltar pro presente, olhar pra dentro, respirar fundo e viver o agora“, escreveu em uma postagem.

Manoel atualizou as redes sociais com duas homenagens à filha — uma carta emocionante e uma publicação com a letra da música “Pedaço de Mim”, de Chico Buarque.

O acidente e a morte da jovem comoveram a internet, enquanto a cidade de Niterói (RJ) decretou luto oficial de três dias em solidariedade à família de Juliana Marins, que era moradora da cidade.

Alexandre Pato oferece ajuda para translado do corpo de Juliana Marins

O ex-jogador do São Paulo, Alexandre Pato, entrou em contato com a família de Juliana Marins, jovem natural de Niterói (RJ) que faleceu após cair durante uma trilha na Indonésia. Ela foi encontrada morta na última terça-feira (24), após quatro dias desaparecida no vulcão Rinjani.

Após o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) confirmar que não custeará o translado do corpo de Juliana Marins, que foi finalmente resgatado nesta quarta-feira (25), fontes do perfil “Alfinetei” afirmam que Pato, atual comentarista esportivo do SBT, se prontificou a pagar as despesas necessárias e já está em contato com a família da jovem. A decisão foi baseada em um decreto adotado durante o governo Michel Temer.

O presidente Lula prestou condolências por meio de uma postagem no X: “Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Juliana Marins após queda durante trilha no vulcão Rinjani. Nossos serviços diplomáticos e consulares na Indonésia seguirão prestando todo o apoio à sua família neste momento de tanta dor”, escreveu.

Itamaraty não fará o translado

O artigo 257 do Decreto nº 9.199/2017 do Itamaraty determina que “o translado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos”. Entretanto, o órgão segue disponível para prestar orientações aos familiares e continuará em contato com as autoridades da Indonésia para resolver os trâmites legais, como a emissão do atestado de óbito e a liberação do corpo.


Juliana Marins em última postagem no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

Morte de Juliana choca o Brasil

A cidade de Niterói decretou luto oficial de três dias em solidariedade à família de Juliana. A morte da jovem de 26 anos comoveu o Brasil e gerou revolta em milhares de internautas, que criticam nas redes sociais o desenrolar do resgate por parte das autoridades da Indonésia e da administração do parque do vulcão. Um usuário no X escreveu: “Impossível não pensar que o que aconteceu com a Juliana foi resultado da DEMORA A ORGANIZAR O RESGATE“.


Postagem da família de Juliana no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@resgatejulianamarins)

Hoje, a família anunciou, por meio do Instagram criado para divulgar informações oficiais sobre o resgate, que buscará justiça pela morte de Juliana. Eles acusam a equipe de resgate de negligência e afirmam que ela poderia estar viva caso tivesse sido socorrida a tempo.

Pai de Juliana Marins divulga carta para filha e lamenta perda

Manoel Marins, pai de Juliana Marins, divulgou uma carta nesta quarta-feira (26) lamentando a perda da filha, no acidente que tirou sua vida na tarde desta terça-feira (25). Na postagem, ele comenta sobre a independência de Juliana ao decidir fazer o mochilão. “Quando lhe perguntei se queria que lhe dessemos algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: jamais“, ele afirma que ela viajou com os próprios recursos, oriundo de seu trabalho.

O atleta destacou a presença da filha na casa, que ficará no quarto e “no seu lugar preferido no sofá da sala“, assim como a marca na vida de quem “teve o privilégio de te conhecer e de conviver contigo“.

Ainda na carta, Manoel diz que o que acalenta o coração é saber que Juliana se foi fazendo o que mais gostava.

Pedaço de Mim

Em uma postagem feita na mesma rede social no final da noite de terça-feira (25), Manoel Marins publicou uma foto de Juliana com o inscrito “Pedaço tirado de mim” junto ao apoio da legenda. No texto, ele registrou a letra da canção “Pedaço de Mim” de Chico Buarque.

A música narra os sentimentos de saudades de alguém, como nos versos: “Que a saudade é o pior tormento/É pior do que o esquecimento/É pior do que se entrevar”.

O pai somente conseguiu chegar à Indonésia (local do acidente) no dia da primeira publicação, porém logo que aterrissou, recebeu a notícia do falecimento da filha. Antes de chegar ao país, ele teve de esperar por horas no aeroporto de Lisboa, em Portugal, porque o espaço aéreo no Qatar foi fechado temporariamente devido aos conflitos entre Irã, Estados Unidos e Israel.

Na segunda-feira (23), o Irã lançou mísseis em bases estadunidenses instaladas no Qatar.


    Carta na íntegra (Foto: reprodução/Instagram/@manoel.marins.3)

O que aconteceu

Juliana Martins ficou desaparecida desde sexta-feira (20), quando caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Apesar dos esforços da equipe de resgate, o corpo da jovem foi encontrado apenas quatro dias depois, mas sem vida.

Segundo nota do Itamaraty, o trabalho foi dificultado pelas condições meteorológicas, do solo e de visibilidade. No entanto, a embaixada brasileira em Jacarta, capital da Indonésia, mobilizou as autoridades locais, ainda conforme a nota. O governo brasileiro prestou condolências à família da vítima.

Já o corpo de Juliana Martins só foi retirado na madrugada desta quarta-feira (25). A família da turista, no perfil oficial de atualizações sobre o acidente, se pronunciou dizendo que a filha sofreu “uma grande negligência por parte da equipe de resgate” e acrescenta que vão atrás de justiça por ela.

A jovem fazia um mochilão pela Ásia, tendo visitado outros países antes da Indonésia, como o Vietnã e a Tailândia.

Homenagens marcam a despedida de Juliana Marins após tragédia

A brasileira Juliana Marins, que estava desaparecida há quatro dias após sofrer uma queda durante uma trilha em um vulcão na  Indonésia, teve sua morte confirmada nesta terça-feira (24). A notícia gerou comoção nacional e mobilizou as redes sociais, especialmente entre celebridades que acompanhavam o caso de perto.

Nomes como Eliana, Cauã Reymond, Angélica e Fernanda Paes Leme usaram suas redes para prestar homenagens e lamentar a perda da jovem. As mensagens destacaram o quanto o caso sensibilizou o público e como a trajetória de Juliana tocou tantas pessoas mesmo à distância

Famosos prestam condolências e solidariedade

Assim que a família comunicou o falecimento de Juliana Marins, diversas celebridades se manifestaram com mensagens de conforto e pesar. “Sinto muito, que notícia triste para todo o Brasil. Meu abraço pra família e amigos”, comentou Cauã Reymond. Em poucas palavras, Eliana transmitiu seu lamento sincero: “Lamento profundamente”.

A atriz e diretora Dira Paes ressaltou como a história de Juliana Marins tocou o coração de toda a população brasileira, que acompanhou com apreensão e esperança os dias difíceis de busca e resgate.

Segundo ela, essa experiência coletiva transformou Juliana, que passou a ser vista como parte da família brasileira, aproximando todos na dor pela perda. “Toda a minha solidariedade à família de Juliana, que nesta fatalidade se tornou parente de todos nós”, declarou a artista.


Famosos prestam solidariedade em post sobre Juliana Marins (Foto: Reprodução/Instagram/@resgatejulianamarins)

 União e empatia nacional

Angélica deixou uma mensagem de solidariedade à família, desejando que Deus conforte a todos nesse momento difícil e expressando seus sentimentos com carinho. Romana Novais, esposa do DJ Alok, também reagiu à notícia com tristeza, afirmando que a perda impactou profundamente seu dia.

Além dos comentários, algumas celebridades usaram suas próprias redes sociais pra lamentar a morte de Juliana. Tatá Werneck demonstrou revolta com à lentidão no processo de resgate, enquanto Fernanda Paes Leme prestou apoio à família e ressaltou que todo o país compartilha da dor dessa perda.


Alguns famosos, entre eles Tatá Werneck, deixaram postagens em seus perfis sobre o caso (Foto: Reprodução/Instagram/@babados)

Como foi o caso envolvendo Juliana Marins

Durante uma trilha no vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia, Juliana Marins, de 26 anos, sofreu uma queda e ficou desaparecida por quatro dias. A jovem estava em um mochilão pela Ásia e fazia o passeio ao lado de outros turistas, com apoio de uma empresa local de turismo. Segundo informações, Juliana escorregou e caiu em uma vala, sendo levada a uma distância de cerca de 300 metros do restante do grupo. Inicialmente, houve relatos de que ela teria sido socorrida, mas a informação foi desmentida pela própria família.

Na segunda-feira (23/6), drones com sensores térmicos localizaram Juliana, que estava imóvel a aproximadamente 500 metros do ponto da queda. As buscas continuaram até a terça-feira (24/6), quando as equipes conseguiram chegar até ela. Em nota publicada nas redes sociais, os familiares confirmaram a morte da jovem e agradeceram pelas orações e manifestações de carinho recebidas durante os dias de angústia.