Lei impede Itamaraty de custear translado do corpo de Juliana

Nesta quarta-feira (25), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, anunciou que é proibido por lei de arcar com as despesas para o translado do corpo de Juliana Marins, jovem que morreu após cair em vulcão na Indonésia.

Segundo a Legislação, o Itamaraty é proibido custear o processo de repatriação do corpo com recursos públicos. O Ministério tem prestado assistência a família de Juliana e teve participação na finalização do resgate, enviando alguns funcionários para presenciar a operação.

Limitações do Itamaraty

Segundo o artigo 257 do decreto 9.199/2017, relembrado em comunicado do Itamaraty, o Ministério tem como algumas de suas responsabilidades: acompanhar os acidentes, falecimentos e prisões de brasileiros no exterior e de prestar assistência em cenário de conflito armado e catástrofes naturais.


Palácio do Itamaraty (Foto: reprodução/Andrea Pistolesi/Getty Images Embed)

Porém, o § 1º deste decreto diz que “A assistência consular não compreende o custeio de despesas com sepultamento e traslado de corpos de nacionais que tenham falecido do exterior, nem despesas com hospitalização, excetuados os itens médicos e o atendimento emergencial em situações de caráter humanitário.”, o que impede a ação do Itamaraty no caso.

Sobre o acidente

Juliana Marins, publicitária brasileira de 24 anos, sofreu um acidente durante uma trilha na região do vulcão Rinjani, localizado na Indonésia. O local em que a jovem caiu era de difícil acesso e escorregadio; a brasileira precisou esperar o resgate por 72 horas. Ao longo destes dias, imagens de Juliana foram capturadas por drones e mostravam que ela estava cada vez mais distante do ponto em que caiu.


Juliana Marins e registro na Indonésia (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

A publicitária, nascida em Niterói, Rio de Janeiro, que estava viajando pela Ásia desde o início do ano e já tinha estado na Tailândia, Filipinas e Vietnã foi encontrada morta na última terça-feira (24) em meio a desinformações e despreparo da parte do governo da Indonésia.

O acidente de Juliana e todo o cenário envolvendo a tragédia fez com que o Itamaraty se propusesse a reavaliar as recomendações dadas aos turistas brasileiros de aventura, que atualmente são rasas e genéricas, podendo incluir no documento itens para levar nas viagens e critérios para contratação de guias e empresas especializadas.

Pai de Juliana Marins reconhece corpo da filha na Indonésia

Manoel Marins, pai da brasileira Juliana Marins, que não resistiu após desaparecer durante trilha em vulcão na Indonésia, reconheceu o corpo da jovem nesta quarta-feira (25). Ele viajou no fim de semana com destino ao país asiático e chegou hoje à região onde a filha se acidentou.

O pai de Juliana desembarcou com dois sobrinhos, e as informações foram confirmadas pela Embaixada do Brasil em Jacarta, com exclusividade ao jornal Folha de S. Paulo.

Ele chegou a publicar um story embarcando para a Indonésia horas antes da confirmação da morte da jovem, na terça-feira (24). Inicialmente, seu primeiro voo havia sido cancelado devido ao fechamento do espaço aéreo no Catar, em razão dos ataques realizados pelo Irã. Manoel viajava para acompanhar o resgate de perto.

A família está recebendo suporte da Embaixada Brasileira na Indonésia e, atualmente, encontra-se em um centro de operações com diplomatas que tratam dos trâmites legais do caso.

Alexandre Pato pagará translado

Após o Itamaraty confirmar que não custeará o translado do corpo da jovem, o ex-atacante do São Paulo, Alexandre Pato, entrou em contato com a família de Juliana e se prontificou a pagar pelo transporte do corpo da menina até o Brasil.

O resgate foi concluído hoje pela Agência Nacional de Busca e Resgate e, agora, o corpo segue para um hospital. A família cuidará da documentação necessária para o translado, com suporte do Itamaraty para resolução de questões burocráticas.


Manoel Marins em publicação no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@manoel.marins.3)

Homenagens para Juliana

A jovem fazia um “mochilão” pela Ásia e, antes da Indonésia, visitou a Tailândia, o Vietnã e as Filipinas. Em suas redes sociais, escrevia com frequência sobre as lições que aprendeu pelos lugares por onde passou: “O budismo acredita na impermanência. Tudo é passageiro. Por isso, a importância de se voltar pro presente, olhar pra dentro, respirar fundo e viver o agora“, escreveu em uma postagem.

Manoel atualizou as redes sociais com duas homenagens à filha — uma carta emocionante e uma publicação com a letra da música “Pedaço de Mim”, de Chico Buarque.

O acidente e a morte da jovem comoveram a internet, enquanto a cidade de Niterói (RJ) decretou luto oficial de três dias em solidariedade à família de Juliana Marins, que era moradora da cidade.

Alexandre Pato oferece ajuda para translado do corpo de Juliana Marins

O ex-jogador do São Paulo, Alexandre Pato, entrou em contato com a família de Juliana Marins, jovem natural de Niterói (RJ) que faleceu após cair durante uma trilha na Indonésia. Ela foi encontrada morta na última terça-feira (24), após quatro dias desaparecida no vulcão Rinjani.

Após o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) confirmar que não custeará o translado do corpo de Juliana Marins, que foi finalmente resgatado nesta quarta-feira (25), fontes do perfil “Alfinetei” afirmam que Pato, atual comentarista esportivo do SBT, se prontificou a pagar as despesas necessárias e já está em contato com a família da jovem. A decisão foi baseada em um decreto adotado durante o governo Michel Temer.

O presidente Lula prestou condolências por meio de uma postagem no X: “Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Juliana Marins após queda durante trilha no vulcão Rinjani. Nossos serviços diplomáticos e consulares na Indonésia seguirão prestando todo o apoio à sua família neste momento de tanta dor”, escreveu.

Itamaraty não fará o translado

O artigo 257 do Decreto nº 9.199/2017 do Itamaraty determina que “o translado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos”. Entretanto, o órgão segue disponível para prestar orientações aos familiares e continuará em contato com as autoridades da Indonésia para resolver os trâmites legais, como a emissão do atestado de óbito e a liberação do corpo.


Juliana Marins em última postagem no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@ajulianamarins)

Morte de Juliana choca o Brasil

A cidade de Niterói decretou luto oficial de três dias em solidariedade à família de Juliana. A morte da jovem de 26 anos comoveu o Brasil e gerou revolta em milhares de internautas, que criticam nas redes sociais o desenrolar do resgate por parte das autoridades da Indonésia e da administração do parque do vulcão. Um usuário no X escreveu: “Impossível não pensar que o que aconteceu com a Juliana foi resultado da DEMORA A ORGANIZAR O RESGATE“.


Postagem da família de Juliana no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@resgatejulianamarins)

Hoje, a família anunciou, por meio do Instagram criado para divulgar informações oficiais sobre o resgate, que buscará justiça pela morte de Juliana. Eles acusam a equipe de resgate de negligência e afirmam que ela poderia estar viva caso tivesse sido socorrida a tempo.

Pai de Juliana Marins divulga carta para filha e lamenta perda

Manoel Marins, pai de Juliana Marins, divulgou uma carta nesta quarta-feira (26) lamentando a perda da filha, no acidente que tirou sua vida na tarde desta terça-feira (25). Na postagem, ele comenta sobre a independência de Juliana ao decidir fazer o mochilão. “Quando lhe perguntei se queria que lhe dessemos algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: jamais“, ele afirma que ela viajou com os próprios recursos, oriundo de seu trabalho.

O atleta destacou a presença da filha na casa, que ficará no quarto e “no seu lugar preferido no sofá da sala“, assim como a marca na vida de quem “teve o privilégio de te conhecer e de conviver contigo“.

Ainda na carta, Manoel diz que o que acalenta o coração é saber que Juliana se foi fazendo o que mais gostava.

Pedaço de Mim

Em uma postagem feita na mesma rede social no final da noite de terça-feira (25), Manoel Marins publicou uma foto de Juliana com o inscrito “Pedaço tirado de mim” junto ao apoio da legenda. No texto, ele registrou a letra da canção “Pedaço de Mim” de Chico Buarque.

A música narra os sentimentos de saudades de alguém, como nos versos: “Que a saudade é o pior tormento/É pior do que o esquecimento/É pior do que se entrevar”.

O pai somente conseguiu chegar à Indonésia (local do acidente) no dia da primeira publicação, porém logo que aterrissou, recebeu a notícia do falecimento da filha. Antes de chegar ao país, ele teve de esperar por horas no aeroporto de Lisboa, em Portugal, porque o espaço aéreo no Qatar foi fechado temporariamente devido aos conflitos entre Irã, Estados Unidos e Israel.

Na segunda-feira (23), o Irã lançou mísseis em bases estadunidenses instaladas no Qatar.


    Carta na íntegra (Foto: reprodução/Instagram/@manoel.marins.3)

O que aconteceu

Juliana Martins ficou desaparecida desde sexta-feira (20), quando caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Apesar dos esforços da equipe de resgate, o corpo da jovem foi encontrado apenas quatro dias depois, mas sem vida.

Segundo nota do Itamaraty, o trabalho foi dificultado pelas condições meteorológicas, do solo e de visibilidade. No entanto, a embaixada brasileira em Jacarta, capital da Indonésia, mobilizou as autoridades locais, ainda conforme a nota. O governo brasileiro prestou condolências à família da vítima.

Já o corpo de Juliana Martins só foi retirado na madrugada desta quarta-feira (25). A família da turista, no perfil oficial de atualizações sobre o acidente, se pronunciou dizendo que a filha sofreu “uma grande negligência por parte da equipe de resgate” e acrescenta que vão atrás de justiça por ela.

A jovem fazia um mochilão pela Ásia, tendo visitado outros países antes da Indonésia, como o Vietnã e a Tailândia.

Corpo de brasileira é resgatado após queda em vulcão na Indonésia

O corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi resgatado nesta quarta-feira (25) do Monte Rinjani, na Indonésia, após mais de quatro dias de buscas intensas. Juliana caiu de uma trilha no vulcão no último fim de semana e foi encontrada sem vida cerca de 600 metros abaixo do trajeto principal.

A operação de resgate foi realizada por agentes da Basarnas, a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, com o apoio de voluntários especializados. De acordo com as autoridades locais, o processo de içamento do corpo durou mais de sete horas e foi dificultado pelas condições climáticas adversas, como neblina intensa, baixa visibilidade e variações bruscas de temperatura.


https://www.youtube.com/watch?v=s_r4A6DevZ4

Reportagem sobre o resgate de Juliana Martins (Vídeo: reprodução/YouTube/

Mau tempo complica

O mau tempo também impossibilitou o uso de helicópteros na operação, obrigando as equipes a atuarem exclusivamente por via terrestre. A trilha onde Juliana caiu é considerada de difícil acesso e exige experiência dos montanhistas. Segundo o comandante da operação, diversos pontos de ancoragem foram utilizados durante o resgate, reforçando o risco da região.

Após o resgate, o corpo foi levado de maca até o posto de Sembalun, base de onde partem as expedições rumo ao cume do Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok. Em seguida, foi transportado para o hospital Bayangkara, na capital local, Mataram. A repatriação do corpo ao Brasil ficará sob responsabilidade da família e das autoridades brasileiras e indonésias.

Equipes voluntárias

Um montanhista voluntário que participou do resgate relatou, emocionado, que tentou ajudar da melhor forma possível. Em uma publicação nas redes sociais, o montanhista compartilhou os desafios enfrentados durante o percurso e deixou uma mensagem de apoio aos familiares de Juliana.

As causas exatas da queda ainda não foram oficialmente esclarecidas. A morte da jovem causou grande repercussão online e levantou um alerta sobre os perigos de trilhas em regiões de difícil acesso e com atividade vulcânica.

Homenagens marcam a despedida de Juliana Marins após tragédia

A brasileira Juliana Marins, que estava desaparecida há quatro dias após sofrer uma queda durante uma trilha em um vulcão na  Indonésia, teve sua morte confirmada nesta terça-feira (24). A notícia gerou comoção nacional e mobilizou as redes sociais, especialmente entre celebridades que acompanhavam o caso de perto.

Nomes como Eliana, Cauã Reymond, Angélica e Fernanda Paes Leme usaram suas redes para prestar homenagens e lamentar a perda da jovem. As mensagens destacaram o quanto o caso sensibilizou o público e como a trajetória de Juliana tocou tantas pessoas mesmo à distância

Famosos prestam condolências e solidariedade

Assim que a família comunicou o falecimento de Juliana Marins, diversas celebridades se manifestaram com mensagens de conforto e pesar. “Sinto muito, que notícia triste para todo o Brasil. Meu abraço pra família e amigos”, comentou Cauã Reymond. Em poucas palavras, Eliana transmitiu seu lamento sincero: “Lamento profundamente”.

A atriz e diretora Dira Paes ressaltou como a história de Juliana Marins tocou o coração de toda a população brasileira, que acompanhou com apreensão e esperança os dias difíceis de busca e resgate.

Segundo ela, essa experiência coletiva transformou Juliana, que passou a ser vista como parte da família brasileira, aproximando todos na dor pela perda. “Toda a minha solidariedade à família de Juliana, que nesta fatalidade se tornou parente de todos nós”, declarou a artista.


Famosos prestam solidariedade em post sobre Juliana Marins (Foto: Reprodução/Instagram/@resgatejulianamarins)

 União e empatia nacional

Angélica deixou uma mensagem de solidariedade à família, desejando que Deus conforte a todos nesse momento difícil e expressando seus sentimentos com carinho. Romana Novais, esposa do DJ Alok, também reagiu à notícia com tristeza, afirmando que a perda impactou profundamente seu dia.

Além dos comentários, algumas celebridades usaram suas próprias redes sociais pra lamentar a morte de Juliana. Tatá Werneck demonstrou revolta com à lentidão no processo de resgate, enquanto Fernanda Paes Leme prestou apoio à família e ressaltou que todo o país compartilha da dor dessa perda.


Alguns famosos, entre eles Tatá Werneck, deixaram postagens em seus perfis sobre o caso (Foto: Reprodução/Instagram/@babados)

Como foi o caso envolvendo Juliana Marins

Durante uma trilha no vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia, Juliana Marins, de 26 anos, sofreu uma queda e ficou desaparecida por quatro dias. A jovem estava em um mochilão pela Ásia e fazia o passeio ao lado de outros turistas, com apoio de uma empresa local de turismo. Segundo informações, Juliana escorregou e caiu em uma vala, sendo levada a uma distância de cerca de 300 metros do restante do grupo. Inicialmente, houve relatos de que ela teria sido socorrida, mas a informação foi desmentida pela própria família.

Na segunda-feira (23/6), drones com sensores térmicos localizaram Juliana, que estava imóvel a aproximadamente 500 metros do ponto da queda. As buscas continuaram até a terça-feira (24/6), quando as equipes conseguiram chegar até ela. Em nota publicada nas redes sociais, os familiares confirmaram a morte da jovem e agradeceram pelas orações e manifestações de carinho recebidas durante os dias de angústia.

Lula emite comunicado sobre morte de brasileira na Indonésia

A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, na Indonésia, gerou uma onda de comoção no Brasil e levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se manifestar. Lula afirmou que recebeu “com muita tristeza” a notícia de que Juliana foi encontrada sem vida na manhã desta terça (24), após passar quatro dias desaparecida em um penhasco no Monte Rinjani, um vulcão ativo na ilha de Lombok.



Presidente Lula manifesta condolências à Juliana Marins e família (Reprodução: X/@ErikakHilton)

Acidente de Juliana e seus desdobramentos

Nascida em Niterói, formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e atuante como dançarina de pole dance, Juliana estava em uma viagem pela Ásia e realizava uma trilha guiada no Monte Rinjani, vulcão ainda ativo que se eleva a 3.721 metros de altitude e ao seu redor tem um lago, um destino popular entre aventureiros.

Na madrugada de sábado (21) a jovem se desequilibrou e caiu em uma área de difícil acesso, a centenas de metros da borda da cratera. Testemunhas relataram que, após a queda, Juliana ainda apresentava sinais de vida, conseguindo mover os braços e olhar para cima, tendo ainda registrado a cena em vídeo de drone. A notícia do acidente chegou à família no Brasil cerca de três horas depois do ocorrido.

As operações de busca e salvamento enfrentaram desafios, incluindo o terreno acidentado, as condições climáticas adversas com neblina intensa e quedas bruscas de temperatura, além da falta de equipamentos adequados.

Durante os quatro dias de buscas, a família de Juliana viveu momentos de angústia e expectativa, acompanhando o caso à distância e mobilizando esforços para pressionar as autoridades indonésias a intensificarem o resgate.

As reclamações da família e as suspeitas de negligência



Deputada Federal Erika Hilton (PSOL) denuncia negligência do Estado indonésio (Reprodução: X/@ErikakHilton)

Desde o início das buscas, a família de Juliana Marins tem levantado sérias questões sobre a condução do resgate, apontando indícios de negligência por parte das autoridades indonésias e do guia turístico.

Logo no início das operações de resgate, começaram a surgir relatos e vídeos que afirmavam que ela já havia sido localizada e, inclusive, que havia recebido água, alimentos e agasalhos. A irmã de Juliana, Mariana, precisou vir a público diversas vezes para corrigir as informações, esclarecendo que as equipes de resgate ainda não haviam conseguido chegar até ela, e chegou a relatar que até mesmo vídeos “forjados” foram enviados à família, aumentando a confusão e a dor.

Outro ponto levantado foi a falta de equipamentos adequados, com relatos da irmã de Juliana, Mariana, indicando que as cordas utilizadas nas tentativas de resgate não eram longas o suficiente para alcançar a jovem. Além disso, surgiram contradições nos relatos sobre a atuação do guia, com a família afirmando que ele teria sugerido que Juliana “descansasse” e seguisse viagem, versão negada pelo profissional.

Advogados e juristas apontam que pode haver responsabilidade do Estado indonésio e da agência de turismo/guia local. Em situações semelhantes, no Brasil, prestadores de serviço teriam uma “responsabilização enorme”. Para que o Estado brasileiro atue formalmente, é necessário esgotar os recursos internos na Indonésia e fazer uma solicitação formal.

Juliana Marins é encontrada sem vida em vulcão na Indonésia

No fim da manhã desta terça-feira (24), Juliana Marins, brasileira natural de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, foi encontrada morta após despencar em um penhasco no Monte Rijani localizado na Indonésia. Somente hoje (24), após quatro dias de tentativas de resgate, a equipe conseguiu alcançar o ponto onde Juliana estava.

O que aconteceu

Juliana estava em uma viagem popularmente conhecida como “mochilão” percorrendo países asiáticos desde o mês de fevereiro deste ano e, antes de chegar à Indonésia, ela já havia passado pelo Vietnã, Filipinas e Tailândia.

A área onde Juliana se acidentou fica na ilha de Lombok, no Monte Rijani, onde está o vulcão ativo com cerca de 3.721 metros de altura. O local atrai muitas pessoas durante o ano, pois a paisagem é atrativa e conta com um lago ao seu redor, porém a trilha do percurso é difícil e exige bastante preparo e cautela.

Na tarde de sexta-feira (20), horário do Brasil, Juliana sofreu a queda do penhasco na trilha. Ela estava caminhando com mais seis turistas acompanhados por dois guias, mas se sentiu cansada e pediu para aguardar um pouco. Segundo a irmã de Juliana, Mariana Marins, todos seguiram a caminhada, inclusive o guia, que a deixou para trás.

Informações do parque dizem que Juliana teria se desesperado e não soube para onde ir ou o que fazer, e no momento em que o guia voltou para buscá-la, percebeu que ela havia caído.

Reportagem Juliana Marins (Vídeo: reprodução/YouTube/@bandjornalismo)

O relato do guia

Ali Musthofa, o guia que acompanhava o grupo naquele dia, contou em entrevista ao jornal O Globo que falou para Juliana descansar por alguns momentos enquanto ele seguiria caminhando, mas que esperaria ela em um ponto mais a frente.

Ali disse que estava apenas três minutos à frente de Juliana e que após aguardar entre 15 e 30 minutos achou a demora muito grande e voltou para buscá-la, foi nesse momento que ele percebeu que ela havia caído porque viu a luz da lanterna ao menos 150 metros de profundidade enquanto Juliana pedia por socorro. “Tentei de forma desesperada pedir que Juliana aguardasse ajuda”, disse ele.

O resgate

Na manhã seguinte a queda, turistas utilizaram drones para localizar Juliana e constaram que ela estava a cerca de 200 metros de profundidade na montanha. Juliana se movia e está foi sua última imagem com vida.

A partir deste momento uma grande mobilização pelo resgate dela foi iniciado. Aqui no Brasil, uma rede de apoio via redes sociais tomou uma enorme proporção de modo a pressionar as autoridades indonésias e trazer visibilidade para o caso.

Infelizmente, notícias falsas foram divulgadas tanto por autoridades no país asiático como da Embaixada do Brasil em Jacarta, que Juliana havia recebido suprimentos via drone. A família constatou que era mentira.

Devido as más condições climáticas do local, o terreno muito instável e alguns percalços, como a extensão insuficiente da corda usada em uma das tentativas, dificultou demais o socorro da turista brasileira e ela continuou a deslizar pelo penhasco.

Somente hoje a equipe de resgate conseguiu chegar até o ponto em que ela estava após conseguirem fixar uma base avançada de suporte que os permitiu seguir com os trabalhos durante a noite. Juliana foi encontrada a cerca de 650 metros abaixo do local da primeira queda.

Buscas por Juliana, brasileira presa em vulcão, ganham apoio de alpinistas

Na manhã desta segunda-feira (23), dois alpinistas experientes passaram a integrar a equipe de resgate que busca localizar Juliana Marins, brasileira que sofreu uma queda no vulcão durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no último sábado (21). Segundo familiares, os profissionais estão a caminho da área onde ocorreu o acidente.

O perfil @resgatejulianamarins, criado pela família no Instagram e único canal oficial de informações, informou que ainda não há confirmação sobre a continuidade do resgate durante a noite. No entanto, destacou que a operação conta com reforço de equipamentos específicos para apoiar a equipe já presente na região.

Família cobra agilidade no resgate

O Parque Nacional do Monte Rinjani está localizado na Ilha de Lombok, na Província de Sonda Ocidental, com um fuso horário de 11 horas adiantado em relação à Brasília. Às 5h desta segunda-feira (horário de Brasília), meio da tarde na Indonésia, a família informou que as buscas haviam sido novamente interrompidas, três dias após o acidente, e que ainda não tinha informações sobre o estado de Juliana.

De acordo com a página oficial, ela estaria entre 500 e 600 metros abaixo no desfiladeiro. A família demonstrou frustração com a lentidão do resgate, relatando que, após um dia inteiro de buscas, a equipe avançou apenas 250 metros e acabou recuando, mesmo restando cerca de 350 metros para alcançar Juliana. Eles reforçaram o apelo por ajuda, destacando a urgência em chegar até ela quanto antes.

Além disso, expressaram indignação com a continuidade das atividades turísticas no parque, enquanto Juliana permanece sem resgate, em situação crítica e sem informações sobre seu estado de saúde.

No Brasil, Mariana, irmã da jovem, manifestou preocupação ao desmentir informações de que Juliana teria recebido mantimentos e agasalhos. Segundo ela, a equipe de resgate ainda não conseguiu alcançá-la devido à falta de cordas com comprimento adequado e à baixa visibilidade na região.


Família reclama da lentidão do resgate (Foto: reprodução/Instagram/@resgatejulianamarins)

Último registro de Juliana foi feito por drone

Juliana foi vista pela última vez por volta das 17h30 (horário local) do sábado, em imagens feitas por turistas com drone. Registros que, segundo a família, são autênticos e mostram a jovem caída na trilha.

Em publicação nas redes sociais, Mariana relatou que ela fazia a trilha com cinco pessoas e um guia local. No segundo dia da caminhada, ao dizer que estava cansada, o guia orientou que descansasse e seguiu com o grupo.

Mariana esclareceu que, ao contrário do que foi inicialmente informado, o guia não permaneceu com Juliana e que a queda ocorreu após ela ter sido deixada sozinha e ter ficado desesperada.

Desde fevereiro, a jovem realizava um mochilão pela Ásia, com passagem por países como Filipinas, Vietnã e Tailândia, antes de seguir viagem para a Indonésia.