Impasse no Congresso paralisa parcialmente governo americano

O governo dos Estados Unidos entrou em paralisação nesta quarta-feira (1º) depois que o Congresso não conseguiu aprovar um novo projeto de orçamento para manter o financiamento federal. Com isso, parte dos serviços públicos será suspensa, enquanto outros funcionam de forma limitada. Esta é a 15ª paralisação do tipo desde 1981 e tem como ponto central a disputa por programas de assistência à saúde.

A negociação travada entre democratas e republicanos se mostrou complicada. O Partido Democrata condiciona a aprovação do orçamento à extensão de programas de saúde prestes a expirar, enquanto os republicanos, liderados pelo presidente Donald Trump, defendem que a questão do financiamento e da saúde sejam tratadas separadamente. Para os republicanos, a proposta dos democratas seria uma tentativa de pressionar o orçamento a favor de interesses políticos, especialmente com as eleições legislativas de 2026 se aproximando.

Durante o impasse, Trump afirmou que poderia adotar medidas drásticas caso o governo permanecesse paralisado, incluindo demissões em massa de servidores e interrupção de programas ligados aos democratas. A Casa Branca classificou a situação como um “shutdown democrata”, em meio à troca de acusações entre os partidos sobre quem seria responsável pela crise.


  Post da Casa Branca sobre "shutdown" (Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)

Serviços essenciais seguem funcionando

Com a paralisação, serviços essenciais continuam funcionando, como fiscalização de fronteiras, operações de segurança e parte do controle aéreo, mas milhares de servidores serão colocados em licença não remunerada. No setor de transporte, a Administração Federal de Aviação (FAA) anunciou que 11 mil funcionários serão afastados, enquanto 13 mil controladores de tráfego aéreo permanecerão trabalhando sem salário. A expectativa é que atrasos em aeroportos e voos sejam mais frequentes nos próximos dias.

Impactos econômicos e militares

Parques nacionais, museus federais e pontos turísticos, como a Estátua da Liberdade e o National Mall, poderão ter visitas interrompidas ou serviços limitados. Por outro lado, programas sociais como aposentadorias, benefícios de invalidez e assistência alimentar devem seguir ativos, desde que haja recursos disponíveis. O Serviço Postal também continuará operando normalmente, já que não depende do orçamento aprovado pelo Congresso.

A paralisação ainda deve impactar tribunais federais, a divulgação de dados econômicos e serviços para pequenas empresas. No setor militar, cerca de 2 milhões de soldados permanecerão em seus postos, enquanto mais da metade dos funcionários civis do Pentágono ficará em licença. A crise reforça a vulnerabilidade do governo americano diante de impasses políticos e aumenta a atenção de investidores e cidadãos sobre os próximos passos das negociações.

Tiroteio deixa quatro mortos e oito feridos em igreja mórmon nos EUA

Quatro pessoas morreram e outras oito ficaram feridas após um tiroteio ocorrido no último domingo (28), em uma igreja mórmon em Michigan, nos EUA. Segundo autoridades policiais locais, o atirador morreu durante uma troca de tiros com os profissionais de segurança que atenderam à ocorrência no local.

O presidente norte-americano, Donald Trump, se manifestou sobre o caso. Em seu perfil nas redes sociais, o republicou afirmou que a epidemia de violência no país precisa acabar imediatamente.

Armas e bandeiras

Em coletiva de imprensa realizada no último domingo, o chefe de polícia de Grand Blanc, William Renye, identificou Thomas Jacob como o protagonista do ato ocorrido na igreja a cerca de 80 quilômetros ao norte de Detroit.

O homem de 40 anos, que residia em Burton, e segundo a imprensa local, era um veterano da Guerra do Iraque, invadiu a Igreja de Jesus Cristo dos Santos com o seu carro, uma picape, com duas bandeiras dos EUA hasteadas na caçamba do veículo, e o deixou já realizando disparos com o seu fuzil. A colisão do veículo de Jacob culminou em um incêndio no local. Ele portava explosivos, mas segundo o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF), é incerto apontar que essas outras armas foram usadas no atentado.

Renye ainda relata que fumaças e chamas saíram da igreja até que o incêndio fosse controlado. Os socorristas começaram então a vasculhar os destroços, e o chefe de polícia acredita que mais vítimas serão encontradas até o fim da operação.


Memorial improvisado nas proximidades da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em Michigan, EUA (Foto: reprodução/Emily Elconin/Getty Images Embed)

Epidemia de violência

Na Truth Social, o presidente norte-americano, Donald Trump, escreveu que o ocorrido na igreja mórmon no último domingo era mais um ataque aos cristãos do país, e que a epidemia de violência em curso nos EUA precisa acabar imediatamente. O republicano ainda afirmou que o FBI será responsável pela investigação do caso, providenciando total apoio à polícia local.

Além de Trump, outras figuras políticas também se manifestaram acerca do caso. Gretchen Whitmer, governadora de Michigan, disse que seu coração está partido pela comunidade de Grand Blanc. Pam Bondi, Procuradora-Geral do país, disse que é de “partir o coração” que tamanha violência tenha ocorrido em um local de culto à fé.

O atentado ocorreu no último domingo, um dia depois da morte de Russell M. Nelson, presidente mais idoso da fé mórmon, que faleceu aos 101 anos.

Atividades do governo dos EUA podem paralisar devido a ‘Shutdown’

O governo federal dos Estados Unidos está à beira de uma paralisação parcial (shutdown) por falta de financiamento, com risco de começar já na quarta-feira, 1º de outubro. O impasse ocorre porque o Congresso não conseguiu aprovar o financiamento necessário antes do fim do ano fiscal, que se encerra à meia-noite desta terça-feira (30).

Com o prazo esgotando, a probabilidade de um shutdown parcial é considerada alta, chegando a 79% no mercado de apostas Polymarket. Reuniões de emergência na Casa Branca nesta segunda-feira (29) com o Presidente Donald Trump e líderes do Congresso terminaram sem acordo.

O que causa o risco de Shutdown

O shutdown é acionado quando o Congresso não aprova as 12 leis anuais de apropriação ou, pelo menos, uma lei temporária de continuidade orçamentária (Continuing Resolution – CR) para manter as operações do governo. A paralisação interrompe o financiamento de agências consideradas “não essenciais”.

O atual impasse é profundamente político, centrado em duas grandes disputas.

Saúde e o ACA (Obamacare)

Democratas exigem que qualquer CR inclua a extensão dos subsídios que ajudam milhões de americanos de baixa renda a pagar por seguros de saúde. O Vice-Presidente JD Vance acusa os Democratas de “segurar o governo refém” por essas demandas.

Cortes de gastos

Os Republicanos, que controlam a Casa Branca e o Congresso, buscam cortes de gastos de US$1 trilhão e a eliminação de agências que consideram “redundantes”. Os Democratas acusam a sigla de “crueldade” ao priorizar cortes em detrimento de programas sociais e saúde.

Líderes de ambos os partidos se culpam publicamente. Republicanos usam a hashtag #SchumerShutdown, enquanto Democratas afirmam que o GOP está travando uma “luta pela saúde do povo americano”.


Líder da Câmara dos Representantes dos EUA, Hakeem Jeffries e líder da minoria no Senado, Chuck Schumer (esq.)(Foto: reprodução/BRENDAN SMIALOWSKI/AFP/Getty Images Embed)

Impactos diretos da paralisação

Se o Congresso não agir até a meia-noite, a partir de 1º de outubro, o país enfrentará uma série de disrupções, como:

Cerca de 2 milhões de funcionários “não essenciais” podem ser colocados em licença não remunerada (furlough). Funcionários essenciais (controle de tráfego aéreo, alfândega) continuam trabalhando, mas sem receber salário até o fim do impasse.

Fechamento de parques nacionais e museus (como o Smithsonian), atraso no processamento de vistos e passaportes, e suspensão de novas pesquisas no NIH (Institutos Nacionais de Saúde).

A Receita Federal (IRS) pode atrasar o processamento de reembolsos de impostos. Veteranos e agricultores podem enfrentar atrasos em benefícios e empréstimos federais.

Pagamentos de benefícios de Social Security (aposentadoria) e Medicare continuam, mas o processamento de novos pedidos pode parar ou ser severamente atrasado.

Economia e mercado

Embora shutdowns sejam eventos políticos recorrentes, eles têm um custo econômico real. O último grande shutdown (2018-2019) durou 35 dias e custou cerca de US$3 bilhões à economia americana.

A incerteza política já causa volatilidade. O risco fez com que o termo “Government Shutdown” fosse um dos assuntos mais comentados no X (antigo Twitter) e levou a uma compra agressiva de calls no índice VIX (o “medidor de medo” do mercado), sinalizando pânico entre investidores. Mercados de ações e criptomoedas podem cair inicialmente.

Uma das consequências mais graves é a suspensão da divulgação de dados econômicos essenciais, como o relatório mensal de emprego (Payroll) e os dados de inflação, deixando o Federal Reserve (Fed) e os mercados sem informações vitais para tomar decisões.

A instabilidade reforça preocupações sobre a governabilidade dos EUA, o que pode levar as agências de classificação de risco a rebaixar a nota de crédito do país.

O país aguarda agora um acordo de última hora, que pode vir na forma de uma CR curta, mas as negociações seguem tensas. Se a paralisação ocorrer, o tempo médio de duração, embora incerto, geralmente não ultrapassa poucas semanas.

EUA podem atender pedido e enviar mísseis Tomahawk à Ucrânia

No último domingo (28), o vice-presidente norte-americano, JD Vance, afirmou que os EUA estão considerando aceitar o pedido da Ucrânia, e enviar mísseis Tomahawk de longo alcance para combater os invasores russos em território ucraniano.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitou que os EUA comercializassem mísseis a países europeus, que, por sua vez, os cederiam aos ucranianos.

A visão da Casa Branca sobre o conflito

Em entrevista ao programa norte-americano, “Fox News Sunday”, o vice-presidente do país, JD Vance afirmou que o presidente, Donald Trump, tomaria a decisão a respeito do pedido feito por Zelensky, em ter acesso aos mísseis que serviriam para expelir uma possível futura invasão russa na Ucrânia, e que os EUA continuam analisando uma série de pedidos dos europeus.

Vance disse também que as invasões realizadas pela Rússia em solo ucraniano produziu poucos avanços. Para o vice-presidente dos EUA, os russos precisam aceitar que muitas pessoas estão morrendo por conta de suas políticas, e não há nada vantajoso para mostrar em tais condutas.

No passado, Trump já havia negado uma solicitação semelhante a essa feita pela Ucrânia; entretanto, a aversão de Vladimir Putin, presidente da Rússia, para chegar a um acordo de paz, deixou o republicano frustrado com tal situação.


Zelensky, Donald Trump, e JD Vance reunidos no Salão Oval da Casa Branca, nos EUA (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)

Grande alcance

Os mísseis Tomahawk são armas de grande alcance que podem ser lançados de submarinos contra alvos que estejam na terra ou no mar.

Esses mísseis usam uma combinação de GPS, Inertial Navegation System (INS), Terrain Contour Matching (TERCOM), e Digital Scene-Matching Area Correlation (DSMAC). Desenvolvido pela primeira vez nos anos 70 pela General Dynamics, o Tomahawk esteve à disposição das Forças Armadas norte-americanas em 1983, e foram utilizados pela primeira vez em 1991, na Guerra do Golfo, e posteriormente em ataques contra o Iraque, Síria, Líbia e Sérvia. Em junho deste ano, 30 mísseis foram utilizados pelos EUA em um ataque às infraestruturas de Natanz e Isfahan, do Irã.

O Tomahawk possui um raio de alcance que varia entre 1600 à 2500 quilômetros, fazendo, por exemplo, com que Moscou, capital russa, fosse alvo das forças militares da Ucrânia.

Trump ameaça impor tarifa sobre filmes produzidos fora dos Estados Unidos

Após impor tarifaços no Brasil e ameaçar colocar tarifa na Rússia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação recente nesta segunda-feira (29), ameaçando impor uma tarifa de 100% em qualquer filme que seja produzido fora do país, sendo a primeira vez que é imposto uma tarifa sobre um serviço, caso a ameaça seja cumprida. Trump não explicou como a tarifa será promulgada ou quando vai ser.

Motivo da tarifa

A principal razão de Trump começar a impor tarifa nos filmes do exterior, é devido aos países de fora estarem oferecendo incentivos fiscais para atraírem os especialistas do cinema para o exterior. Ele afirma que esse modelo teria “roubado” mercado de Hollywood, prejudicando empregos e a própria identidade cultural dos Estados Unidos. O presidente havia apresentado a tarifa ainda neste ano, em maio, e volta com essa ameaça mais uma vez, deixando Hollywood mais uma vez surpreendido e na sua publicação no Truth Social, Trump acaba destacando que a Califórnia foi afetado por esses incentivos.


Notícia sobre Trump impor a tarifa (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Impacto para estúdios e indústria global

A proposta causa apreensão em estúdios americanos que dependem de coproduções internacionais, locações externas e mercados estrangeiros para realizar parte do seu faturamento. Muitos filmes modernos envolvem equipes e locações em outros países, elementos que, com a tarifa, passariam a ser penalizados. Preços de ingressos, serviços de streaming e direitos de distribuição poderiam subir, e contratos já fechados com parceiros fora dos EUA ficariam em risco.

Dúvidas sobre implementação

Embora Trump tenha anunciado a intenção, ainda não ficou claro quando a tarifa entrará em vigor nem qual será o mecanismo legal utilizado. Questões chaves permanecem abertas: como definir se um filme é “feito fora dos EUA”, se a tarifa incidirá sobre produção, distribuição ou exibição, e como lidar com filmes com as partes gravadas em diferentes países.

Trump aciona a Suprema Corte para acabar o direito de cidadania

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu à Suprema Corte que analise o fim da cidadania por direito de nascimento a medida pode alterar uma das garantias constitucionais mais antigas do país. Segundo a reportagem o republicano busca apoio da Corte para endurecer sua política migratória. A decisão, se acolhida, pode ter impacto direto sobre milhões de pessoas nascidas em solo americano.

A ideia de Trump para acabar com direito de cidadania

Trump solicitou hoje que a Suprema Corte reavalie a ordem da Casa Branca que propõe o fim da cidadania por nascimento. Na prática, a iniciativa busca impedir que filhos de estrangeiros nascidos nos EUA recebam automaticamente a nacionalidade, caso nenhum dos pais seja cidadão americano ou tenha residência legal no país.


Presidente Trump em um evento esportivo (Foto: reprodução/ Instagram/ @realdonaldtrump)

A Constituição, em sua 14ª Emenda, assegura a cidadania a qualquer indivíduo nascido em território dos Estados Unidos. Já a gestão de Donald Trump alega que essa previsão causa “impactos negativos”. A disputa chegou à Suprema Corte após tribunais de instâncias inferiores negarem o pedido, em decisão classificada como “equivocada” pelo procurador-geral D. John Sauer, principal advogado de apelação do governo.

De acordo com Sauer, os julgamentos derrubaram uma medida considerada vital para o presidente e sua gestão, colocando em risco a segurança das fronteiras. Ele acrescentou que essas decisões acabam concedendo, sem base legal, a cidadania americana a centenas de milhares de pessoas que não se enquadram nos critérios exigidos. “Essas determinações acabam por conceder, sem respaldo jurídico, o benefício da cidadania dos EUA a centenas de milhares de indivíduos que não atendem aos requisitos”, afirmou. Foi examinada uma versão do recurso, que ainda não chegou a ser formalmente apresentada à Suprema Corte.

Mais detalhes sobre essa decisão

Em junho, a Suprema Corte analisou um caso sobre cidadania por nascimento, mas a questão central era processual: até que ponto os tribunais inferiores podem impedir a implementação de uma política presidencial nos Estados Unidos. Na decisão, a corte, por seis votos a três, limitou sem, no entanto, acabar completamente o poder desses tribunais de barrar esse tipo de medida. A decisão fez com que estados e indivíduos contrários ao decreto de Trump sobre o tema abrissem novos processos, tentando encerrar a medida por outras estratégias, incluindo ações coletivas.

De maneira implícita, a Suprema Corte permitiu que esses outros tipos de bloqueio nacional continuassem ativos. Várias decisões posteriores mantiveram a suspensão da medida de Trump, e agora o governo pede aos juízes que assumam os casos para resolver a questão de forma definitiva.

Trump manda tropas para Portland

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou neste sábado (27/9) o envio de forças militares para a cidade de Portland, em Oregon, autorizando o uso de “toda a força necessária”, se preciso. Trump declarou que estava “instrui o Secretário da Defesa, Pete Hegseth, a disponibilizar todas as tropas requeridas para proteger Portland, que está sendo devastada pela guerra”. Segundo ele, a ação tem como objetivo resguardar “quaisquer instalações do ICE [agência de imigração americana] que estejam sob ataque da Antifa e de outros grupos considerados terroristas domésticos”.

O comunicado deste sábado indica uma ampliação do envio de tropas para cidades nos EUA, inserido em uma repressão mais ampla do governo Trump contra a imigração irregular. “Não solicitei e não necessito da intervenção do governo federal”, declarou o prefeito de Portland, Keith Wilson, no começo deste mês. A filial do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) em Portland foi atacada por manifestantes, resultando em confrontos violentos que deixaram alguns agentes federais feridos.

A mensagem de Trump, divulgada na manhã de sábado, não esclarece se ele pretende mobilizar a Guarda Nacional ou as tropas regulares do Exército dos EUA. Além disso, não detalha o que exatamente envolve o uso de “toda a força”. Trump sinalizou que uma ação militar em Portland poderia ser realizada.

Trump anuncia novas taxas de importação de até 100%

Donald Trump, presidente dos EUA, anunciou, por meio de rede social, novas taxações nas importações de caminhões pesados, móveis e produtos farmacêuticos, com a justificativa de proteger os fabricantes do país, citando que seria por “razões de segurança nacional”.

As tarifas variam de 25% a 100%, sendo os produtos farmacêuticos os mais afetados, ficando com a maior porcentagem, menos aqueles que já iniciaram a construção de uma fábrica nos EUA.

Detalhes das novas taxas

Caminhões Pesados: Sofrerão tarifas de importação de 25%, com a justificativa de proteger fabricantes locais de uma concorrência que o presidente classificou como “desleal”. O país mais afetado será o México, já que é o principal exportado de caminhões para os EUA e que no ano passado importou quase US$ 128 bilhões de peças, representando 28% das importações do país;

Móveis: Sofrerão tarifas de importação de 30%, justificando que o país está sofrendo uma “inundação” de produtos de outros países, como a China e o Vietnã, os quais são os principais exportadores. Itens de cozinha e banheiro sofrerão com taxas de 50%;

Produtos Farmacêuticos: Medicamentos de marca e patenteados sofrerão com taxas de 100% de importação, exceto as empresas que iniciaram obras de construção de fábricas nos EUA. A Associação de Pesquisa e Fabricantes de Produtos Farmacêuticos (PhRMA) foi contrária à decisão de Trump, alegando que mais da metade dos US$ 85,6 bilhões nos ingredientes utilizados nos medicamentos foram produzidos no próprio país. Países europeus como a Irlanda e Alemanha serão os principais prejudicados, por serem os principais exportadores de medicamentos para os Estados Unidos.


Trump anuncia novas taxas para outubro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

As taxações de Donald Trump

O presidente americano tem realizado algumas tarifas em alguns produtos, se baseando na Lei de Expansão Comercial, onde, na Seção 232, permite realizar taxas sem a necessidade de aprovação do Congresso, em produtos considerados como ameaça à segurança nacional.

Produtos como automóveis, cobre e alumínio já sofreram com novas tarifas de importações. A Suprema Corte dos EUA irá analisar se as novas tarifas impostas por Trump estão ultrapassando sua autoridade nos próximos meses.

Leucovorina é defendida por Trump para tratar autismo

Nesta segunda-feira (22), o governo de Donald Trump destacou a leucovorina como um tratamento promissor ao autismo, estudos mostraram que a aplicação da “droga” em pessoas autistas pode ajudar a melhorar a linguagem, a comunicação e o comportamento de crianças com autoanticorpos contra o receptor de folato. No entanto, estudo mostrou que o medicamento não funcionaria em todos os casos, pois o autismo é multifatorial: não existe uma“solução única” para todos os casos.

Leucovorina é usada em quimioterapias

Leucovorina é um medicamento atualmente aprovado pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) para aliviar os efeitos colaterais de vários tipos de quimioterapia, usados em tratamentos de leucemia. O comissário da FDA, Dr. Marty Makary, disse nesta segunda-feira, que irá acelerar o processo na mudança no rótulo do medicamento para ajudar crianças que sofrem com a deficiência de folato no cérebro, que segundo estudos feitos por ele, pode causar atrasos no desenvolvimento de crianças e características do autismo, incluindo dificuldade de se comunicar, falar e comportamental, com essa mudança, programas estaduais poderão distribuir melhor o medicamento, e a administração se disse comprometida a realizar mais pesquisas e estudos sobre seu uso terapêutico, que respeite os limites da criança, supervisão médica e familiar e inclua:

  • Sono reparador
  • Saúde do eixo intestino-cérebro
  • Otimização de neuro nutrientes
  • Modulação do nervo vago, da neuro inflamação e regulação de processos de estresse oxidativo.

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Presidente Trump e comissários em coletiva de imprensa. (Foto: Reprodução/Saul Loeb/Getty Images Embed)

Trump relaciona Tylenol ao autismo

Na mesma coletiva de imprensa em que o comissário da FDA anunciou sobre a leucovorina, Trump relacionou o uso de Tylenol como causador do autismo, e alertou os pais sobre a vacinação dos filhos. Sem provas o presidente americano causou preocupação generalizada e críticas de muitos da comunidade do autismo, inclusive em uma declaração, a OMS (Organização Mundial da Saúde), desmentiu a declaração do presidente e afirmou não haver evidências do uso do medicamento na gravidez tenha ligação com o desenvolvimento do autismo, porém alertou sobre sérios riscos de se automedicar durante a gravidez, e recomendou que grávidas sigam os concelhos dos profissionais da saúde e tenham cautela.

Comunidade internacional reage a declarações

A Comissão Europeia também se manifestou contra as falas do presidente após a repercussão negativa, diversos especialistas foram ouvidos no Brasil pelo portal G1, e afirmaram que não há evidências científicas que comprovem esta relação de causa e efeito. O princípio ativo do Tyletol é o paracetamol, um medicamento muito popular e usado em todo o mundo para tratar dores e febres.

Trump afirma ter sido sabotado na ONU e exige investigação

Nesta quarta-feira (24), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação na rede social Truth Social exigindo uma investigação após afirmar ter sofrido uma sabotagem durante a Assembleia Geral da ONU, citando problemas na escada rolante e no teleprompter.

“Uma verdadeira vergonha aconteceu nas Nações Unidas ontem. Não um, não dois, mas três eventos muito sinistros! (…) Isso não foi uma coincidência, foi uma tripla sabotagem na ONU. Eles deveriam ter vergonha. Estou enviando uma cópia desta carta ao secretário-geral e exijo uma investigação imediata. (…) O Serviço Secreto está envolvido”, disse.

Imprevistos durante o evento

Trump esteve na sede da ONU para discursar na Assembleia Geral, acompanhado de Melania e de sua comitiva. Durante o evento, ele afirmou ter enfrentado três falhas técnicas: a escada rolante parou de repente, o teleprompter não funcionou e o som do auditório foi desligado, o que teria impedido os líderes de ouvirem seu discurso.

Em sua fala, o presidente norte-americano mencionou o episódio ao direcionar críticas à ONU: “Acabei com sete guerras, negociei com os líderes desses países e nunca recebi um telefonema das Nações Unidas oferecendo ajuda para finalizar o acordo. Tudo o que recebi das Nações Unidas foi uma escada rolante que, na subida, parou bem no meio.”


Confira o discurso completo de Donald Trump na ONU (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

O presidente descreveu os episódios como uma “sabotagem tripla”, solicitando que a ONU preservasse as imagens das câmeras de segurança e cobrando uma investigação. Ele afirmou que o Serviço Secreto está apurando o caso.

ONU rebate alegações

Em resposta às acusações, a organização se pronunciou esclarecendo os imprevistos. Sobre as falhas no teleprompter — equipamento que projeta o discurso em uma tela para auxiliar o orador —, a ONU informou que ele estava sendo operado pela própria Casa Branca.

O porta-voz Stéphane Dujarric afirmou que a escada rolante parou após o acionamento de um mecanismo de segurança e explicou que o cinegrafista de Trump, ao subir de costas para filmar a chegada com Melania, provavelmente acionou o mecanismo sem querer.

“O mecanismo de segurança é projetado para impedir que pessoas ou objetos sejam acidentalmente presos ou puxados para a engrenagem. O videógrafo pode ter acionado inadvertidamente a função de segurança”, afirma o comunicado.

Sobre a alegação de que o som do auditório estava desligado, as autoridades da ONU afirmaram que o sistema foi projetado para permitir que os delegados ouvissem os discursos traduzidos em seis idiomas por meio de fones de ouvido.

Governo avalia realizar conversa entre Lula e Trump por videoconferência

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta semana ter sentido uma “ótima química” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita após um rápido cumprimento entre os dois na sede da ONU, em Nova York. Segundo o próprio Trump, a conversa durou menos de um minuto, mas foi suficiente para que ambos indicassem a possibilidade de um encontro mais estruturado já na próxima semana.

No entanto, a avaliação do governo brasileiro é de que a reunião não deve ocorrer presencialmente. Fontes da diplomacia em Brasília apontam que a tendência é que a conversa seja conduzida por telefone ou videoconferência, como forma de evitar constrangimentos e de acelerar as negociações. Essa seria a primeira conversa direta entre os dois presidentes desde que Trump reassumiu a Casa Branca.

Entre os principais temas em pauta está o tarifaço de 50% imposto pelo governo americano sobre produtos brasileiros. Além disso, Trump sancionou recentemente autoridades do Executivo e do Judiciário do Brasil, medida que gerou forte repercussão em Brasília e acentuou as tensões diplomáticas entre os países.

Diplomacia brasileira adota postura cautelosa

No Itamaraty, a orientação é de prudência. A cúpula diplomática entende que o momento exige uma preparação cuidadosa para evitar que a reunião resulte em desgaste político. A lembrança de episódios recentes envolvendo outros líderes mundiais, como Volodymyr Zelenski e Cyril Ramaphosa, que foram alvo de constrangimentos públicos por parte de Trump, serve como alerta.

Para os diplomatas brasileiros, a estratégia é criar um ambiente seguro para que Lula não seja colocado em situações desconfortáveis. Nesse sentido, a opção por uma reunião virtual ganha força, já que reduz a exposição pública e facilita o controle sobre os termos do diálogo. O objetivo é assegurar que as pautas centrais — tarifas e sanções — sejam tratadas de maneira clara e objetiva.

Por parte dos Estados Unidos, a porta-voz Amanda Robertson declarou que a iniciativa de organizar a reunião partiu do breve contato entre os presidentes. Segundo ela, caberá às equipes diplomáticas definir os detalhes. Robertson ainda destacou que Washington vê a relação comercial com o Brasil como um tema urgente e que a renegociação de tarifas estará no centro da conversa.

Lula reforça defesa da democracia e da soberania

Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Lula respondeu indiretamente às ações de Trump, afirmando que a democracia e a soberania brasileira são “inegociáveis”. O presidente também classificou como “inaceitável” qualquer tentativa de enfraquecer o Judiciário e descartou a possibilidade de anistia para ataques contra as instituições democráticas.


Confira discurso completo de Lula na Assembleia Geral da ONU (Vídeo: Reprodução/YouTube/G1)

A fala de Lula foi interpretada como um recado direto ao governo americano, que mantém uma postura crítica às recentes decisões judiciais no Brasil, especialmente a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Trump, aliado de Bolsonaro, já havia demonstrado insatisfação com a condução do processo.

A viagem de Lula a Nova York, a primeira desde o início da crise tarifária, também teve impacto nos mercados. O dólar recuou para R$ 5,27 após o sinal de aproximação entre os dois países, e a Bolsa de Valores de São Paulo atingiu 146 mil pontos pela primeira vez. O movimento reflete a expectativa de que, mesmo em meio a divergências políticas, Brasil e Estados Unidos busquem um canal de diálogo para evitar maiores danos econômicos.