Lux Pascal estreia nas passarelas da Chanel e reforça representatividade na moda

A atriz, modelo e ativista transgênero Lux Pascal, fez sua estreia como modelo nas passarelas da grife Chanel na última segunda (06), durante a Paris Fashion Week (PFW) com a presença do irmão, o ator Pedro Pascal, na primeira fila do desfile. O desfile também marca a estreia de Matthieu Blazy, como diretor criativo da Chanel.

Estreia marcante

Lux Pascal, conhecida por sua atuação no cinema e por ser defensora dos direitos LGBTQI+, desfilou pela primeira vez para a prestigiada maison francesa, Chanel, durante a apresentação da coleção primavera-verão 2026, assinada pelo estilista Matthieu Blazy. O desfile, um dos mais aguardados da temporada, resgatou elementos clássicos do legado de Coco Chanel, repaginados com uma visão contemporânea de inclusão e renovação.

O momento não foi apenas marcante por se tratar de sua primeira participação em um dos desfiles mais emblemáticos do circuito internacional de moda, mas também pelo simbolismo, já que Lux é uma mulher trans em ascensão na indústria do entretenimento e agora conquista espaço também, na moda de alto padrão, um setor historicamente excludente. Em entrevista ao site The Cut, Lux definiu essa experiência com a expressão francesa: “mon coeur” (“meu coração”), destacando a emoção vivida no momento. A atriz acredita que a coleção celebra diversidade e novas possibilidades dentro da moda tradicional.


Lux Pascal na PFW, Chanel primavera-verão 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@clasebasica)

Trajetória profissional e apoio familiar

Natural do Chile e radicada nos Estados Unidos, Lux Pascal, 33 anos, começou sua carreira como atriz em produções teatrais no Chile, ela é formada em teatro pela Pontifícia Universidade Católica do Chile e pela renomada Juilliard School, em Nova York; ganhou reconhecimento internacional em produções como Narcos, da Netflix, e como protagonista do longa que estreou este ano, “Miss Carbón”, uma coprodução entre Argentina e Espanha. Desde que se assumiu publicamente como mulher trans, em 2021, ela tem se tornado uma referência de representatividade no entretenimento e na moda.


Pedro Pascal usa camiseta "Protect The Dolls" e ao lado da irmã Lux, na pré-estreia de "Gladiador 2"(Foto: reprodução/Dave Benett/Gareth Cattermole/Getty images Embed)

O apoio do irmão mais velho, Pedro Pascal, tem sido constante, ele frequentemente expressa apoio à irmã em entrevistas, premiações e redes sociais. Em momentos importantes, como durante políticas transfóbicas do governo Trump, ele se posicionou com firmeza e defendeu publicamente os direitos da comunidade trans, enfrentando figuras como a escritora J.K. Rowling e o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, ao usar uma camiseta com a frase “Protect The Dolls”, criada pelo estilista norte-americano Conner Ives, como forma de protesto.

Miu Miu traz crítica social a desfile e ressignifica o trabalho feminino

A marca de luxo Miu Miu se tornou uma das mais comentadas no mundo da moda essa semana, após lançar sua nova coleção primavera/verão 2026 na Paris Fashion Week. Com 65 looks femininos entre camisas oversized e polo, jaquetas pesadas, roupas de jardineiro, calças, vestidos curtos e longos e diversos acessórios como bolsas, colares e cintos, o que mais se destacou foi um item inusitado no evento: aventais.

Desfile vira critica social

Ao trazer aventais de diferentes estilos, como de couro, robustos, bordados, floridos e simples, o tema central da coleção se tornou “o trabalho das mulheres”, tanto o que é visivelmente valorizado, quanto o que passa despercebido pelos olhos da sociedade, como o que ocorre nos lares e se torna invisível e emocional.


Peça da nova coleção da Miu Miu (Foto: reprodução/Instagram/@miumiu)

Miucca Prada quis dar espaço para esse tipo de trabalho especificamente, mostrando que, apesar de não ser reconhecido, merece ser valorizado: “Nós, do mundo da moda, sempre falamos sobre glamour e riqueza, mas também precisamos reconhecer que a vida é bem difícil”, disse em entrevista para a revista Vogue Runway, “Para mim, o avental contém a verdadeira vida difícil das mulheres na história, desde as fábricas, até em casa”.

Uma celebração às mulheres

Nos últimos anos, o termo “trad wife” ganhou espaço nas redes sociais, se referindo a um ideal de mulher que se dedica exclusivamente a tarefas domésticas e a sua vida familiar. Como todos os outros tópicos, há pessoas que enxergam esse estilo de vida como algo desejável, enquanto outras o repugnam.

O termo “homekeeping” (sem tradução literal, mas podendo ser entendido como “cuidador da casa”), no entanto, parece fazer mais justiça a coleção, pois depende do que a audiência escolhe ver, mas podendo ser encarado como alguém que cuida do lar.


Desfile completo da marca na PFW (Vídeo: reprodução/YouTube/Miu Miu)

Miucca trouxe sua crítica desse lugar, refletindo sobre o trabalho invisível dessas mulheres e dizendo que ele merece ser reconhecido, sendo tratado como “um símbolo de amor e importância”. Sua intenção com os aventais não foi baseada em uma opinião pessoal, mas em como a grife celebra todas as mulheres.

Chanel trás reinterpretação de movimentos artísticos em nova fase da grife

Na última segunda feira (6), a marca de luxo Chanel anunciou sua coleção de primavera/verão 2026 com um desfile inovador na Paris Fashion Week, também sendo o debute de Matthieu Blazy como diretor artístico da grife.

Contendo 77 peças voltadas para o público feminino, os amantes da marca podem encontrar saias, vestidos, blusas, tops, conjuntos de alfaiataria, bolsas e acessórios, todos com malhas leves, camadas e sobreposições.

Quando a moda se torna arte viva

O que mais chamou a atenção na coleção foi, sem dúvidas, a inspiração de diferentes movimentos artísticos do século 20. Revisitando as tradições da grife e as adaptando para a modernidade, o novo diretor criativo utilizou de Art Deco para realizar uma interpretação através de linhas geométricas, contraste preto e branco e referência tanto a arquitetura, quanto a embalagem da própria Chanel.



Blazy também utilizou da pintura moderna com flores “naturalistas”, como magnólias e camélias, as transformando de uma forma abstrata em estampas e bordados, fazendo referência a natureza: “Você pode olhar para esses códigos e usá-los da forma que estão, ou pode olhar para eles por outra perspectiva” disse.

Passarela vira galáxia

“Eu adoro tudo que está lá em cima: o céu, a lua; acredito nas estrelas” — foi através dessa citação de Gabrielle Chanel que Matthieu Blazy decidiu que rumo o desfile seguiria: “Para o meu primeiro desfile da Chanel, eu queria fazer algo que transcendesse o tempo e estava fascinado pelo universo das estrelas, um tema já querido pela casa”, comentou. “Todos observarmos o céu, acho que ele provoca as mesmas emoções em nós”.

Apresentado no Grand Palais Éphémère, o desfile que ocorreu na capital francesa deixou de ser apenas mais um entre os demais na semana da moda, mas sim, uma experiência visual e sensorial.


Desfile completo (Vídeo: reprodução/YouTube/CHANEL)

A passarela foi transformada em uma galáxia, chamada de “cosmos flutuante”, com planetas suspensos, luzes refletidas e um cenário que parecia espelhar o céu, celebrando a liberdade da criação artística.

Ao que tudo indica, a cenografia teve como inspiração as vanguardas artísticas do século 20, como o surrealismo e o construtivismo. As modelos demonstravam as peças e pareciam flutuar entre os planetas, passando a sensação para os que estavam na plateia de uma imersão entre o clássico e o contemporâneo.

Hermès transforma passarela em deserto na Paris Fashion Week

Nesse fim de semana, foi a vez da marca de luxo Hèrmes anunciar sua coleção de primavera/verão 2026 na semana de moda de Paris. Contendo 57 peças nas tonalidades de marrom e creme, a diretora criativa Nadège Vanhee-Cybulski trouxe um cenário temático e um desfile inesquecível para os amantes da grife, que acabou se tornando uma das mais comentadas do evento.

Passarela vira deserto

A inspiração central da coleção veio de uma região selvagem no sul da França chamada Camargue, famosa por suas dunas que possuem uma leve aparência de deserto, além de cavalos brancos, pântanos e ambientes rústicos. Com a intenção de trazer o espírito equestre para a cidade, ela utilizou isso como ponto de partida para o desfile, com detalhes que lembram selas e equipamentos para cavalgar.


 Detalhes da nova coleção da Hèrmes (Foto: reprodução/Instagram/@hermes)

Na coleção, os amantes da grife podem encontrar tops de couro, vestidos com costas “racer-back”, casacos de ceda, bermudas de couro, saias lápis e casacos longos. As peças são tanto de couro macio, quanto de camurça e seda e as estampas são antigas, mas reinterpretadas. Acessórios também chamaram a atenção, como lenços e bolsas em diferentes estilos.

A direção criativa da marca

Nadège Vanhee-Cybulski, uma estilista francesa, está no comando da Hèrmes desde 2014, quando foi anunciada como substituta de Christophe Lemaire. Valorizando o trabalho artesanal e as técnicas manuais da grife, ela presa pelas raizes equestres, destacando isso na coleção de primavera/verão 2026, reinterpretando para o presente e futuro.


 Desfile da Hèrmes na PFW (Vídeo: reprodução/Instagram/@hermes)

Dentre os comentários sobre o desfile, o tópico que mais chamou a atenção entre os amantes da Hèrmes foram as cores utilizadas na vez. Marrom e tons neutros como aveia, oliva, bege, caqui e alguns detalhes em vermelho, que se destacavam perfeitamente nas peças. Segundo as redes da marca, a coleção é descrita como “uma viagem da terra até o mar, raios de um sol vermelho e o respiro do azul do mediterrâneo”.

Ferragamo transforma Milão Fashion Week em palco de elegância atemporal

Ferragamo apresentou sua coleção de verão 2026 neste fim de semana durante a Milão Fashion Week, sob direção criativa de Maximilian Davis. Apesar de jovem, ele já é considerado uma das grandes vozes quando se trata de moda contemporânea, equilibrando sofisticação, sensualidade e modernidade, tudo isso, de uma forma clássica.

Silhuetas e alfaiataria

A coleção apresentou tanto looks masculinos, quanto femininos, todos utilizando da ideia de elegância e sensualidade. Os amantes da grife puderam ver peças como blazers alongados, paletós de corte longo, calças de cintura marcada e demais roupas que lembravam a década de 20. Além disso, tecidos transparentes e rendas chamaram a atenção nos vestidos, muitos acompanhados de franjas e camadas.


 Peças da coleção verão 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@catwalkats)

Cores neutras como preto, bege, creme e cinza predominaram a passarela, além de materiais como couros lisos e tecidos fluidos. Acessórios também ganharam destaque: bolsas pequenas, saltos esculturais e óculos discretos marcaram presença, alguns até mesmo em cores mais chamativas como verde e amarelo, destacando perfeitamente com as cores das demais peças. Quanto ao guarda roupa masculino, ternos ganharam destaque, desde os comuns, até os que apostam em cores salmão e peças de alfaiataria.

Desfile na MFW vira clube de jazz

Segundo relatos, a inspiração para o cenário onde o desfile aconteceu foi a década de 1920, que foi marcada por transformações culturais e, principalmente, pelo jazz. Realizado no pátio do Portrait Hotel, em Milão, e misturando nostalgia e frescor e celebrando a herança da grife. O ambiente também foi simples, permitindo que o público prestasse atenção nas peças, sem demais distrações.


 Desfile da marca (Vídeo: reprodução/Instagram/@ferragamo)

Os modelos desfilaram quase que todos ao mesmo tempo, criando uma dinâmica cheia de energia, refletindo a mensagem que o jovem estilista deseja passar através da marca e, também, agradando a crítica e consumidores, que não seguraram elogios sobre as peças nas redes sociais. Comentários como “a melhor coleção da MFW”, “brilhante” e “muita elegância” foram vistos com frequência.

Max Mara une estilo rococó e alfaiataria minimalista em desfile na Milano Fashion Week

Durante o terceiro dia da Semana de Moda de Milão, na última quinta-feira (25), a grife italiana Max Mara apresentou sua coleção primavera/verão 2026, em um magnífico rinque de patinação no gelo, no interior do Palazzo del Ghiaccio em Milão.  Assinada pelo estilista britânico, Ian Griffiths, a coleção “Modern Rococó”, combina a precisão da alfaiataria clássica com a exuberância e leveza do estilo rococó francês, propondo um verão elegante, fluido e intelectualmente provocativo.

Babados, tecidos translúcidos e referências à Madame de Pompadour dialogam com blazers estruturados e linhas retas, num desfile que evocou tanto a força e poder da mulher contemporânea quanto seus momentos de vulnerabilidade e sonho.

Uma coleção de contrastes

Em um momento global de tensões políticas, climáticas e culturais, a alta moda tem se dividido entre o escapismo e a armadura. Ian Griffiths, diretor criativo da Max Mara, optou pelos dois. A coleção idealizada e criada pelo estilista é um estudo sobre a dualidade: forma e fluidez, racionalidade e fantasia, sombra e luz.

Inspirada nos jardins franceses do século XVIII e na estética ornamental de Madame Pompadour; cortesã francesa, notória patrona das artes e figura política da corte do rei Luís XV. A coleção transborda referências históricas e traz para a passarela conchas estilizadas, folhas douradas, silhuetas florais e saias construídas em pétalas que remetem ao estilo rococó, repaginado e com frescor contemporâneo que o estilista costuma trazer às suas criações.


Max Mara, coleção primavera/verão 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@voguethailand)


Griffiths, no entanto, nunca abandona a essência da grife: a alfaiataria. Blazers em cortes retos e minimalistas, ternos com bermuda, vestidos estruturados e coletes ajustados criam uma base sólida para os elementos mais leves e fluidos. A cartela de cores da coleção é sóbria: preto, branco, areia e o clássico camel (caramelo), marca registrada da grife italiana, desde o lançamento do camel coat (casaco caramelo) em 1981. A coleção ganha também um toque sutil de coral desbotado, usado para imprimir padrões de conchas e folhagens há alguns looks.


Max Mara, coleção primavera/verão 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@maxmara)

O estilista britânico reforça a dualidade em toda a coleção, ora militar, mais rígido, ora etéreo, mas delicado. Croppeds justos em malha transparente convivem com capas leves e blusas que lembram coletes de contenção. Há uma delicada sugestão a essa estética em peças com alças e couro finas e cintos marcados na cintura, como se o corpo estivesse contido, mas pronto para florescer.

Ian Griffiths e suas inspirações

Formado em arquitetura, pelo Royal College of Art, Ian Griffiths está à frente da Max Mara desde 2013, embora tenha começado na empresa ainda jovem, nos anos 1980. Após vencer um concurso para trabalhar na grife, para o qual quase não conseguiu se inscrever, pois a tinta de sua caneta acabou antes de terminar de preencher os papéis, seu colega de apartamento que o salvou, ao chegar com uma nova, pouco antes da data limite de inscrição.

O estilista britânico combina um profundo respeito pela tradição artesanal italiana com uma visão estética moldada por suas origens na cena cultural do Reino Unido. “Cresci nos clubes de Manchester, onde se explorava identidade, teatralidade e expressão”, afirmou à revista W Magazine. Essa vivência reflete em sua abordagem intelectual da moda, sempre carregada de referências à arte, política e à história da moda.


Desfile da coleção primavera/verão, Max Mara, na Milano Fashion Week (Vídeo: reprodução/Instagram/@maxmara)

Nesta coleção primavera/verão, Griffiths explora o rococó não apenas como estilo visual, mas como sistema de poder e feminilidade. Madame Pompadour é uma das musas inspiradora da coleção. Segundo o estilista, em entrevista à revista Vogue Itália, ela simboliza uma mulher complexa, que não fazia parte da aristocracia francesa, mas construiu seu poder e influência com seu próprio talento. Ao trazer isso para a passarela, ele propõe um feminino que não precisa escolher entre força e beleza.

Griffiths também comenta sobre a importância de criar roupas que resistam ao tempo, literal e figurativamente. Em sua visão, a mulher Max Mara precisa tanto de elegância quanto de propósito. Ele declarou que ela está em movimento: lidera, resiste, mas também sonha.

Diesel transforma a moda em jogo na Milão Fashion Week

A Diesel inaugurou a temporada de Primavera/Verão 2026 em Milão com uma proposta que fugiu completamente do tradicional. Em vez da passarela clássica, a marca comandada por Glenn Martens apresentou sua coleção dentro de cápsulas translúcidas em formato de ovo. Ao todo, foram exibidos 55 looks, misturando alfaiataria afiada, acessórios de impacto e, claro, o jeans que é a alma da etiqueta.

As cápsulas, dispostas inicialmente no showroom da marca, não eram apenas cenográficas: funcionaram como vitrines futuristas e referências pop prontas para circular nas redes sociais. O efeito imediato foi de espetáculo — imagens que mais lembravam ficção científica ou editoriais de moda histórica, como o da Harper’s Bazaar de 1963, em que a modelo Simone D’Aillencourt flutuava em uma cápsula no rio Sena.

Moda como experiência coletiva

À noite, a proposta ganhou as ruas. Em parceria com a Câmara Municipal, 34 ovos translúcidos foram espalhados por 18 pontos estratégicos de Milão, transformando a cidade em cenário para uma verdadeira caça ao tesouro. Qualquer pessoa podia participar: bastava acessar um mapa digital e seguir as pistas que guiavam pelos locais iluminados, em um percurso que misturava surpresa, curiosidade e interação direta com a coleção.


Diesel egg hunt, modelos dentro de "vitrines ovos" pelas ruas de Milão (Foto: reprodução/Instagram/@diesel)

A cada parada, os passantes se deparavam com looks inteiros encapsulados, que revelavam a versatilidade da temporada: jeans reinterpretados, alfaiataria elegante e acessórios marcantes. A dinâmica aproximou grife e público, oferecendo uma vivência inédita da moda.

Para os primeiros a completarem o trajeto, a recompensa foi ainda mais concreta: itens exclusivos, entre eles a icônica bolsa 1DR-Dome, símbolo da nova fase da Diesel sob o comando de Martens.


Bolsa 1-DR da Diesel (Vídeo: reprodução/Intagram/@dsltoptani)

Mais do que uma jogada publicitária, a Diesel Egg Hunt refletiu a visão de Martens de que a moda deve ser inclusiva, acessível e divertida. Ao transformar moradores e visitantes em protagonistas, a marca subverteu a lógica tradicional dos desfiles e levou a experiência para as ruas.

O gesto é simbólico: se antes as apresentações eram territórios fechados e restritos a poucos convidados, agora encontram potência no coletivo, no inesperado e na energia espontânea que só uma cidade como Milão poderia oferecer.

O futuro da passarela

Com a ação, a Diesel deixou claro que um desfile não precisa mais estar restrito ao espaço convencional. Ao transformar Milão em cenário e o público em protagonistas, entregou uma experiência coletiva que uniu moda, entretenimento e surpresa. No lugar da exclusividade, veio o convite aberto à participação, gerando imagens que se espalharam pelas redes e momentos que só poderiam acontecer fora do script.

Foi mais do que a apresentação de uma coleção: um espetáculo compartilhado, que mostrou como o futuro da moda pode estar tanto nas ruas quanto nas passarelas.

Carolina Herrera celebra sua história na coleção primavera/verão 2026

Na última quinta-feira (18), Carolina Herrera transformou a Plaza Mayor, no coração de Madri, em uma passarela com inspiração em florais e cores para a coleção verão 2026. A marca abriu mão de participar na New York Fashion Week, e transformou a icônica praça de Madri em um verdadeiro catwalk. Além da apresentação de 77 peças, a marca também aproveitou para apresentar sua nova fragrância, a La Bomba.

Referências culturais e florais

O diretor criativo da marca, Wes Gordon, desfilou pela primeira vez na Europa. A escolha de pular a New York Fashion Week não foi à toa. Os últimos desfiles de Carolina Herrera têm acontecido em locais que marcaram a história da marca, como Rio de Janeiro e Cidade do México.

No desfile, foi possível ver a inspiração do diretor na cultura espanhola, através de jaquetas de matador, bolsas que lembraram um leque, e as flores. A inspiração das peças florais, veio com três tipos: a rosa, em homenagem ao Jardim Rosaleda; o cravo, usado durante o Festival de San Isidro, padroeiro de Madri; e finalmente, as violetas, em homenagem aos doces do mesmo sabor. A camisa branca também não ficou de fora, assim como os poás, mangas bufantes e as cores.


Coleção primavera/verão 2026 da maison Carolina Herrera (Foto: reprodução/Pablo Cuadra/Carlos Alvarez/Getty Images Embed)

Gordon fez uma bela homenagem à fundadora da marca homônima, já que os florais sempre foram uma marca registrada. Na coleção, eles aparecem tanto em estampas, quanto de forma mais sutil, como em detalhes das peças. “O floral é uma parte fundamental da nossa identidade.”, disse Gordon em entrevista à Elle americana. Ainda na entrevista, o designer afirmou o orgulho latino da marca: Carolina Herrera era venezuelana.


Coleção primavera/verão 2026 da maison Carolina Herrera (Foto: reproduçãoCarlos Alvarez/Pablo Cuadra/Getty Images Embed)

Produção de beleza e lábios marcados

Além da coleção, outra coisa que chamou atenção no desfile da marca, foi a produção de beleza. O responsável pela produção foi o maquiador James Kaliardos. Em entrevista à Harpers Bazaar, ele disse que se inspirou na beleza clássica espanhola dos anos 1980. Para isso, as modelos apresentavam lábios vermelhos, além de delineadores marcantes. Os cabelos, polidos e elegantes, tinham o detalhe de arcos de cetim, reforçaram o ar sofisticado da apresentação.

Demma estreia sua primeira coleção para a Gucci intitulada “La Famiglia”

Na manhã desta segunda-feira (22) a grife italiana, Gucci, surpreendeu a todos ao divulgar em suas redes sociais, as primeiras imagens das criações do estilista georgiano, Demma Gvasalia à Gucci, para a coleção primavera/verão 2026, intitulada “La Famiglia”. São trinta e sete looks, cada um deles representa um arquétipo da família italiana.

A estreia de Demma à frente da grife italiana aconteceu antes do esperado, um dia antes da apresentação cinematográfica programada para a Semana de Moda de Milão.

“La Famiglia” e os arquétipos de Demma

As imagens da renomada fotógrafa, Catherine Opie, exibidas em formato de porta-retratos, trazem os personagens da coleção, que segundo Demma, representam diferentes facetas da identidade da Gucci. Os arquétipos de “La Famiglia”, sua nova coleção, incluem a Drama Queen, a It-Girl, a Principessa, a Primadonna, entre outros. Todos com personalidades e estilos marcantes.

Cada um dos personagens ganha vida com looks ousados e cheios de referências culturais, como La Diva, que se apresenta em um casaco de pele sintética com inspiração na atriz e cantora, Sophia Loren. E La Contessa, que exibe um vestido floral com pregas estruturadas, em homenagem ao glamour atemporal da marca. Esses elementos não apenas resgatam a essência de ícones passados da Gucci, mas também fazem uma conexão com as influências de Demma, trazendo para a maison um espírito de reinvenção.



Combinação de clássicos a elementos modernos

Segundo Demma, um de seus maiores desafios à frente da Gucci era equilibrar as raízes históricas da marca com uma proposta inovadora que cativasse o público jovem. A coleção de verão 2026, traz um mix cuidadoso entre esses dois elementos. Peças icônicas, como a bolsa Bamboo 1947, o mocassim Horsebit e a estampa Flora (todos símbolos de longa data da Gucci), surgem ao lado de propostas mais contemporâneas, como o uso do streetwear, que reflete a estética e personalidade artística que consagrou o estilista na Balenciaga, onde atuou como diretor criativo durante dez anos.



A grife italiana parece seguir uma tendência observada nas últimas coleções de várias marcas de luxo, onde o conceito de “luxo acessível” começa a se fundir com a ideia de exclusividade e edição limitada. A coleção de primavera/verão 2026, intitulada “La Famiglia”, será oficialmente revelada em uma apresentação cinematográfica em Milão, com o curta-metragem The Tiger, dirigido por Spike Jonze e Halina Reijn, marcando a estreia da Semana de Moda de Milão, na terça-feira (23).

Após a apresentação da coleção em Milão as peças ficarão disponíveis em apenas dez cidades ao redor do mundo, são elas: Los Angeles, Nova York, Milão, Londres, Paris, Pequim, Xangai, Singapura, Seul e Tóquio. Em edição limitada, entre os dias 25 de setembro à 12 de outubro.


L´Influencer por Demma (Foto: reprodução/Instagram/@gucci)


Nova era na Gucci

O lançamento antecipado de Demma para a Gucci representa uma ousada reinterpretação da identidade da marca, que se distancia de uma estética mais ligada ao maximalismo do estilista Alessandro Michele, seu antecessor, e se aproxima de uma proposta visual mais disruptiva, com forte apelo para as novas gerações.

É uma tentativa do grupo Kering, responsável pela Gucci, de se recuperar de uma crise nas vendas, que caíram 25%, só no último trimestre.  A antecipação da nova coleção visa acelerar a recuperação da marca e reconquistar o interesse da nova geração. E aposta em Demma para reposicionar a marca e alcançar esses resultados. Em um comunicado oficial, a grife descreveu a estreia de Demma como o retorno da Gucci à narrativa.

Harris Reed abre primeiro dia da LFW com maximalismo e estilo ousado

Durante o primeiro dia da Londres Fashion Week Harris Reed surpreendeu com uma coleção vibrante e maximalista, misturando referências icônicas dos anos 80 a inovações ousadas

O estilista britânico-americano Harris Reed abriu a Semana de Moda de Londres na última quinta (18) com The Aviary (o aviário), uma coleção primavera/verão de alto impacto, criada e idealizada por ele, onde o maximalismo reinou absoluto. O desfile aconteceu no Gothic Bar, em St. Pancras, Londres, e trouxe uma fusão de elementos clássicos e modernos, refletindo a essência única e fluida de Reed.

A coleção é inspirada na arquitetura gótica e vitoriana do hotel St. Pancras, local do desfile, e trouxe para a passarela estruturas de gaiolas, desenhos abstratos de asas e plumas, além de referências aos anos 1980. Esta é a décima coleção do artista.

Maximalismo em alta

O maximalismo, marcado por peças ricas em detalhes e excessos, é a marca registrada do estilista Harris Reed, evidente no primeiro dia da London Fashion Week. No Gothic Bar, do histórico hotel St. Pancras, Reed apresentou uma coleção que unia alta-costura a performances únicas dos modelos, desfilando sob iluminação suave e envolvente, com um clima teatral permeando o ambiente.


Coleção The Aviary por Harris Reed (Foto: reprodução/Instagram/@harris_reed)

A coleção, vibrante e repleta de personalidade, explorou cores intensas como azul, roxo, rosa e dourado, combinadas com estampas de animais, como leopardo e zebra. Essas padronagens apareceram tanto nas roupas quanto nas botas altíssimas, criando um contraste ousado com a sofisticação das ombreiras adornadas com plumas. A atmosfera remetia aos anos 1980, década marcada pelo excesso e pela ousadia, mas com um toque de originalidade próprio.


The Aviary por Harris Reed (Vídeo: reprodução/Instagram/@konahatcher)

Referências icônicas e colaboração criativa

Para esta coleção, Harris Reed se inspirou em ícones da música e da cultura britânica, como David Bowie e Mick Jagger, buscando transmitir a sensação de independência e poder em cada look. A proposta era criar peças que fossem mais que vestuário, verdadeiras performances que capturam a essência da liberdade e da identidade individual.

Outro destaque do desfile foi a colaboração com o estúdio Fromental, especialista em papéis de parede. Reed incorporou painéis vintage pintados à mão e bordados em corpetes e saias, criando uma conexão inédita entre moda e design de interiores. A iniciativa faz parte do desejo do estilista de expandir seu universo criativo, com planos de explorar esses padrões também em decoração e papéis de parede.